PRESERVATIVO
I.
não te procuro mais em outros corpos,
meu tato insatisfeito apalpa o próprio
que chorou tanto em faces de protótipos;
II.
o vejo ao longe atravessar os campos
voltando de batalhas sem vitórias,
meu rosto sem memória em qualquer canto;
III.
vivendo vou te recriando
em doces e amargas melodias
pois és o único que amo;
IV.
nem todos os dublês se fazem mortos;
e em sentimentos fictícios
te mato, amor, de puro ódio.
Pierre Tenório
domingo, 28 de dezembro de 2014
sexta-feira, 26 de dezembro de 2014
segunda-feira, 22 de dezembro de 2014
PINHEIROS (natais despedaçados)
suas palavras encheram alguns açudes,
secando-me as veias;
vias vazias
paisagens completas
de quase histeria.
não lembro o nome dos endereços
nem uso aplicativos,
ainda que usasse
as seringas estão
cheias de ar.
resumo meus esforços
no descanso discursado,
conceituando a vida (o amor)
um relógio acelerado,
um corpo leve ao despencar,
um corpo denso ao se afogar,
pratos sujos na pia e
no fogão gás a vazar;
nenhuma sílaba ferida
sim ou não, vai afirmar
como eu devo fluir
ou se ainda posso rezar;
já não quero mais presentes,
nem coroa de estrela,
se arrancam-me os frutos verdes.
Pierre Tenório
suas palavras encheram alguns açudes,
secando-me as veias;
vias vazias
paisagens completas
de quase histeria.
não lembro o nome dos endereços
nem uso aplicativos,
ainda que usasse
as seringas estão
cheias de ar.
resumo meus esforços
no descanso discursado,
conceituando a vida (o amor)
um relógio acelerado,
um corpo leve ao despencar,
um corpo denso ao se afogar,
pratos sujos na pia e
no fogão gás a vazar;
nenhuma sílaba ferida
sim ou não, vai afirmar
como eu devo fluir
ou se ainda posso rezar;
já não quero mais presentes,
nem coroa de estrela,
se arrancam-me os frutos verdes.
Pierre Tenório
sábado, 20 de dezembro de 2014
ELEGANTE
coerente
tua mão serpente
foge
daqui;
mas o cheiro
de pavor que
a ausência
exala
de longe,
me come.
pensei que gostavas
do gosto
meu rosto
olhar
por mais
que as drogas
não efeito
façam
enquanto me
usas, sinto
a luva
envolvendo-me
os pés
tuas chuvas de céu
nublado
me acabamento
de inacabado
amor
consumado.
embora
me faças
refém
qualquer hora
me honras
teus olhos
de espelho
que mandam-me
embora
pra perto.
Pierre Tenório
coerente
tua mão serpente
foge
daqui;
mas o cheiro
de pavor que
a ausência
exala
de longe,
me come.
pensei que gostavas
do gosto
meu rosto
olhar
por mais
que as drogas
não efeito
façam
enquanto me
usas, sinto
a luva
envolvendo-me
os pés
tuas chuvas de céu
nublado
me acabamento
de inacabado
amor
consumado.
embora
me faças
refém
qualquer hora
me honras
teus olhos
de espelho
que mandam-me
embora
pra perto.
Pierre Tenório
sexta-feira, 19 de dezembro de 2014
não encantado
me espaço
fechado
calo entre os dedos
das mãos
descabaço;
cartões
não escritos
passeiam jardins
desfloridos
sorrisos,
vestidos de noiva
regados
buquês
de sórdidos
simples
porquês.
se o sim
que não ao não
dá
revoga
o ato
de se renovar
ingrato.
reponho-me
ao marco
remarco
desfatos
recortando
mandos
desmando
e disfarço.
expondo
ao mínimo
compondo
ao máximo.
Pierre Tenório
me espaço
fechado
calo entre os dedos
das mãos
descabaço;
cartões
não escritos
passeiam jardins
desfloridos
sorrisos,
vestidos de noiva
regados
buquês
de sórdidos
simples
porquês.
se o sim
que não ao não
dá
revoga
o ato
de se renovar
ingrato.
reponho-me
ao marco
remarco
desfatos
recortando
mandos
desmando
e disfarço.
expondo
ao mínimo
compondo
ao máximo.
Pierre Tenório
terça-feira, 16 de dezembro de 2014
DE OLHOS BEM FECHADOS
meus fantasmas gritam
em auroras silenciosas;
auroras escurecidas.
meus fantasmas silenciam
a clareza
dos crepúsculos luminosos
crepúsculos
inescrupulosos.
meus fantasmas riem
dos lagos sangrentos
que abrigam
meus olhos
de peixe.
meus fantasmas
fizeram escolhas
e agora são
árvores
despidas de folhas;
fogueiras juninas,
notas musicais,
páginas de bíblia
enrolando cigarrilhas,
páginas em branco
sem mais guerras
escritas.
meus fantasmas
estão presos
na liberdade
que desconheço.
Pierre Tenório
meus fantasmas gritam
em auroras silenciosas;
auroras escurecidas.
meus fantasmas silenciam
a clareza
dos crepúsculos luminosos
crepúsculos
inescrupulosos.
meus fantasmas riem
dos lagos sangrentos
que abrigam
meus olhos
de peixe.
meus fantasmas
fizeram escolhas
e agora são
árvores
despidas de folhas;
fogueiras juninas,
notas musicais,
páginas de bíblia
enrolando cigarrilhas,
páginas em branco
sem mais guerras
escritas.
meus fantasmas
estão presos
na liberdade
que desconheço.
Pierre Tenório
quinta-feira, 11 de dezembro de 2014
Ventos
falando
de mal gosto
não desgosto
das boas formas
quais enfrento.
não degusto
muitas vezes
quem me come
ou me olha
me comendo
quando mastigo.
me desfaço
dos quereres
bem amados
desfaleço
as alegrias
dos perfumes
amaciados por
água e
sabão.
sinto cheiro
de alegria
por não ser
perfeitamente
o sofrimento
de não te-lo
inteiramente
nessa rima
tão
de vida;
só sei não sei
que ao fim do fundo
não há fossas
nem há mundo
tudo que respira
nos varais
são roupas
limpas
esperando.
Pierre Tenório
falando
de mal gosto
não desgosto
das boas formas
quais enfrento.
não degusto
muitas vezes
quem me come
ou me olha
me comendo
quando mastigo.
me desfaço
dos quereres
bem amados
desfaleço
as alegrias
dos perfumes
amaciados por
água e
sabão.
sinto cheiro
de alegria
por não ser
perfeitamente
o sofrimento
de não te-lo
inteiramente
nessa rima
tão
de vida;
só sei não sei
que ao fim do fundo
não há fossas
nem há mundo
tudo que respira
nos varais
são roupas
limpas
esperando.
Pierre Tenório
segunda-feira, 8 de dezembro de 2014
sexta-feira, 5 de dezembro de 2014
FAMINTO
arco íris
escorre nas mãos;
escolho uma cor
para narrar todo
tremor
deste suposto
sem fim
ai de mim
se não falasse que
sinto muito
não tenho como evitar
vaidades
as letras
desmancham como
gala jorrada
porra
no vão das paredes
em redes
boquiabertas
como se fossem
algo que são
incontroláveis
dentro do meu pau
apaixonado
cu, braços, objetos ao redor
coisas assim
sem mim e
fim
abraços
imaginários
ventando;
oração
pelo que vem
de poema
em poema.
Pierre Tenório
arco íris
escorre nas mãos;
escolho uma cor
para narrar todo
tremor
deste suposto
sem fim
ai de mim
se não falasse que
sinto muito
não tenho como evitar
vaidades
as letras
desmancham como
gala jorrada
porra
no vão das paredes
em redes
boquiabertas
como se fossem
algo que são
incontroláveis
dentro do meu pau
apaixonado
cu, braços, objetos ao redor
coisas assim
sem mim e
fim
abraços
imaginários
ventando;
oração
pelo que vem
de poema
em poema.
Pierre Tenório
quarta-feira, 3 de dezembro de 2014
domingo, 30 de novembro de 2014
sexta-feira, 28 de novembro de 2014
terça-feira, 25 de novembro de 2014
segunda-feira, 24 de novembro de 2014
sexta-feira, 21 de novembro de 2014
quinta-feira, 20 de novembro de 2014
quinta-feira, 13 de novembro de 2014
domingo, 9 de novembro de 2014
sexta-feira, 7 de novembro de 2014
DISTRAÍDO
adivinhação:
não há
de vir
ações.
corpo
humano
cor por
pranto
derramado
ramado
amado
absurda
mente
abstraio
surda
raio
introspectiva
expectativa
extático
extinta
tinta
ex
amplo
contemplo
contenho
venho
boceta
peito
pinto
cometa
gameta
capeta
eita!
a pior sensação
é a SANÇÃO
dos teus
cabelos
pelos
elos
cu.
Pierre Tenório
adivinhação:
não há
de vir
ações.
corpo
humano
cor por
pranto
derramado
ramado
amado
absurda
mente
abstraio
surda
raio
introspectiva
expectativa
extático
extinta
tinta
ex
amplo
contemplo
contenho
venho
boceta
peito
pinto
cometa
gameta
capeta
eita!
a pior sensação
é a SANÇÃO
dos teus
cabelos
pelos
elos
cu.
Pierre Tenório
quinta-feira, 6 de novembro de 2014
terça-feira, 4 de novembro de 2014
domingo, 2 de novembro de 2014
PECADO
Regarei desfalecidos jardins
com pedregulhos e sementes
a espera não jaz em mim
como o veneno da serpente
que rastejando sobre as nuvens
carregadas de tempestades
devora dos raios o perfume
e a energia das divindades
fareja lambendo os ares
à espreita silenciosa
e de aquiles os calcanhares
beija como as rosas
numa cesta aguarda incauta
entregue à luz de frestas
anseia o som das flautas
dividindo o bem e o mal
vive e morre perdida
em sua dança pessoal.
Pierre Tenório
Regarei desfalecidos jardins
com pedregulhos e sementes
a espera não jaz em mim
como o veneno da serpente
que rastejando sobre as nuvens
carregadas de tempestades
devora dos raios o perfume
e a energia das divindades
fareja lambendo os ares
à espreita silenciosa
e de aquiles os calcanhares
beija como as rosas
numa cesta aguarda incauta
entregue à luz de frestas
anseia o som das flautas
dividindo o bem e o mal
vive e morre perdida
em sua dança pessoal.
Pierre Tenório
sexta-feira, 31 de outubro de 2014
memórias de gala
olhando as fitas de vídeo empoeiradas
e com cheiro de fitas de vídeo, percebo
que as coisas estão sem graça,
como uma vadia ri ou
quando você abre a caixa d'água
e ela está quase no fim.
cds arranhados não causam a mesma
euforia de limpa-los e paciência
para esperar o arranhão que não vem
ou piora
e as praças vazias não contém a violência
de quando eramos nobres nas praças vazias
violentas;
a casa está fechada
e na fachada os matos crescem
pela calçada, invadindo tudo.
as poucas fotografias narram
o que as lembranças agarram
do que não sobrou, mas
a fumaça dos cigarros
ainda causa efeito.
Pierre Tenório
olhando as fitas de vídeo empoeiradas
e com cheiro de fitas de vídeo, percebo
que as coisas estão sem graça,
como uma vadia ri ou
quando você abre a caixa d'água
e ela está quase no fim.
cds arranhados não causam a mesma
euforia de limpa-los e paciência
para esperar o arranhão que não vem
ou piora
e as praças vazias não contém a violência
de quando eramos nobres nas praças vazias
violentas;
a casa está fechada
e na fachada os matos crescem
pela calçada, invadindo tudo.
as poucas fotografias narram
o que as lembranças agarram
do que não sobrou, mas
a fumaça dos cigarros
ainda causa efeito.
Pierre Tenório
DOCES OU TRAVESSURAS
irei me aproximar
de todas as suas faces
jurando não me assustar
por mais que não observe
ternura em nenhuma delas
renovarei meus disfarces
em cada personalidade
existe um foragido
a cavalgar da cidade
para lugares perdidos
mas, para que se inventar
sobre qualquer perfeição?
se o dom de viver é busca
por mil transfigurações.
Pierre Tenório
irei me aproximar
de todas as suas faces
jurando não me assustar
por mais que não observe
ternura em nenhuma delas
renovarei meus disfarces
em cada personalidade
existe um foragido
a cavalgar da cidade
para lugares perdidos
mas, para que se inventar
sobre qualquer perfeição?
se o dom de viver é busca
por mil transfigurações.
Pierre Tenório
quinta-feira, 30 de outubro de 2014
EM NOME DO PÃO
Com todas as dúvidas implico em dizer mais uma vez;
de todas as putas que já amei ela foi a última
a tomar café da manhã.
não foi isso que me congelou ao frio do seu corpo
e sombra, certamente me viciei
na maneira como rasgou o verbo sobre minha pele
inebriada. penetrando os sentimentos todos da vida
como uma vacina
na parte mais rasa da alma indefesa.
a alma que dança cegamente
a alma que nunca cansa
aquela alma invisível que a gente
não imagina.
não resisti as lágrimas do corpo duro
que jorraram-lhe diretamente
aos olhos o raiar de um sorriso.
Puta que pariu, acabou o pão
e ela foi embora com fome
do nosso primeiro encontro.
Pierre Tenório
Com todas as dúvidas implico em dizer mais uma vez;
de todas as putas que já amei ela foi a última
a tomar café da manhã.
não foi isso que me congelou ao frio do seu corpo
e sombra, certamente me viciei
na maneira como rasgou o verbo sobre minha pele
inebriada. penetrando os sentimentos todos da vida
como uma vacina
na parte mais rasa da alma indefesa.
a alma que dança cegamente
a alma que nunca cansa
aquela alma invisível que a gente
não imagina.
não resisti as lágrimas do corpo duro
que jorraram-lhe diretamente
aos olhos o raiar de um sorriso.
Puta que pariu, acabou o pão
e ela foi embora com fome
do nosso primeiro encontro.
Pierre Tenório
domingo, 26 de outubro de 2014
COLHENDO FRUTAS PODRES
estalando os mesmos ossos
quase pude perceber
que a vida de tão rude
não irá nos esquecer
gentilmente leal
nunca ouviu-se igual
e já que a morte é tão falha
dar-se então mil gargalhadas
não ter significado
e transcender
entre os acasos
como ater conformidade
pra não mais sentir
vontade
de beber um suco fresco
com biscoitos de saudades.
Pierre Tenório
estalando os mesmos ossos
quase pude perceber
que a vida de tão rude
não irá nos esquecer
gentilmente leal
nunca ouviu-se igual
e já que a morte é tão falha
dar-se então mil gargalhadas
não ter significado
e transcender
entre os acasos
como ater conformidade
pra não mais sentir
vontade
de beber um suco fresco
com biscoitos de saudades.
Pierre Tenório
quarta-feira, 22 de outubro de 2014
DESINTOXICAÇÃO
Com todos os poros abertos
contra gotas de sentimentos
o que agora se faz tão podre
e de tão mal odor tormento
dançando de alma despida
o corpo implora partida
não há nada que umedeça
as cicatrizes dessa sombra
por mais incrível que pareça
transbordando por entre os rastros
perfumes voltam aos seus frascos.
Pierre Tenório
Com todos os poros abertos
contra gotas de sentimentos
o que agora se faz tão podre
e de tão mal odor tormento
dançando de alma despida
o corpo implora partida
não há nada que umedeça
as cicatrizes dessa sombra
por mais incrível que pareça
transbordando por entre os rastros
perfumes voltam aos seus frascos.
Pierre Tenório
terça-feira, 21 de outubro de 2014
quarta-feira, 15 de outubro de 2014
esperei o sono chegar alguma hora
entre um bocejo e outro eu pensava em
algo para escrever com sono,
não creio que vá conseguir
convencer
ou ser delicado
não creio que meu raciocínio
me permita
sair do meu raciocínio principal
bocejo
que é dormir
fazia tempo que não via o corujão
em mute
mas, não preciso ver
o sol nascer.
estou com tosse e
escrevi um projeto de retranca
abaixo,
conversei com alguém legal
ouvi joão pernambuco,
parece que estou escrevendo
uma carta de despedida,
não costumo vomitar tanto;
mas, posso começar a relatar coisas
em rascunho
o ensaio não foi legal.
t,Pierre
entre um bocejo e outro eu pensava em
algo para escrever com sono,
não creio que vá conseguir
convencer
ou ser delicado
não creio que meu raciocínio
me permita
sair do meu raciocínio principal
bocejo
que é dormir
fazia tempo que não via o corujão
em mute
mas, não preciso ver
o sol nascer.
estou com tosse e
escrevi um projeto de retranca
abaixo,
conversei com alguém legal
ouvi joão pernambuco,
parece que estou escrevendo
uma carta de despedida,
não costumo vomitar tanto;
mas, posso começar a relatar coisas
em rascunho
o ensaio não foi legal.
t,Pierre
APANHADOR DE PESADELOS
Afago-me ao travesseiro
relembrando pulso a pulso
inspiro nos rígidos músculos
teu corpo milagre terceiro
consagro lençóis de ausência
insônia, dor, auto-clemência
reverencio pesadelos
lamento não gozar escolha
meu exímio sonho é te-los
morrer em silente desejo
é adormecer sem um beijo.
Pierre Tenório
Afago-me ao travesseiro
relembrando pulso a pulso
inspiro nos rígidos músculos
teu corpo milagre terceiro
consagro lençóis de ausência
insônia, dor, auto-clemência
reverencio pesadelos
lamento não gozar escolha
meu exímio sonho é te-los
morrer em silente desejo
é adormecer sem um beijo.
Pierre Tenório
terça-feira, 14 de outubro de 2014
CAMISA DE FORÇA
procurei durante algumas
semanas e
encontrei este poema
que escrevo em despedida;
nele posso passar alguns
dias de férias
algumas pílulas
também há flores
talvez flores
artificiais
e naturais misturadas,
algumas orações,
canções e
lembranças.
nele está a fazenda
cavalos e vacas e porcos
e lago.
em despedida a tristeza
escrevo sobre a vida
real
que vejo no brilho
do semblante dos manequins
das vitrines
em liquidação,
enquanto me despeço da cidade
sinto cheiro e as cores
da calmaria.
sorte no jogo
Pierre Tenório
procurei durante algumas
semanas e
encontrei este poema
que escrevo em despedida;
nele posso passar alguns
dias de férias
algumas pílulas
também há flores
talvez flores
artificiais
e naturais misturadas,
algumas orações,
canções e
lembranças.
nele está a fazenda
cavalos e vacas e porcos
e lago.
em despedida a tristeza
escrevo sobre a vida
real
que vejo no brilho
do semblante dos manequins
das vitrines
em liquidação,
enquanto me despeço da cidade
sinto cheiro e as cores
da calmaria.
sorte no jogo
Pierre Tenório
domingo, 12 de outubro de 2014
VARAL
o elástico das cuecas está bem
folgado
sinto muito amarrar as calças
com fitas de cetim desfiadas
onde estão os corpos
onde está o nome santo
onde estão as interrogações
onde estou
no começo da ponte
recém-casada
buraco negro
na lama
iluminada
nadando
afogado.
sinto muitas contrações
mas, meu filho está
morto
se mexendo
dentro
da cabeça,
preciso vomitar
mais um pouco
de leite
no buraco
preto
onde vejo
além do menos.
Pierre Tenório
o elástico das cuecas está bem
folgado
sinto muito amarrar as calças
com fitas de cetim desfiadas
onde estão os corpos
onde está o nome santo
onde estão as interrogações
onde estou
no começo da ponte
recém-casada
buraco negro
na lama
iluminada
nadando
afogado.
sinto muitas contrações
mas, meu filho está
morto
se mexendo
dentro
da cabeça,
preciso vomitar
mais um pouco
de leite
no buraco
preto
onde vejo
além do menos.
Pierre Tenório
sexta-feira, 10 de outubro de 2014
segunda-feira, 6 de outubro de 2014
domingo, 5 de outubro de 2014
sexta-feira, 3 de outubro de 2014
O SILÊNCIO DE VIRGÍNIA
Virgínia saiu disposta
a trucidar seu amante,
despindo o doce semblante.
Das tripas fez um colar;
batom vermelho de sangue,
brincos de olhos, um par.
Com a pele fez um vestido,
quebrou dois ossos, os saltos,
seu sentimento ferino.
Queria se sentir linda
plenamente amada,
de ódio estava banhada.
O nariz tornou-se pingente
a rodopiar o pescoço
que a meses não sentia dentes.
Das panturrilhas fez travesseiros
com as orelhas um tapa olhos,
pra não enxergar terceiros.
Jogou fora o fígado alcoólatra
jogou fora os pés calçados
jogou fora os pensamentos;
cérebro despetalado.
O coração pôs num relicário
para o amor ficar para sempre
inteiramente intacto.
Costurou a boca em sua vagina
virginiana e para sempre
silenciada.
Pierre Tenório
Virgínia saiu disposta
a trucidar seu amante,
despindo o doce semblante.
Das tripas fez um colar;
batom vermelho de sangue,
brincos de olhos, um par.
Com a pele fez um vestido,
quebrou dois ossos, os saltos,
seu sentimento ferino.
Queria se sentir linda
plenamente amada,
de ódio estava banhada.
O nariz tornou-se pingente
a rodopiar o pescoço
que a meses não sentia dentes.
Das panturrilhas fez travesseiros
com as orelhas um tapa olhos,
pra não enxergar terceiros.
Jogou fora o fígado alcoólatra
jogou fora os pés calçados
jogou fora os pensamentos;
cérebro despetalado.
O coração pôs num relicário
para o amor ficar para sempre
inteiramente intacto.
Costurou a boca em sua vagina
virginiana e para sempre
silenciada.
Pierre Tenório
quinta-feira, 2 de outubro de 2014
ESTATI(STI)CO
lembro-me como hoje da vez que tentaram me matar,
o que era para ser uma noite de sexo casual com algum
desconhecido,
tornou-se a noite mais importante da minha vida medíocre.
eu estava prestes a descobrir que objetos não tem sentimentos,
mas, transbordam emoções.
era incrível o ódio que ele me batia insistentemente, eu que só
queria ama-lo um pouco, como amo meu abajur;
não sentia dor alguma, nem esboçava qualquer tipo de reação,
nem mesmo quando minha roupa foi inteiramente rasgada,
asfixia barata, ou quando um cabo de vassoura foi introduzido
em meu orifício analítico e meu corpo serviu como tela para
uma obra defeca;
sofria pacificamente, como quem já perdeu a guerra.
apelei pra virgem maria em algum momento, não sei se ela interviu
mas, com certeza o pároco diria que eu estava pagando os meus
pecados.
prefiro acreditar que tenho poderes mágicos e que
o meu silêncio me salvou.
não, esta não é uma história de superação e
está longe de ser.
quando comecei a amar pessoas, descobri que não há muita
diferença entre elas e o agressor homofóbico,
(que fora assassinado meses depois)
ele foi perverso e verdadeiro em suas atitudes;
queria acabar comigo.
os (poucos) caras que amei até hoje depois do incidente
beijaram-me o corpo, escreveram poemas, me deram presentes,
fizeram acreditar que eu era realmente importante;
e acabaram comigo,
espancaram os meus sentimentos.
a noite mais importante da minha vida medíocre;
a noite em que me tornei objeto.
Pierre Tenório
lembro-me como hoje da vez que tentaram me matar,
o que era para ser uma noite de sexo casual com algum
desconhecido,
tornou-se a noite mais importante da minha vida medíocre.
eu estava prestes a descobrir que objetos não tem sentimentos,
mas, transbordam emoções.
era incrível o ódio que ele me batia insistentemente, eu que só
queria ama-lo um pouco, como amo meu abajur;
não sentia dor alguma, nem esboçava qualquer tipo de reação,
nem mesmo quando minha roupa foi inteiramente rasgada,
asfixia barata, ou quando um cabo de vassoura foi introduzido
em meu orifício analítico e meu corpo serviu como tela para
uma obra defeca;
sofria pacificamente, como quem já perdeu a guerra.
apelei pra virgem maria em algum momento, não sei se ela interviu
mas, com certeza o pároco diria que eu estava pagando os meus
pecados.
prefiro acreditar que tenho poderes mágicos e que
o meu silêncio me salvou.
não, esta não é uma história de superação e
está longe de ser.
quando comecei a amar pessoas, descobri que não há muita
diferença entre elas e o agressor homofóbico,
(que fora assassinado meses depois)
ele foi perverso e verdadeiro em suas atitudes;
queria acabar comigo.
os (poucos) caras que amei até hoje depois do incidente
beijaram-me o corpo, escreveram poemas, me deram presentes,
fizeram acreditar que eu era realmente importante;
e acabaram comigo,
espancaram os meus sentimentos.
a noite mais importante da minha vida medíocre;
a noite em que me tornei objeto.
Pierre Tenório
terça-feira, 30 de setembro de 2014
MAIS UM POEMA RIDÍCULO
sonhei comigo mesma
me masturbei por horas
joguei xadrez sozinha
sem discos na vitrola
beijei muitos espelhos
brindei taças de lágrimas
raspei os meus cabelos
bonita te esperava
jantei a luz de velas
rocei o pé na perna
da cadeira vazia
que na mesa te espera
amaldiçoo teu nome
pela milésima vez
nenhum demônio escuta
a minha insensatez
bendito seja teu nome
por uma única chance
de caso deuses existam
trazerem tu, meu calmante
tornei-me um ser inerte
por nada tenho apreço
envio gardênias murchas
para meu próprio endereço
nunca irei ao cinema
nem tocarei violão
não cantarei para os muros
que isolam os corações
perdida num labirinto
relembro aquele perfume
fatio os meus instintos
catana sem nenhum gume.
Pierre Tenório
sonhei comigo mesma
me masturbei por horas
joguei xadrez sozinha
sem discos na vitrola
beijei muitos espelhos
brindei taças de lágrimas
raspei os meus cabelos
bonita te esperava
jantei a luz de velas
rocei o pé na perna
da cadeira vazia
que na mesa te espera
amaldiçoo teu nome
pela milésima vez
nenhum demônio escuta
a minha insensatez
bendito seja teu nome
por uma única chance
de caso deuses existam
trazerem tu, meu calmante
tornei-me um ser inerte
por nada tenho apreço
envio gardênias murchas
para meu próprio endereço
nunca irei ao cinema
nem tocarei violão
não cantarei para os muros
que isolam os corações
perdida num labirinto
relembro aquele perfume
fatio os meus instintos
catana sem nenhum gume.
Pierre Tenório
segunda-feira, 29 de setembro de 2014
REVOLTO
exclui os teus rascunhos
quebrei pratos na cozinha
ignorei testemunhos
de tantas línguas vizinhas
bloqueei os teus recados
o cheiro insiste em vingar
tingi até os retalhos
que querem nos remendar
todos os artefatos
das lembranças que restaram
nunca serão apagados
recolherei os destroços
sem lágrimas nos olhos
e nada mais será nosso.
Pierre Tenório
exclui os teus rascunhos
quebrei pratos na cozinha
ignorei testemunhos
de tantas línguas vizinhas
bloqueei os teus recados
o cheiro insiste em vingar
tingi até os retalhos
que querem nos remendar
todos os artefatos
das lembranças que restaram
nunca serão apagados
recolherei os destroços
sem lágrimas nos olhos
e nada mais será nosso.
Pierre Tenório
sábado, 27 de setembro de 2014
GAME STATION
por sorte
ou destino
um anjo maligno
cruzou meu caminho
forma de mulher
coração de pedro,
judas, mateus
maria, josé.
do sexo, escrava
sadomasoquista
supervisionava
varões sem conquista
para meus fetiches
saírem dos planos
sempre estaria
debaixo dos panos
com cada joão
que se envolveria
mais uma cabeça
num prato traria
matar o amor
é sua função
ainda há quem diga
que existe cão.
Pierre Tenório
por sorte
ou destino
um anjo maligno
cruzou meu caminho
forma de mulher
coração de pedro,
judas, mateus
maria, josé.
do sexo, escrava
sadomasoquista
supervisionava
varões sem conquista
para meus fetiches
saírem dos planos
sempre estaria
debaixo dos panos
com cada joão
que se envolveria
mais uma cabeça
num prato traria
matar o amor
é sua função
ainda há quem diga
que existe cão.
Pierre Tenório
sexta-feira, 26 de setembro de 2014
quinta-feira, 25 de setembro de 2014
quarta-feira, 24 de setembro de 2014
SONETERNO
comecei desenhar um romance
baseado em história real
o antagonista sou eu
no papel do bem e do mal
nele alumiam feitiços
não há começo nem fim.
antigas bruxas e magos
almas unidas a mim
um caos de exatidão
devorado por subjetivos
pretextos de interrogações
tudo está (quase) descrito
ao findar, folhas secas
silêncio desaparecido.
Pierre Tenório
comecei desenhar um romance
baseado em história real
o antagonista sou eu
no papel do bem e do mal
nele alumiam feitiços
não há começo nem fim.
antigas bruxas e magos
almas unidas a mim
um caos de exatidão
devorado por subjetivos
pretextos de interrogações
tudo está (quase) descrito
ao findar, folhas secas
silêncio desaparecido.
Pierre Tenório
sexta-feira, 19 de setembro de 2014
Disseram que não encontrarias o caminho de volta, apesar de tudo estar claro pelas paisagens que percorres tão convicta das próprias vontades e viciada nas minhas.
Tuas mãos exercem poder, mas não consegues sequer amarrar os sapatos.
Apesar de não estar perdida, tu não te encontras em nada
se não em si ou ali perto daquele quadro.
Vens a mim em busca dos teus pecados ou
de um deus mais humano?
Vou acender um cigarro.
Eu sabia que estavas vivendo de saudade, mas, as gavetas estão abertas
e lá tudo escrito e perdido, não há mais nada que possa ser desfeito.
Não se queima o abstrato lançado ao universo, lembra?
Logo será uma mulher independente de qualquer coisa.
Teu engasgo não me engana; faz tanto tempo.
Desconfio que depois de tantos anos sozinha ainda insista
em trancar as malditas portas do guarda-roupa.
Lembra essa música?
Embriagada, caindo em meus braços derramada;
Brindamos com os inimigos;
sorrimos para os peregrinos ao alvorecer,
choramos e dormimos nus
o tempo parou
e fizemos de conta...
fizemos de conta.
Pega aquela marica, ali.
Me disseram que estás louca, mas, não existe loucura maior do que estar perdido, meu amor.
O descontentamento de não visitar alguma de tuas províncias me torna prisioneiro a esmo.
A ansiedade de me ver enjoado dos teus vícios, contemplando o nosso amor sendo gasto, quase jogado fora, não é maior do que a esperança de reinventa-lo. Estamos velhos.
Só assim eu poderia me amar um pouco mais,
largar os cigarros e beber três litros d’agua por dia.
Consigo enxergar um universo aí dentro, logo eu, que fico sempre por fora.
E estás aqui.
Pierre Tenório
Tuas mãos exercem poder, mas não consegues sequer amarrar os sapatos.
Apesar de não estar perdida, tu não te encontras em nada
se não em si ou ali perto daquele quadro.
Vens a mim em busca dos teus pecados ou
de um deus mais humano?
Vou acender um cigarro.
Eu sabia que estavas vivendo de saudade, mas, as gavetas estão abertas
e lá tudo escrito e perdido, não há mais nada que possa ser desfeito.
Não se queima o abstrato lançado ao universo, lembra?
Logo será uma mulher independente de qualquer coisa.
Teu engasgo não me engana; faz tanto tempo.
Desconfio que depois de tantos anos sozinha ainda insista
em trancar as malditas portas do guarda-roupa.
Lembra essa música?
Embriagada, caindo em meus braços derramada;
Brindamos com os inimigos;
sorrimos para os peregrinos ao alvorecer,
choramos e dormimos nus
o tempo parou
e fizemos de conta...
fizemos de conta.
Pega aquela marica, ali.
Me disseram que estás louca, mas, não existe loucura maior do que estar perdido, meu amor.
O descontentamento de não visitar alguma de tuas províncias me torna prisioneiro a esmo.
A ansiedade de me ver enjoado dos teus vícios, contemplando o nosso amor sendo gasto, quase jogado fora, não é maior do que a esperança de reinventa-lo. Estamos velhos.
Só assim eu poderia me amar um pouco mais,
largar os cigarros e beber três litros d’agua por dia.
Consigo enxergar um universo aí dentro, logo eu, que fico sempre por fora.
E estás aqui.
Pierre Tenório
quarta-feira, 17 de setembro de 2014
telepático
irei penetrar teu cérebro
brincar com os neurônios
fazer com que meus poemas
façam sentido em teus sonhos
chegar pelo cerebelo
pra te sentir por completo
lerei teus pensamentos
tu escreverás os meus
mais insanos momentos
apagarei teus planos
nas noites frias de escuro
serei o mais puro conto
erótico de amor.
Pierre Tenório
terça-feira, 16 de setembro de 2014
dublê
não se mede o prazo
que a bala dança
sem nenhum atraso
na atmosfera
querida
não se compra
nem se compara
descompassada
passa
abalada
desafinada
desafiada
desatinada
desata
vara
plana
rasga
fura
clara
chama
raspa
cura
dentro
deixa marca
tempo fecha
demarca
ilimita
elimina
o instante
restante;
não esqueça
o sentimento
de quem é
figurante.
Pierre Tenório
não se mede o prazo
que a bala dança
sem nenhum atraso
na atmosfera
querida
não se compra
nem se compara
descompassada
passa
abalada
desafinada
desafiada
desatinada
desata
vara
plana
rasga
fura
clara
chama
raspa
cura
dentro
deixa marca
tempo fecha
demarca
ilimita
elimina
o instante
restante;
não esqueça
o sentimento
de quem é
figurante.
Pierre Tenório
quinta-feira, 11 de setembro de 2014
segunda-feira, 8 de setembro de 2014
domingo, 7 de setembro de 2014
sábado, 6 de setembro de 2014
MALDIÇÃO
se poderes
te pudessem;
mil porções
de mim estivessem
em ti
meu bem
estar
estaria.
grades de olfato
prendendo os sonhos
sapatos novos
abrigo em plantas
fios de lágrimas
saudades vãs
lembranças
lãs.
abismos leves
sangue invisível
da fraca força
esconderijos
mãos mal lavadas
pés descartáveis
asas pesadas
nervos mutáveis.
se o preso é belo
príncipe preto
branco amarelo
verde vermelho
cores em ternos
de arco íris
olhos atentos
ao vento.
Pierre Tenório
se poderes
te pudessem;
mil porções
de mim estivessem
em ti
meu bem
estar
estaria.
grades de olfato
prendendo os sonhos
sapatos novos
abrigo em plantas
fios de lágrimas
saudades vãs
lembranças
lãs.
abismos leves
sangue invisível
da fraca força
esconderijos
mãos mal lavadas
pés descartáveis
asas pesadas
nervos mutáveis.
se o preso é belo
príncipe preto
branco amarelo
verde vermelho
cores em ternos
de arco íris
olhos atentos
ao vento.
Pierre Tenório
terça-feira, 2 de setembro de 2014
GALOPES
a noite cavalga perigosa
enquanto os
deuses descansam;
a noite é o próprio
cavalo
dentro do nosso corpo
e órgãos,
alguns drinques
e diarreias
proferidas pela
boca e
diafragma,
o olho do meu cu
não aguenta ouvir
tanta água suja.
há quem diga
que somos pessoas
más, também há quem
nos deseje a morte,
e quem não entenda nada,
nem signifique nada
nem deseje bom dia
há quem seja mau;
e mal educado.
cargas positivas
e negativas
quem escreva
e quem leia
quem sorria
para flores
e converse com
cachorros
alimente
macaquinhos
roube sonhos.
há quem rime com você.
há quem o nosso dia estrague
e quem destrua a própria vida
há mestres
e rádios.
há quem construa.
há belos mistérios;
também
hipócritas sorridentes
que alimentam
nossas fraquezas
e te esfaqueiam
pelos brônquios
mas, também
há dias de sorte;
quem salve
e quem tu salves,
e a noite
há também
cavalos
sem cavaleiros.
Pierre Tenório
a noite cavalga perigosa
enquanto os
deuses descansam;
a noite é o próprio
cavalo
dentro do nosso corpo
e órgãos,
alguns drinques
e diarreias
proferidas pela
boca e
diafragma,
o olho do meu cu
não aguenta ouvir
tanta água suja.
há quem diga
que somos pessoas
más, também há quem
nos deseje a morte,
e quem não entenda nada,
nem signifique nada
nem deseje bom dia
há quem seja mau;
e mal educado.
cargas positivas
e negativas
quem escreva
e quem leia
quem sorria
para flores
e converse com
cachorros
alimente
macaquinhos
roube sonhos.
há quem rime com você.
há quem o nosso dia estrague
e quem destrua a própria vida
há mestres
e rádios.
há quem construa.
há belos mistérios;
também
hipócritas sorridentes
que alimentam
nossas fraquezas
e te esfaqueiam
pelos brônquios
mas, também
há dias de sorte;
quem salve
e quem tu salves,
e a noite
há também
cavalos
sem cavaleiros.
Pierre Tenório
segunda-feira, 1 de setembro de 2014
OVOS FRITOS
atearam fogo
num caminhão
carregado
de doces
em praça pública
com todos dentro
doces queimados
a fumaça deixou
as velhinhas
as crianças
professoras
esperanças
nos galhos
e cachorros
e gatos
vendo tudo
diferente
colorido
der
re
ti
do
o motorista
saiu correndo
tirando a roupa
e mergulhou
na fonte
do centro
em frente
a igreja
o padre
achando lindo
entrou na dança
abriu a roda
e pôs-se
a rodar
na ciranda
felicidade era
coisa fina
quase obra prima
caminhão em chamas
quase tudo em brasa
só restou o cara
da lanchonete
que ateou fogo
no caminhão
cheio de
doces
triste
e sozinho
com uma máscara
de gás.
Pierre Tenório
atearam fogo
num caminhão
carregado
de doces
em praça pública
com todos dentro
doces queimados
a fumaça deixou
as velhinhas
as crianças
professoras
esperanças
nos galhos
e cachorros
e gatos
vendo tudo
diferente
colorido
der
re
ti
do
o motorista
saiu correndo
tirando a roupa
e mergulhou
na fonte
do centro
em frente
a igreja
o padre
achando lindo
entrou na dança
abriu a roda
e pôs-se
a rodar
na ciranda
felicidade era
coisa fina
quase obra prima
caminhão em chamas
quase tudo em brasa
só restou o cara
da lanchonete
que ateou fogo
no caminhão
cheio de
doces
triste
e sozinho
com uma máscara
de gás.
Pierre Tenório
domingo, 31 de agosto de 2014
sábado, 30 de agosto de 2014
VENDAR
flutuara
em atmosfera
distante
astronauta
em paralelos
de sentir
adiante.
não quero ser deus,
sim eu.
não quero ser eu,
sim deuses.
não quero perder
ganhando a face,
nem quero ganhar
perdendo a classe
[equilíbrio eloquente;
palinóia inerente]
não quero chorar;
orvalho.
não quero sorrir
trancado.
só sei o que quero
quando não sei.
Pierre Tenório
flutuara
em atmosfera
distante
astronauta
em paralelos
de sentir
adiante.
não quero ser deus,
sim eu.
não quero ser eu,
sim deuses.
não quero perder
ganhando a face,
nem quero ganhar
perdendo a classe
[equilíbrio eloquente;
palinóia inerente]
não quero chorar;
orvalho.
não quero sorrir
trancado.
só sei o que quero
quando não sei.
Pierre Tenório
sexta-feira, 29 de agosto de 2014
amor de cão
tenho dois amigos
cães
que me levam para casa
me lambem
e rasgam minha roupa
sem querer
não falam nada
mas, fazem sentir
como muitas
mães
não.
tenho mais de três amigos
cães
uma delas já pariu
tantas vezes
que não consegue
carregar suas tetas
de tanto
amor, para dar
como muitos
amantes
não.
outro, morreu
de doença, sofrido
incompreendido,
bem cuidado e
amamentado
como muitos
outros
não.
a outra
foi sacrificada
morta e
sepultada.
filhotes adotados
alguns
tão bem cuidados
tantos
amargurados.
os que vivem
nas ruas, são
os meus amigos
marginalizados.
como é bom
ser cão,
nesse mundo
humano.
Pierre Tenório
tenho dois amigos
cães
que me levam para casa
me lambem
e rasgam minha roupa
sem querer
não falam nada
mas, fazem sentir
como muitas
mães
não.
tenho mais de três amigos
cães
uma delas já pariu
tantas vezes
que não consegue
carregar suas tetas
de tanto
amor, para dar
como muitos
amantes
não.
outro, morreu
de doença, sofrido
incompreendido,
bem cuidado e
amamentado
como muitos
outros
não.
a outra
foi sacrificada
morta e
sepultada.
filhotes adotados
alguns
tão bem cuidados
tantos
amargurados.
os que vivem
nas ruas, são
os meus amigos
marginalizados.
como é bom
ser cão,
nesse mundo
humano.
Pierre Tenório
PURGATÓRIO
Pude sentir a ira nas expressões faciais daquela mulher,
de uma hora pra outra ela batia o martelo com mais força,
o prego caía e ela continuava batendo com força o martelo,
até quebrar as paredes.
E nas paredes do deserto ensolarado por SETE DIAS E SETE DIAS,
SEM NOITES, me tornei uma sombra escura e maldita, perseguida
por corpos a procura de uma, como quem corre do sol de um
dia-meio
corrido, sem teto e
sem tato.
Ela faz de conta, sorri e corre pelos campos secos
até que sedenta, senta sobre uma linda pedra preciosa
sem nenhum valor e adormece;
sonha com uma noite inteira
procurando conchas, pois havia um
mar;
de pesadelo bebe um pouco daquela água
salgada e sorri de si
e do deserto de si.
Acorda no sétimo dia, rastejante
a procura de uma sobra de parede que
a trouxesse sombra, mas, a ultima que restava,
ela derrubou com uma
martelada;
antes de morrer
Pierre Tenório
Pude sentir a ira nas expressões faciais daquela mulher,
de uma hora pra outra ela batia o martelo com mais força,
o prego caía e ela continuava batendo com força o martelo,
até quebrar as paredes.
E nas paredes do deserto ensolarado por SETE DIAS E SETE DIAS,
SEM NOITES, me tornei uma sombra escura e maldita, perseguida
por corpos a procura de uma, como quem corre do sol de um
dia-meio
corrido, sem teto e
sem tato.
Ela faz de conta, sorri e corre pelos campos secos
até que sedenta, senta sobre uma linda pedra preciosa
sem nenhum valor e adormece;
sonha com uma noite inteira
procurando conchas, pois havia um
mar;
de pesadelo bebe um pouco daquela água
salgada e sorri de si
e do deserto de si.
Acorda no sétimo dia, rastejante
a procura de uma sobra de parede que
a trouxesse sombra, mas, a ultima que restava,
ela derrubou com uma
martelada;
antes de morrer
Pierre Tenório
sexta-feira, 22 de agosto de 2014
ABISSAL
inerte
em meio aos escombros
relembro
o final dos contos
que escrevi.
deleto
inícios
e iniciais;
insulto
os meios
dos meus enredos,
desesperado
desprezo
o tempo
e os vãs momentos
que não vivi.
quebraste a casa
e minha cara
rasgaste as roupas
e minha tara;
meu coração
ficou
intacto.
Pierre Tenório
inerte
em meio aos escombros
relembro
o final dos contos
que escrevi.
deleto
inícios
e iniciais;
insulto
os meios
dos meus enredos,
desesperado
desprezo
o tempo
e os vãs momentos
que não vivi.
quebraste a casa
e minha cara
rasgaste as roupas
e minha tara;
meu coração
ficou
intacto.
Pierre Tenório
quarta-feira, 20 de agosto de 2014
sábado, 16 de agosto de 2014
SONETO ELEITORAL
destruí minhas coroas
pés descalços sob o trono
decretando o que não soa
em discursos enfadonhos.
desisti deste reinado
em suicida estratégia,
poder sobre a humanidade
transmutou-se em tragédia?
toda forma de atacar
diluída no massacre
do perigo de votar;
toda forma de abrigo
construída a partir
de um coração sem partido.
Pierre Tenório
destruí minhas coroas
pés descalços sob o trono
decretando o que não soa
em discursos enfadonhos.
desisti deste reinado
em suicida estratégia,
poder sobre a humanidade
transmutou-se em tragédia?
toda forma de atacar
diluída no massacre
do perigo de votar;
toda forma de abrigo
construída a partir
de um coração sem partido.
Pierre Tenório
terça-feira, 12 de agosto de 2014
CU ILUMIALADO
atravessei a rua, olhei para as luzes dos postes,
desconfiado, esperando elas acenderem, mijei nos postes
tentei beija-los, mas eles eram de concreto,
mentes de concreto, olhos de concreto;
com o cérebro congelado, pensava pela cabeça das lampadas,
lampadas comuns, de poste, a maioria apagada ou cheias de luz.
cruzei uma rua onde nenhuma estava acesa, meus pensamentos
ficaram parecendo uma névoa e enquanto dormia, na cabeça
do meu pau existia um pensamento acordado e deserto: a sombra
que assombrou o meu coração tão povoado, que espantou o espíritos
e almas penadas, que purificou e amaldiçoou o meu encanto; e me encantou.
fiquei a noite inteira te procurando pelos postes,
quebrei as luzes de alguns
com pedras preciosas e pensamentos predadores.
enquanto escalava vagarosamente aquele poste em busca de
um feixe de foco, pensava o que era realmente necessário fotografar,
observei a cidade enquanto apagava as luzes dos postes, de um por um,
igual velas de aniversário.
arranquei, desenroscando a luz daquele poste
e tive uma ideia brilhante:
imediatamente eu era vaga-lume sobrevoando a escuridão.
Pierre Tenório
atravessei a rua, olhei para as luzes dos postes,
desconfiado, esperando elas acenderem, mijei nos postes
tentei beija-los, mas eles eram de concreto,
mentes de concreto, olhos de concreto;
com o cérebro congelado, pensava pela cabeça das lampadas,
lampadas comuns, de poste, a maioria apagada ou cheias de luz.
cruzei uma rua onde nenhuma estava acesa, meus pensamentos
ficaram parecendo uma névoa e enquanto dormia, na cabeça
do meu pau existia um pensamento acordado e deserto: a sombra
que assombrou o meu coração tão povoado, que espantou o espíritos
e almas penadas, que purificou e amaldiçoou o meu encanto; e me encantou.
fiquei a noite inteira te procurando pelos postes,
quebrei as luzes de alguns
com pedras preciosas e pensamentos predadores.
enquanto escalava vagarosamente aquele poste em busca de
um feixe de foco, pensava o que era realmente necessário fotografar,
observei a cidade enquanto apagava as luzes dos postes, de um por um,
igual velas de aniversário.
arranquei, desenroscando a luz daquele poste
e tive uma ideia brilhante:
imediatamente eu era vaga-lume sobrevoando a escuridão.
Pierre Tenório
segunda-feira, 11 de agosto de 2014
terça-feira, 5 de agosto de 2014
segunda-feira, 4 de agosto de 2014
QUALQUER PESSOA PODE ESCREVER UM POEMA DE AMOR
Na primeira vez que eu falei
te amo, proferindo as palavras
mágicas, não sabia o que dizia.
Na segunda vez, pensei;
te amo, e trocamos os corpos
numa intimidade total.
Na terceira vez decidi escrever
te amo, e sacrifiquei-o
nas dobras de um bilhete.
Agora entendo a lei Maria da Penha.
Pierre Tenório
Na primeira vez que eu falei
te amo, proferindo as palavras
mágicas, não sabia o que dizia.
Na segunda vez, pensei;
te amo, e trocamos os corpos
numa intimidade total.
Na terceira vez decidi escrever
te amo, e sacrifiquei-o
nas dobras de um bilhete.
Agora entendo a lei Maria da Penha.
Pierre Tenório
sábado, 2 de agosto de 2014
todas as palavras que eu poderia;
poderio;
pernas, artigo;
asas voam e naufragam;
como naufragarei destino
sem inventar palavras
dentro?
por mais que eu perca.
e ponto.
três pontos e o sol,
selvagens folhas verdes.
lágrimas dentro de vasos frágeis;
me sinto leve.
é... s
velho e não me serves
para tudo
fechado num buraco ;
branco de ilusões, sãs.
quero que você fique assim,
bem salvo, dentro do meu aquário,
hahahaha
brincadeira, aquele peixe me levou;
puxou o barco, me afogou,
morri de rir
enquanto te salvava, seu idiota.
idiota...
ilusões são tão
tudo ou nada, pq
te amo.
meu pênis adora beijar
tua boca. sou quase
2;
enquanto a salvação
é o amor que sinto tão.
Pierre Tenório
poderio;
pernas, artigo;
asas voam e naufragam;
como naufragarei destino
sem inventar palavras
dentro?
por mais que eu perca.
e ponto.
três pontos e o sol,
selvagens folhas verdes.
lágrimas dentro de vasos frágeis;
me sinto leve.
é... s
velho e não me serves
para tudo
fechado num buraco ;
branco de ilusões, sãs.
quero que você fique assim,
bem salvo, dentro do meu aquário,
hahahaha
brincadeira, aquele peixe me levou;
puxou o barco, me afogou,
morri de rir
enquanto te salvava, seu idiota.
idiota...
ilusões são tão
tudo ou nada, pq
te amo.
meu pênis adora beijar
tua boca. sou quase
2;
enquanto a salvação
é o amor que sinto tão.
Pierre Tenório
segunda-feira, 28 de julho de 2014
domingo, 27 de julho de 2014
sábado, 26 de julho de 2014
CARDÁPIO DO DIA
Ela queria um poema mais que a ele.
Ele escrevia às moscas, menos para ela.
Ela o tinha nos lábios, mãos e cabelos.
Ele roçava as mãos na caneta,
mas, não saia nada sobre ela.
Ela sorria enquanto triste
lavava os pratos do almoço.
Ele comia.
Certo dia, ela pediu um poema só dela.
Ele inventou todo amor que sentia;
enquanto ela lia,
tudo se perdia.
Pierre Tenório
Ela queria um poema mais que a ele.
Ele escrevia às moscas, menos para ela.
Ela o tinha nos lábios, mãos e cabelos.
Ele roçava as mãos na caneta,
mas, não saia nada sobre ela.
Ela sorria enquanto triste
lavava os pratos do almoço.
Ele comia.
Certo dia, ela pediu um poema só dela.
Ele inventou todo amor que sentia;
enquanto ela lia,
tudo se perdia.
Pierre Tenório
terça-feira, 15 de julho de 2014
MAL DE AZAR
Esqueci a sorte
dentro do cesto
de roupas sujas.
Juntei tristezas
fora do eixo
das ditas cujas
palavras míseras
que imploravam
milhões de juras.
Tão esquecidas
páginas brancas
são minha cura.
Amanheceu e
ainda esquecido,
lavei as roupas
enquanto lembrava
de quando as tiraste;
da blusa ao short.
Foste embora
pra minha sorte,
lavando tudo.
Pierre Tenório
Esqueci a sorte
dentro do cesto
de roupas sujas.
Juntei tristezas
fora do eixo
das ditas cujas
palavras míseras
que imploravam
milhões de juras.
Tão esquecidas
páginas brancas
são minha cura.
Amanheceu e
ainda esquecido,
lavei as roupas
enquanto lembrava
de quando as tiraste;
da blusa ao short.
Foste embora
pra minha sorte,
lavando tudo.
Pierre Tenório
sábado, 12 de julho de 2014
estava pensando em ti.
esquecer
a tempo em contra tempos
procuro nos esconderijos
e demonstro pelos caminhos
nas arestas, perto das teias
das aranhas,
disperso.
nos olhos, olho e
devoro os votos
de quaisquer seres
selvagens em cumbias;
te escrevo e
esqueço tudo.
dentro do vazio
que me lembro de
aflorar.
fora dos dejetos
que esqueço
de regar.
sinto o cheiro do meu chulé
enquanto abstraio os remorsos
de te perder por entre as estradas
benditas dos sorrisos;
labirinto constante
me leva pra casa, encontro em
mim mesmo as minhas torturas,
desencontros marcados.
o meu olho furado
observa
e conserva em pedras
de gelo
os ventos.
te encontro no espelho.
Pierre Tenório
esquecer
a tempo em contra tempos
procuro nos esconderijos
e demonstro pelos caminhos
nas arestas, perto das teias
das aranhas,
disperso.
nos olhos, olho e
devoro os votos
de quaisquer seres
selvagens em cumbias;
te escrevo e
esqueço tudo.
dentro do vazio
que me lembro de
aflorar.
fora dos dejetos
que esqueço
de regar.
sinto o cheiro do meu chulé
enquanto abstraio os remorsos
de te perder por entre as estradas
benditas dos sorrisos;
labirinto constante
me leva pra casa, encontro em
mim mesmo as minhas torturas,
desencontros marcados.
o meu olho furado
observa
e conserva em pedras
de gelo
os ventos.
te encontro no espelho.
Pierre Tenório
insisto em descer aquelas escadas
que desci ontem;
estive em saltos altos e
desci as mesmas escadas
que desci ontem as mesmas.
No entanto, as escadas
mesmas; de manhã
escadas descidas
de manhãs mesmas,
eram escadas... e pecados.
(espera um pouco); as manhãs
eram as mesmas manhãs
sob as escadas,
nas despertas manhãs sobre
(os sonhos)
escadas, pelo amor
dos deuses, por mais que eu suba
e desça, estarão lá
as nossas mesmas.
Pierre Tenório
que desci ontem;
estive em saltos altos e
desci as mesmas escadas
que desci ontem as mesmas.
No entanto, as escadas
mesmas; de manhã
escadas descidas
de manhãs mesmas,
eram escadas... e pecados.
(espera um pouco); as manhãs
eram as mesmas manhãs
sob as escadas,
nas despertas manhãs sobre
(os sonhos)
escadas, pelo amor
dos deuses, por mais que eu suba
e desça, estarão lá
as nossas mesmas.
Pierre Tenório
segunda-feira, 7 de julho de 2014
sexta-feira, 4 de julho de 2014
quinta-feira, 3 de julho de 2014
VÁCUO DE REGINA
não importa se minha boceta treme
em busca do amor perfeito que tanto
odeio, enquanto os lábios beijam o
trânsito maluco das ruas brasileiras;
as bancas de jornal vendem
os meus corações em vão, para qualquer
não leitor, que odeia
o que tanto amo e não
importa mais, porque os cataventos
insistem em girar ao contrário dos
girassóis secos, nas manhãs
de sábado, domingo, segunda e
teça minha liberdade aprisionada
e doida pra ser desencadeada, por favor,
teça, mas,
não me dê ouvidos, que louca
sou. (entre parênteses permeio maluca
em vozes de brilhantina, novamente
entre os para-brisas.)
comida em colchões de vento, torno-me
alimento de macumbarias
em meio aos cortejos
de negões na batucada.
madrugada atenta, chego em
bordões poéticos embriagados, estarei
pensando em nosso amor solitário,
no prazer das incertezas
que irei te matar
de sexo, nem que seja por feitiço.
o feitiço dos olhos nos
membros e todos os membros
de qualquer família.
Pierre Tenório
não importa se minha boceta treme
em busca do amor perfeito que tanto
odeio, enquanto os lábios beijam o
trânsito maluco das ruas brasileiras;
as bancas de jornal vendem
os meus corações em vão, para qualquer
não leitor, que odeia
o que tanto amo e não
importa mais, porque os cataventos
insistem em girar ao contrário dos
girassóis secos, nas manhãs
de sábado, domingo, segunda e
teça minha liberdade aprisionada
e doida pra ser desencadeada, por favor,
teça, mas,
não me dê ouvidos, que louca
sou. (entre parênteses permeio maluca
em vozes de brilhantina, novamente
entre os para-brisas.)
comida em colchões de vento, torno-me
alimento de macumbarias
em meio aos cortejos
de negões na batucada.
madrugada atenta, chego em
bordões poéticos embriagados, estarei
pensando em nosso amor solitário,
no prazer das incertezas
que irei te matar
de sexo, nem que seja por feitiço.
o feitiço dos olhos nos
membros e todos os membros
de qualquer família.
Pierre Tenório
quarta-feira, 2 de julho de 2014
O CÃO DO APOCALIPSE
Coloquei duas bolas de gude
nos buracos dos olhos do amor,
lancei um encanto sobre elas,
mas, nem assim ele enxergou.
Entreguei-lhe uma harpa cristã
para ouvir algum divino som
mas, o amor só tem único dom
de soltar melodias pagãs.
Decidi dedicar uma dança
onde o corpo mexesse com alma
e com gestos declarou vingança;
O feitiço caiu sobre mim.
Mas quem besta fera é o amor
para nos cegar tanto assim?
Pierre Tenório
Coloquei duas bolas de gude
nos buracos dos olhos do amor,
lancei um encanto sobre elas,
mas, nem assim ele enxergou.
Entreguei-lhe uma harpa cristã
para ouvir algum divino som
mas, o amor só tem único dom
de soltar melodias pagãs.
Decidi dedicar uma dança
onde o corpo mexesse com alma
e com gestos declarou vingança;
O feitiço caiu sobre mim.
Mas quem besta fera é o amor
para nos cegar tanto assim?
Pierre Tenório
terça-feira, 1 de julho de 2014
VERSOS DE FUMAÇA
poderia abraçar o silêncio
se os sapatos não apertassem tanto;
a paz que despreza os momentos
equaliza o anseio de prantos.
poderia revelar os segredos
se dúvidas não causassem medo
da guerra perdida e o ensejo
de vitória entre os pesadelos.
o fim agora é comédia
teatralmente ensaiada
em atos de putas tragédias.
começo a recomeçar
deletando os mil motivos
que o fazem me abandonar.
Pierre Tenório
poderia abraçar o silêncio
se os sapatos não apertassem tanto;
a paz que despreza os momentos
equaliza o anseio de prantos.
poderia revelar os segredos
se dúvidas não causassem medo
da guerra perdida e o ensejo
de vitória entre os pesadelos.
o fim agora é comédia
teatralmente ensaiada
em atos de putas tragédias.
começo a recomeçar
deletando os mil motivos
que o fazem me abandonar.
Pierre Tenório
segunda-feira, 30 de junho de 2014
Te procuro
nas paredes
do meu quarto.
A saudade
o aprisiona
em um quadro.
Imóvel sobrevivo
nas molduras.
Contemplo
meu desejo
em vozes mudas.
Resisto em ocupar
os teus espaços.
Nas tintas
cores secas
não te acho.
Arranco e guardo
os pregos que
o segura.
Amando as
cicatrizes
que perfuram.
Pierre Tenório
nas paredes
do meu quarto.
A saudade
o aprisiona
em um quadro.
Imóvel sobrevivo
nas molduras.
Contemplo
meu desejo
em vozes mudas.
Resisto em ocupar
os teus espaços.
Nas tintas
cores secas
não te acho.
Arranco e guardo
os pregos que
o segura.
Amando as
cicatrizes
que perfuram.
Pierre Tenório
sábado, 28 de junho de 2014
sexta-feira, 27 de junho de 2014
quinta-feira, 26 de junho de 2014
Pró Pático
Por ninguém gostar de mim
acabei me acostumando
a erguer bandeiras brancas
e quebrar imagens santas.
Por ninguém gostar de mim
acabei reaprendendo
a não sofrer por outrem
e esquecer o que tá dentro.
Por ninguém gostar de mim
acabei com amor próprio
desperdiçando sorrisos
e alimentando ódio.
Por não gostar de mim mesmo
acabei jogando afora
os foras que me fizeram
querer todo mundo agora.
E por gostar de ninguém
fechei os olhos nos olhos
abrindo escuridões
que fazem sentir além.
Pierre Tenório
Por ninguém gostar de mim
acabei me acostumando
a erguer bandeiras brancas
e quebrar imagens santas.
Por ninguém gostar de mim
acabei reaprendendo
a não sofrer por outrem
e esquecer o que tá dentro.
Por ninguém gostar de mim
acabei com amor próprio
desperdiçando sorrisos
e alimentando ódio.
Por não gostar de mim mesmo
acabei jogando afora
os foras que me fizeram
querer todo mundo agora.
E por gostar de ninguém
fechei os olhos nos olhos
abrindo escuridões
que fazem sentir além.
Pierre Tenório
quarta-feira, 25 de junho de 2014
sábado, 21 de junho de 2014
sexta-feira, 20 de junho de 2014
quinta-feira, 19 de junho de 2014
Os gritos ecoam pela janela, enquanto calada perco o fio da meada
em frente ao espelho, penteando os cabelos com dedos de muitas mãos;
Observo os detalhes dos poros e os caminhos que surgem pelas rugas da face.
Contemplo o horizonte irresistível correndo pelas estradas afora,
sorrio para arbustos que se mantém sérios e lembro de quando
aguava as plantas da varanda.
Encho a barriga de imagens coloridas e também sem cor, desfio
o rasgão no joelho da calça, jogando fora os fiapos de linha,
linhas telefônicas, polifônicas, aéreas, perco a linha e me perco
nas linhas do tempo.
Ajoelho-me encravando os dedos na terra molhada de suor, consigo sentir
o quanto o mundo é perfeito em sua miséria atômica destrambelhada, encontro
respostas no eco que me leva aos detalhes dos poros e rugas
que surgem a cada caminho.
Avisto matas queimadas, animais atropelados, ossadas e formigas;
me encontro nos brotos e frutos maduros, enquanto passo horas nas asas
das borboletas, dia após dia.
Os gritos ecoam pela janela do horizonte imenso que se conserva dentro
de cada pupila, os fios agora estão presos pelas linhas do elástico,
em frente ao espelho.
Pierre Tenório
em frente ao espelho, penteando os cabelos com dedos de muitas mãos;
Observo os detalhes dos poros e os caminhos que surgem pelas rugas da face.
Contemplo o horizonte irresistível correndo pelas estradas afora,
sorrio para arbustos que se mantém sérios e lembro de quando
aguava as plantas da varanda.
Encho a barriga de imagens coloridas e também sem cor, desfio
o rasgão no joelho da calça, jogando fora os fiapos de linha,
linhas telefônicas, polifônicas, aéreas, perco a linha e me perco
nas linhas do tempo.
Ajoelho-me encravando os dedos na terra molhada de suor, consigo sentir
o quanto o mundo é perfeito em sua miséria atômica destrambelhada, encontro
respostas no eco que me leva aos detalhes dos poros e rugas
que surgem a cada caminho.
Avisto matas queimadas, animais atropelados, ossadas e formigas;
me encontro nos brotos e frutos maduros, enquanto passo horas nas asas
das borboletas, dia após dia.
Os gritos ecoam pela janela do horizonte imenso que se conserva dentro
de cada pupila, os fios agora estão presos pelas linhas do elástico,
em frente ao espelho.
Pierre Tenório
terça-feira, 17 de junho de 2014
segunda-feira, 16 de junho de 2014
domingo, 15 de junho de 2014
DOMINGO DISTANTE
Arrumei as malas
maquiagem de leve
em sequência
cabelos assanhados
vestido de núpcias
batom rosa rastro
barba mal feita
barba e a dor
de um salto gasto.
de tudo um pouco na bagagem:
fogos de artifício
perfume dois pingos
garrafa de vinho
unhas postiças
maçaneta de porta
cuecas comestíveis
olhos de ressaca
silêncio defunto
roteiro de cinema.
algumas mentiras
ciúmes de vento
encartes, vinis
óleo de amêndoas
esmaltes
batatas fritas
maconha mofada
inquietude
e alguns poemas.
asas de frango
foice cega
lenços de seda
papel higiênico
3 quartos
uma piscina
ego escondido
bolinhas de sabão
e poucos problemas.
esconderijo
labirintite
vícios e cios
luzes e grillz
solidão patética
papel de bombom
violão quebrado
anel de barbante
e tantos dilemas.
Carreguei tudo
em duas sacolas pretas
de supermercado,
fiquei na esquina
esperando um táxi,
e finalmente chegou
o carro alegórico
de lixo orgânico onde
lancei as sacolinhas.
tudo de novo na bagagem
viajem maravilhosa,
mas, que bobagem!
Pierre Tenório
https://www.youtube.com/watch?v=Aog9EWiFkRc
Arrumei as malas
maquiagem de leve
em sequência
cabelos assanhados
vestido de núpcias
batom rosa rastro
barba mal feita
barba e a dor
de um salto gasto.
de tudo um pouco na bagagem:
fogos de artifício
perfume dois pingos
garrafa de vinho
unhas postiças
maçaneta de porta
cuecas comestíveis
olhos de ressaca
silêncio defunto
roteiro de cinema.
algumas mentiras
ciúmes de vento
encartes, vinis
óleo de amêndoas
esmaltes
batatas fritas
maconha mofada
inquietude
e alguns poemas.
asas de frango
foice cega
lenços de seda
papel higiênico
3 quartos
uma piscina
ego escondido
bolinhas de sabão
e poucos problemas.
esconderijo
labirintite
vícios e cios
luzes e grillz
solidão patética
papel de bombom
violão quebrado
anel de barbante
e tantos dilemas.
Carreguei tudo
em duas sacolas pretas
de supermercado,
fiquei na esquina
esperando um táxi,
e finalmente chegou
o carro alegórico
de lixo orgânico onde
lancei as sacolinhas.
tudo de novo na bagagem
viajem maravilhosa,
mas, que bobagem!
Pierre Tenório
https://www.youtube.com/watch?v=Aog9EWiFkRc
sexta-feira, 13 de junho de 2014
sob encantos
apago a memória
do sonho que
inconsciente
desminto,
pressinto calor
desafago o doce
acalento imagino,
suponho estrofe
perdido em
desejos docentes,
disparo balas
em festa
vestindo grávidas
jeans,
me mato em
capuz
de chapeuzinho
vermelho carente,
disponho
caminhos
despejo
em rodapés
o desejo,
por um triz
enquanto Ernesto
aos dedos
delinquentes,
piano
à lua do sol
adormeço
ausente.
Pierre idiota da silva e ponto.
apago a memória
do sonho que
inconsciente
desminto,
pressinto calor
desafago o doce
acalento imagino,
suponho estrofe
perdido em
desejos docentes,
disparo balas
em festa
vestindo grávidas
jeans,
me mato em
capuz
de chapeuzinho
vermelho carente,
disponho
caminhos
despejo
em rodapés
o desejo,
por um triz
enquanto Ernesto
aos dedos
delinquentes,
piano
à lua do sol
adormeço
ausente.
Pierre idiota da silva e ponto.
quarta-feira, 11 de junho de 2014
NÃO INSISTA
já falei que o amor
é partitura
em melodia.
(tentei ser músico)
disse que entre
os de bom grado
está presente.
(tentei ser padre)
inventei palavras finas
tão banais
lancei um livro.
(tentei ser poeta)
encontrei mil corações
atormentados
como o meu.
(tentei ser puta)
encontro definições
que não explicam
o que sinto.
(não sei ser, minto)
Pierre Tenório
já falei que o amor
é partitura
em melodia.
(tentei ser músico)
disse que entre
os de bom grado
está presente.
(tentei ser padre)
inventei palavras finas
tão banais
lancei um livro.
(tentei ser poeta)
encontrei mil corações
atormentados
como o meu.
(tentei ser puta)
encontro definições
que não explicam
o que sinto.
(não sei ser, minto)
Pierre Tenório
segunda-feira, 9 de junho de 2014
quinta-feira, 5 de junho de 2014
MARTÍRIO
quero sentar aos pés da tua cruz
e te contar penumbras de amor
assim viver nas mãos do teu remorso
sem gratidão devida, prego e forço.
as luminárias gritam apagão
enquanto corvos pousam na matina
pulo ao alto mar que te reveste
nas pupilas verdes que adormecem.
a lua canta em clima despedida
enquanto os santos todos se embriagam
o sol anseia luz que nos dissipa.
o tempo voa em som que acende a sina
perdido no espaço entreaberto
sou tinta na caneta que te assina.
Pierre Tenório
quero sentar aos pés da tua cruz
e te contar penumbras de amor
assim viver nas mãos do teu remorso
sem gratidão devida, prego e forço.
as luminárias gritam apagão
enquanto corvos pousam na matina
pulo ao alto mar que te reveste
nas pupilas verdes que adormecem.
a lua canta em clima despedida
enquanto os santos todos se embriagam
o sol anseia luz que nos dissipa.
o tempo voa em som que acende a sina
perdido no espaço entreaberto
sou tinta na caneta que te assina.
Pierre Tenório
quarta-feira, 4 de junho de 2014
terça-feira, 3 de junho de 2014
sei que mesmo calados
lemos nossos sinais
porque não somos mais
que grãos descoordenados
entre risos e cânticos
madrugada a dentro
sob o brilho de vênus
numa praia do atlântico
você lembra da lua?
foi você quem nos disse:
é o gato de alice!
que a sorrir continua
para as ondas do mar
vendo o mundo girar
F. C.
lemos nossos sinais
porque não somos mais
que grãos descoordenados
entre risos e cânticos
madrugada a dentro
sob o brilho de vênus
numa praia do atlântico
você lembra da lua?
foi você quem nos disse:
é o gato de alice!
que a sorrir continua
para as ondas do mar
vendo o mundo girar
F. C.
domingo, 1 de junho de 2014
sexta-feira, 30 de maio de 2014
Clareia, nas curvas, nas dunas, na chuva, na rua, na lua...
A tua face Brasil
lava a maquiagem de norte a sul
oh meu bonito Brasil
revela teu corpo nu
Um sambinha na Sapucaí
bate um racha no Morumbi
Pé de Serra, Maracatu
Xucurú, Guarani
Gonzaga, Regina, Jobim
Tom Zé, Macalé, Sucuri
Arnaldo, Mautner, Lee
Capoeira, Hermeto Pascoal
Belo Jardim, Olinda, Natal
Vitalino, Mozart, Berimbau
João do Pife, Bandeira, Cabral
O seu Valença no carnaval
O caboclo lança a verdade
no quintal do meu Brasil,
Oh meu Brasil...
Funk
Bossa Nova
Jovem Guarda
Iê, Iê, Iê
Rock das aranhas
Popozuda
Maculêlê
A cor dor
A arte suspira
em terras de fogo
flores de mormaço
amarelas e cinzas .
Inspira-se na revolta
da guerra contra as máquinas
e se volta, prossegue
instigadas com forças
que a superfície desconhece,
os cosmos não esquecem
da interminável batalha
de mastigar pedras de sal
e lamber os dejetos
que escorrem pelos ralos
das ditaduras modernas.
A seca não é só física
a barriga ronca além do pão
um problema é exposto na vitrine
para esconder falhas
que padecem ao chão.
Coco
Caju
Manga
Muriçoca tropical
Churrasco e
música de fundo
Corrupção.
Pierre Tenório e David Henrique
A tua face Brasil
lava a maquiagem de norte a sul
oh meu bonito Brasil
revela teu corpo nu
Um sambinha na Sapucaí
bate um racha no Morumbi
Pé de Serra, Maracatu
Xucurú, Guarani
Gonzaga, Regina, Jobim
Tom Zé, Macalé, Sucuri
Arnaldo, Mautner, Lee
Capoeira, Hermeto Pascoal
Belo Jardim, Olinda, Natal
Vitalino, Mozart, Berimbau
João do Pife, Bandeira, Cabral
O seu Valença no carnaval
O caboclo lança a verdade
no quintal do meu Brasil,
Oh meu Brasil...
Funk
Bossa Nova
Jovem Guarda
Iê, Iê, Iê
Rock das aranhas
Popozuda
Maculêlê
A cor dor
A arte suspira
em terras de fogo
flores de mormaço
amarelas e cinzas .
Inspira-se na revolta
da guerra contra as máquinas
e se volta, prossegue
instigadas com forças
que a superfície desconhece,
os cosmos não esquecem
da interminável batalha
de mastigar pedras de sal
e lamber os dejetos
que escorrem pelos ralos
das ditaduras modernas.
A seca não é só física
a barriga ronca além do pão
um problema é exposto na vitrine
para esconder falhas
que padecem ao chão.
Coco
Caju
Manga
Muriçoca tropical
Churrasco e
música de fundo
Corrupção.
Pierre Tenório e David Henrique
meias verdades
pés cansados de esperanças vãs
areia de mar dentro de ampulhetas vazias
ossos entrevados, cem anos maduros semi tranquilos
virados em movimentos repetitivos os quais
acalentos antônimos anunciam antônios silentes
ancestrais mortos
pais e filhos adormecidos sentindo a audácia
truculenta de amores amoras secas
tecnologias de anus 2014 desgastantes
greve protestante
meu cu ri de ti, augosto dos impérios
ca
pi
ta
lis
tas.
língua suja de merda,
tesão sobre paredes indignas.
Pierre Tenório
pés cansados de esperanças vãs
areia de mar dentro de ampulhetas vazias
ossos entrevados, cem anos maduros semi tranquilos
virados em movimentos repetitivos os quais
acalentos antônimos anunciam antônios silentes
ancestrais mortos
pais e filhos adormecidos sentindo a audácia
truculenta de amores amoras secas
tecnologias de anus 2014 desgastantes
greve protestante
meu cu ri de ti, augosto dos impérios
ca
pi
ta
lis
tas.
língua suja de merda,
tesão sobre paredes indignas.
Pierre Tenório
quinta-feira, 29 de maio de 2014
CAFONA
Você é gay e eu nunca vou ficar perto de você para sempre e repito.
De certo não vou te odiar, serei seu melhor amigo e compartilharei dos melhores momentos da sua aventura vidinha cheia de talentos, seu corpo é lindo, mas os músculos estão privados (privada cheia de merda), compre um shake, pintosa desvalida, suas professoras te desprezam numa nota só.
O que vais ser quando crescer?
-Te amo.
Nádegas enfadadas desse chão, vírgulas cansadas de um mar tão imenso enquadrado numa janela, parece mentira, quem vê diz que estou louco. (estais louco)
Raiou o sol e lá estamos falando dele, evito.
Calado de tantas bicadas (drinks), atômico em versos.
Como os cabelos da cabeça não desgrudam nem ao pé da letra, cedo ou tarde a calvície amanhece os dias exigindo perucas descartáveis.
Os sentidos não fazem mais sentido, socorro!!
Luvas de algodão cru envolvem as mãos trêmulas de não sei o quê.
Não se desgrudam um minuto e separar irmãos siameses com uma faca pequena seria cruel.
O silêncio fala além das leis e textos complexos, o corpo se comporta mal, não respeita porra nenhuma, válvulas permitem que o tempo perdido volte ao passado, futuro e metros quadrados abertos alinham o esplendor doentio.
Lágrimas vão e vem e voltam às glândulas salivares que cospem o desamor terno e gravata ignoram qualquer ser real.
Decepcionam e decepam as qualidades divinas as quais não quero ser homem.
-Te amo.
Grades grossas mantêm as frestas abertas nos olhos escaldantes de frio nuclear.
A homofobia é indiferente... HAHAHA
Corpo não importa, cheiro não importa,
dias não importam; sei que exportam todo tipo de sentimentos do Paraguay, mas,
enquanto penso em teus olhos, outros corvos me devoram.
Enquanto penso em acalentar tua epiderme, vestes uma camisa nova.
Permaneço calado.
Pierre Tenório
Você é gay e eu nunca vou ficar perto de você para sempre e repito.
De certo não vou te odiar, serei seu melhor amigo e compartilharei dos melhores momentos da sua aventura vidinha cheia de talentos, seu corpo é lindo, mas os músculos estão privados (privada cheia de merda), compre um shake, pintosa desvalida, suas professoras te desprezam numa nota só.
O que vais ser quando crescer?
-Te amo.
Nádegas enfadadas desse chão, vírgulas cansadas de um mar tão imenso enquadrado numa janela, parece mentira, quem vê diz que estou louco. (estais louco)
Raiou o sol e lá estamos falando dele, evito.
Calado de tantas bicadas (drinks), atômico em versos.
Como os cabelos da cabeça não desgrudam nem ao pé da letra, cedo ou tarde a calvície amanhece os dias exigindo perucas descartáveis.
Os sentidos não fazem mais sentido, socorro!!
Luvas de algodão cru envolvem as mãos trêmulas de não sei o quê.
Não se desgrudam um minuto e separar irmãos siameses com uma faca pequena seria cruel.
O silêncio fala além das leis e textos complexos, o corpo se comporta mal, não respeita porra nenhuma, válvulas permitem que o tempo perdido volte ao passado, futuro e metros quadrados abertos alinham o esplendor doentio.
Lágrimas vão e vem e voltam às glândulas salivares que cospem o desamor terno e gravata ignoram qualquer ser real.
Decepcionam e decepam as qualidades divinas as quais não quero ser homem.
-Te amo.
Grades grossas mantêm as frestas abertas nos olhos escaldantes de frio nuclear.
A homofobia é indiferente... HAHAHA
Corpo não importa, cheiro não importa,
dias não importam; sei que exportam todo tipo de sentimentos do Paraguay, mas,
enquanto penso em teus olhos, outros corvos me devoram.
Enquanto penso em acalentar tua epiderme, vestes uma camisa nova.
Permaneço calado.
Pierre Tenório
quarta-feira, 28 de maio de 2014
segunda-feira, 26 de maio de 2014
domingo, 25 de maio de 2014
terça-feira, 20 de maio de 2014
Saiu de casa para comprar cabelos vestida motocrossdresser pilotando sua lambreta anos 50 atropelados pela rua reclamaram da louca em fones de ouvido volume máximo que podia alguns quilômetros excedidos por falta de álcool em gelatina desesperada perseguida mandava abraços e beijos enquanto sorria com seus dentes quebrados a cada vítima incendiada retrucava seus charmes encantos parada gay numa calçada subiu num tanque de guerra nas estrelas do pop disco frustrada atriz de teatro do absurdo salário máximo que podia matar no mês da ressureição cerebral do hamster crucificado girando dentro da casinha escura história sem finalmente matou tudo havia pelo caminho da cidade deserto no peito da pobre querida encolhi os gigantes acordaram com olheiras e pó compacto demaquilante aniquilando vestígios de sombras certeiras trevas inferno astral das árvores amazônicas fincadas ao solo infértil do brazil colônia indígena ororubá extinta vermelha terra de marte digitalizava suas impressões no corpo inerte das vítimas queria deixar rastros e ser procurada por alguém que a odiasse abandonada a dez mil anos atrás pelo fantasma do Giorgio Moroder que produziu seu ultimo álbum e morreu de rir por estar viva a sociedade sem alternativa do caos à lama ao caos do caos a lâmina cortou os pulsos da travesti que encontrou seu aplique uma injeção contra cegueira numa lojinha de 1,99 por favor chame o táxi, estou pontiaguda.
Pierre Tenório
Pierre Tenório
segunda-feira, 19 de maio de 2014
sábado, 17 de maio de 2014
PENA
Mantinha-me prisioneiro em suas pernas.
Durante as poucas horas de aprazimento, a liberdade já não era algo interessante, fingia desacordado em pensamentos delirantes, recordava suas juras enquanto as mãos a procura de repouso cruzavam minha cintura em direção ao ventre, não discernia sua respiração dos meus batimentos, eram percussão clássica de corpos anônimos, me sentia completamente consumido e condenado àquelas presas.
Não queria perceber que a eternidade não dura tanto quanto dizem.
Em giro de 180°, aquele rosto já não seria de alguém que eu pudesse ignorar no dia seguinte, pois, já era manhã e sentia muita sede, serenamente desliguei-me dos lençóis em direção ao filtro, voltei com uma cachoeira nas mãos e ele já estava de saída, como que por advento da consciência, quisesse se libertar da liberdade.
-Vamos fumar um cigarro.
Os tragos eram tão lentos quanto à capacidade que eu tinha de interpretar nosso silêncio, segundos passavam em câmera lenta (eu preferia relógio parado), enquanto os olhos reluziam o quarto inteiro. Fomos arrebatados a uma dimensão entre céu e inferno (como fumaça), a felicidade em homônimos gritava sorrateiramente, estava consumado e ninguém poderia mudar ou nos tirar isso. Mergulhamos nus naquelas águas e lembramos o quanto tínhamos bebido durante a noite, sorrimos.
Beijou-me alegando estar louco e saiu às pressas, declarou-me absolvido e carregou toda culpa.
Pago a pena de escrever, fumando solitariamente os cigarros que ele esqueceu, enquanto o pássaro inocente,
cumpre prisão perpétua em regime de asas cortadas.
Pierre Tenório
Mantinha-me prisioneiro em suas pernas.
Durante as poucas horas de aprazimento, a liberdade já não era algo interessante, fingia desacordado em pensamentos delirantes, recordava suas juras enquanto as mãos a procura de repouso cruzavam minha cintura em direção ao ventre, não discernia sua respiração dos meus batimentos, eram percussão clássica de corpos anônimos, me sentia completamente consumido e condenado àquelas presas.
Não queria perceber que a eternidade não dura tanto quanto dizem.
Em giro de 180°, aquele rosto já não seria de alguém que eu pudesse ignorar no dia seguinte, pois, já era manhã e sentia muita sede, serenamente desliguei-me dos lençóis em direção ao filtro, voltei com uma cachoeira nas mãos e ele já estava de saída, como que por advento da consciência, quisesse se libertar da liberdade.
-Vamos fumar um cigarro.
Os tragos eram tão lentos quanto à capacidade que eu tinha de interpretar nosso silêncio, segundos passavam em câmera lenta (eu preferia relógio parado), enquanto os olhos reluziam o quarto inteiro. Fomos arrebatados a uma dimensão entre céu e inferno (como fumaça), a felicidade em homônimos gritava sorrateiramente, estava consumado e ninguém poderia mudar ou nos tirar isso. Mergulhamos nus naquelas águas e lembramos o quanto tínhamos bebido durante a noite, sorrimos.
Beijou-me alegando estar louco e saiu às pressas, declarou-me absolvido e carregou toda culpa.
Pago a pena de escrever, fumando solitariamente os cigarros que ele esqueceu, enquanto o pássaro inocente,
cumpre prisão perpétua em regime de asas cortadas.
Pierre Tenório
sexta-feira, 16 de maio de 2014
quinta-feira, 15 de maio de 2014
ARRASTÃO
Ela queria tudo
O sol, céu, seu calor
e estrelas.
Ela queria
O jeito, o riso, a flor
os espinhos.
Ela queria
Homem, mulher, os gatos
e sapatos.
Ela queria
Roupas, perfumes, móveis
bagunça.
Ela queria tudo
que podia
Ela queria tudo
que é meu
até o que não cabia
inclusive o que se perdeu.
Queria o meu bem
e o mal também.
E conseguia;
exceto o silêncio.
Pierre Tenório
Ela queria tudo
O sol, céu, seu calor
e estrelas.
Ela queria
O jeito, o riso, a flor
os espinhos.
Ela queria
Homem, mulher, os gatos
e sapatos.
Ela queria
Roupas, perfumes, móveis
bagunça.
Ela queria tudo
que podia
Ela queria tudo
que é meu
até o que não cabia
inclusive o que se perdeu.
Queria o meu bem
e o mal também.
E conseguia;
exceto o silêncio.
Pierre Tenório
terça-feira, 13 de maio de 2014
FELIZES PARA SEMPRE
os momentos mais felizes
da vida daquela dama
começaram com deslizes
e acabaram na cama
ela pensou que era amada
mas se decepcionou
bolou alguma vingança
então armada voltou
ao passo que ele dormia
ela devagarinho
a porta do cu abria
emburacou sem temer
e quando estava lá dentro
ouviu o pobre gemer
ele acordou no outro dia
dela não teve notícias
só lhe restaram lembranças
daquelas doces carícias
enquanto chorava de saudade
ela sorria de alegria
porque mesmo na merda
dentro do homem amado
viveu o resto da vida.
Pierre Tenório
os momentos mais felizes
da vida daquela dama
começaram com deslizes
e acabaram na cama
ela pensou que era amada
mas se decepcionou
bolou alguma vingança
então armada voltou
ao passo que ele dormia
ela devagarinho
a porta do cu abria
emburacou sem temer
e quando estava lá dentro
ouviu o pobre gemer
ele acordou no outro dia
dela não teve notícias
só lhe restaram lembranças
daquelas doces carícias
enquanto chorava de saudade
ela sorria de alegria
porque mesmo na merda
dentro do homem amado
viveu o resto da vida.
Pierre Tenório
segunda-feira, 12 de maio de 2014
BIFE
Rita foi à manicure
e pediu por gentileza
que arrancasse suas unhas
queria que ninguém visse
o quanto estava nervosa
calou o disse e
me disse:
-Não há sentimento que cure
a infinita tristeza
dos dentes das testemunhas.
(roeram até as unhas dos pés)
Pedaços inacabáveis
da carne ao osso dos dedos
roendo, rato de rua
Rita em desespero
roeu roupas, lençóis
as mãos e os cotovelos,
terminou a sua vida
usando esmalte vermelho
e nunca aprendeu
a tocar violão.
Pierre Tenório
Rita foi à manicure
e pediu por gentileza
que arrancasse suas unhas
queria que ninguém visse
o quanto estava nervosa
calou o disse e
me disse:
-Não há sentimento que cure
a infinita tristeza
dos dentes das testemunhas.
(roeram até as unhas dos pés)
Pedaços inacabáveis
da carne ao osso dos dedos
roendo, rato de rua
Rita em desespero
roeu roupas, lençóis
as mãos e os cotovelos,
terminou a sua vida
usando esmalte vermelho
e nunca aprendeu
a tocar violão.
Pierre Tenório
sexta-feira, 9 de maio de 2014
ERVA DANINHA
Peguei um punhado de areia
pra construir um deserto
só meu;
esqueci as mãos abertas
e a esperança logo
morreu.
Atirei a queima roupa
sementes de dores ao chão,
de uma hora pra outra
floresceram em imensidão.
Como não ama-las?
Se elas tornam verde o jardim.
Como não estar certo?
Se mesmo deserto,
a vida desperta em mim.
Pierre Tenório
Peguei um punhado de areia
pra construir um deserto
só meu;
esqueci as mãos abertas
e a esperança logo
morreu.
Atirei a queima roupa
sementes de dores ao chão,
de uma hora pra outra
floresceram em imensidão.
Como não ama-las?
Se elas tornam verde o jardim.
Como não estar certo?
Se mesmo deserto,
a vida desperta em mim.
Pierre Tenório
quinta-feira, 8 de maio de 2014
quarta-feira, 7 de maio de 2014
COPA DO MUNDO
Convoquei um entre todos
os 23 jogadores
pra dedicar um poema
e evitar outras dores
Como não tive resposta
apelei pros 22
nenhum deles me deu bola
segundo tempo depois
Parti pro time adversário
sem almejar mais vitórias
mantive-me arbitrário
Descobri que o coração
é um apito mudo
para qualquer seleção
Saí da arquibancada
com uma dor de cotovelo
o juiz filho da puta
me entregou cartão vermelho
Numa luta entre torcidas
logo fora do estádio
me senti tanto perdido
e me veio um presságio
Um vaso de sanitário
me atiraram à cabeça
disseram-me: Vá embora
e dos poemas esqueça
Fingi-me despercebido
e todo mundo sumiu
mesmo que zero a zero
quem perdeu foi o brasil.
Pierre Tenório
Convoquei um entre todos
os 23 jogadores
pra dedicar um poema
e evitar outras dores
Como não tive resposta
apelei pros 22
nenhum deles me deu bola
segundo tempo depois
Parti pro time adversário
sem almejar mais vitórias
mantive-me arbitrário
Descobri que o coração
é um apito mudo
para qualquer seleção
Saí da arquibancada
com uma dor de cotovelo
o juiz filho da puta
me entregou cartão vermelho
Numa luta entre torcidas
logo fora do estádio
me senti tanto perdido
e me veio um presságio
Um vaso de sanitário
me atiraram à cabeça
disseram-me: Vá embora
e dos poemas esqueça
Fingi-me despercebido
e todo mundo sumiu
mesmo que zero a zero
quem perdeu foi o brasil.
Pierre Tenório
terça-feira, 6 de maio de 2014
ORIGAMI
não me acuses
de ser perigoso, rapaz
amasso as folhas
e mato o que me apraz
esfrego as costas
em muros rebocados
para ver se o sangue
atinge além das calçadas
(viajo pelo meio fio encarnado)
entro no quarto de alguma pensão
e a cor dos olhos
pinta de rio, evasão.
(seco as nascentes enquanto recolho os barquinhos)
entre a lua estampada no lençol
e as estrelas do céu
além de nuvens pesadas
paredes de papel.
Pierre Tenório
não me acuses
de ser perigoso, rapaz
amasso as folhas
e mato o que me apraz
esfrego as costas
em muros rebocados
para ver se o sangue
atinge além das calçadas
(viajo pelo meio fio encarnado)
entro no quarto de alguma pensão
e a cor dos olhos
pinta de rio, evasão.
(seco as nascentes enquanto recolho os barquinhos)
entre a lua estampada no lençol
e as estrelas do céu
além de nuvens pesadas
paredes de papel.
Pierre Tenório
segunda-feira, 5 de maio de 2014
CAFÉ DA MANHÃ
Abri os olhos e
permaneci desacordado,
enlouquecido no inverno
embaixo das cobertas.
pingos de chuva, melodias.
Abri a janela e
permaneci deitado.
Disparei do cano
de um revólver,
pairando à luz do sol.
gatilho intacto,
mirei o vento e
acertei o calor
desfalecido entre
a neblina;
cabelos esvoaçantes.
Alimento das verdades
de mentira:
Estômago vazio
roncando em suspiros
preguiçosamente
delinquentes.
Desci as escadas e
alegre me dirigi
à cadeira vazia,
a tirei da mesa
em direção ao chão
distante
e
perdi a fome.
Pierre Tenório
Abri os olhos e
permaneci desacordado,
enlouquecido no inverno
embaixo das cobertas.
pingos de chuva, melodias.
Abri a janela e
permaneci deitado.
Disparei do cano
de um revólver,
pairando à luz do sol.
gatilho intacto,
mirei o vento e
acertei o calor
desfalecido entre
a neblina;
cabelos esvoaçantes.
Alimento das verdades
de mentira:
Estômago vazio
roncando em suspiros
preguiçosamente
delinquentes.
Desci as escadas e
alegre me dirigi
à cadeira vazia,
a tirei da mesa
em direção ao chão
distante
e
perdi a fome.
Pierre Tenório
domingo, 27 de abril de 2014
quinta-feira, 24 de abril de 2014
Dos piores, sou pior que tudo de pior que existe de pior aconselhável, doce amável mostro
em tudo que faço monstro e sou um corpo em chamas no elevador, o pior de tudo e todos aqueles miseráveis ali sentados na calçada. Pior ainda, do que seria pior em tudo, sou usado como roupas de brechó, são as piores melhores ainda mais baratas no quintal querem invadir o meu quarto, socorro descartável, de uso momentâneo, buraco negro inferno astral inquietante, atrás da porta o amor queima no meu lixeiro de alumínio, assunto da semana, sou pior que a dor do parto, tão prático entorpecente escondido na varanda de casa, bastardo, recusado de infância e pra sempre de destino, abandonado de tão cão de rua perdido, forte e resistente de tão pior que escrever poemas na porta do banheiro público, pior dizer bom dia ao porteiro e não receber resposta alguma de bom dia senhor pior convencido sem prazo de validade, não consigo ler pensamentos e me recuso a ir em fonte de desejos, não tenho ninguém no vácuo da respiração. Puta quem sou eu me encontro na primeira pessoa narrativa deserta na orquestra, todos querem ver o sonho acordado. A felicidade é uma paz cheia de dinheiro. Uso e desuso plasticas de reforma da casa. Te amo no desamor das dores intermináveis, acaba que tudo aquilo é uma palhaçada sem sentido. Mergulho na piscina de três metros e meio e sobrevivo por lá. Massageio teus pés de otário em cima da mesa. Seres humanos fungos do planeta, sacio assim minha depreciação amável.
Pierre Tenório
em tudo que faço monstro e sou um corpo em chamas no elevador, o pior de tudo e todos aqueles miseráveis ali sentados na calçada. Pior ainda, do que seria pior em tudo, sou usado como roupas de brechó, são as piores melhores ainda mais baratas no quintal querem invadir o meu quarto, socorro descartável, de uso momentâneo, buraco negro inferno astral inquietante, atrás da porta o amor queima no meu lixeiro de alumínio, assunto da semana, sou pior que a dor do parto, tão prático entorpecente escondido na varanda de casa, bastardo, recusado de infância e pra sempre de destino, abandonado de tão cão de rua perdido, forte e resistente de tão pior que escrever poemas na porta do banheiro público, pior dizer bom dia ao porteiro e não receber resposta alguma de bom dia senhor pior convencido sem prazo de validade, não consigo ler pensamentos e me recuso a ir em fonte de desejos, não tenho ninguém no vácuo da respiração. Puta quem sou eu me encontro na primeira pessoa narrativa deserta na orquestra, todos querem ver o sonho acordado. A felicidade é uma paz cheia de dinheiro. Uso e desuso plasticas de reforma da casa. Te amo no desamor das dores intermináveis, acaba que tudo aquilo é uma palhaçada sem sentido. Mergulho na piscina de três metros e meio e sobrevivo por lá. Massageio teus pés de otário em cima da mesa. Seres humanos fungos do planeta, sacio assim minha depreciação amável.
Pierre Tenório
terça-feira, 22 de abril de 2014
terça-feira, 15 de abril de 2014
à Joey
LUA DE SANGUE
Arranquei os olhos da face
mirei ao céu da madrugada
ele estava deserto.
Não havia sequer poeira
de estrelas.
As nuvens choviam
mar adentro,
onde nadavam sereias
cadentes.
Sobre as rochas
Arcanjos maquiados
abriam as portas
das cachoeiras.
Ao chão do quarto
a lua banhada de sangue
anuncia eternidade
das paixões solitárias.
O sol decidiu matá-la:
Eis o apocalipse!
Pierre Tenório
LUA DE SANGUE
Arranquei os olhos da face
mirei ao céu da madrugada
ele estava deserto.
Não havia sequer poeira
de estrelas.
As nuvens choviam
mar adentro,
onde nadavam sereias
cadentes.
Sobre as rochas
Arcanjos maquiados
abriam as portas
das cachoeiras.
Ao chão do quarto
a lua banhada de sangue
anuncia eternidade
das paixões solitárias.
O sol decidiu matá-la:
Eis o apocalipse!
Pierre Tenório
sábado, 12 de abril de 2014
GATA BORRALHEIRA
Fecho os olhos,
coração espanca
o peito indefeso
de saudade vã.
Estou viva encantada,
palpites mudos,
palpitações.
Sujei os móveis e
quebrei a prataria.
Do outro lado
da escadaria,
engraxei sapatos,
perdi gravatas
e deixei uma carta
anônima:
Não tenho esse amor
para dar hoje,
estou cansada
e já passa da meia noite.
Olhos do meu sorriso
cego e proibido,
aceita uma valsa
no porão?
Pierre Tenório
Fecho os olhos,
coração espanca
o peito indefeso
de saudade vã.
Estou viva encantada,
palpites mudos,
palpitações.
Sujei os móveis e
quebrei a prataria.
Do outro lado
da escadaria,
engraxei sapatos,
perdi gravatas
e deixei uma carta
anônima:
Não tenho esse amor
para dar hoje,
estou cansada
e já passa da meia noite.
Olhos do meu sorriso
cego e proibido,
aceita uma valsa
no porão?
Pierre Tenório
quinta-feira, 10 de abril de 2014
quarta-feira, 9 de abril de 2014
SANATÓRIO
metáforas
pobres
de espírito
não conseguem
alimentar
sequer porcos
fantasiados
a mente
do doido
não mente, otário
suga, suga
conhecimento
e deixa tua alma
preta, prata
lembranças
descartáveis em
baladas de ouro
a verdade vale
mais do que
qualquer
migalha de
frango de macumba
assado
assim: faço
questão de
me orgulhar que
não recebo sequer
um salário
das mãos de
ladrões
jurídicos santos
vigários
comer ei
um coração
pra te mastigar
criatura
desalmada, causa
tristeza
pq não é
amada as vésperas
do batizado
envenenado
ceia de natal
pascoal sacrificada
nas bordas
da piscina de
maçãs
haja lavriado
para lavar
parábolas de
bolhas de sabão.
divagação: soube
que além de
promíscua máscara
de carnaval as vésperas
da paixão cristã
bumba meu boi
caridade deus
te perdoe
por se perder
fiquei sabendo
que a alegria
da despedida
causou chifres com
as cores da bandeira
gay nazista
toma um
presente de
presença,
represente com
alma mesmo que
a xerox saia
borrada, semear
"amor com amor
se paga"
apaga essa
porra do script
easy.
cena 2:
olha pra aquela
câmera,
a paisagem tá
verde, continua
falando da
vida dela,
que sou eu
cachorra
sobe no palco
do teatro
e dança igual
aquela outra
que coça o saco
de batatas e
nada cria alfaces
de mentira
roubou um
tigre no
supermercado na
esquina e
aprendeu a fumar
aos 14 anus
arrombado, me
deixa em paz
perseguição
de Cristo
menino Jesus
de Praga
ela partiu
rindo da diretora
de cinema
banguela de
bicicleta nas
ladeiras da
saudade, não
tenho mais
telefone, um
grande baseado
em fatos reais
fumaça, aprendizado
existe amor na
briga dos
universitários
vestibulandos
fecho a porta
e jogo as chaves
amanhã tô
de volta, Elvis
tá de mal humor.
Pierre Tenório
metáforas
pobres
de espírito
não conseguem
alimentar
sequer porcos
fantasiados
a mente
do doido
não mente, otário
suga, suga
conhecimento
e deixa tua alma
preta, prata
lembranças
descartáveis em
baladas de ouro
a verdade vale
mais do que
qualquer
migalha de
frango de macumba
assado
assim: faço
questão de
me orgulhar que
não recebo sequer
um salário
das mãos de
ladrões
jurídicos santos
vigários
comer ei
um coração
pra te mastigar
criatura
desalmada, causa
tristeza
pq não é
amada as vésperas
do batizado
envenenado
ceia de natal
pascoal sacrificada
nas bordas
da piscina de
maçãs
haja lavriado
para lavar
parábolas de
bolhas de sabão.
divagação: soube
que além de
promíscua máscara
de carnaval as vésperas
da paixão cristã
bumba meu boi
caridade deus
te perdoe
por se perder
fiquei sabendo
que a alegria
da despedida
causou chifres com
as cores da bandeira
gay nazista
toma um
presente de
presença,
represente com
alma mesmo que
a xerox saia
borrada, semear
"amor com amor
se paga"
apaga essa
porra do script
easy.
cena 2:
olha pra aquela
câmera,
a paisagem tá
verde, continua
falando da
vida dela,
que sou eu
cachorra
sobe no palco
do teatro
e dança igual
aquela outra
que coça o saco
de batatas e
nada cria alfaces
de mentira
roubou um
tigre no
supermercado na
esquina e
aprendeu a fumar
aos 14 anus
arrombado, me
deixa em paz
perseguição
de Cristo
menino Jesus
de Praga
ela partiu
rindo da diretora
de cinema
banguela de
bicicleta nas
ladeiras da
saudade, não
tenho mais
telefone, um
grande baseado
em fatos reais
fumaça, aprendizado
existe amor na
briga dos
universitários
vestibulandos
fecho a porta
e jogo as chaves
amanhã tô
de volta, Elvis
tá de mal humor.
Pierre Tenório
terça-feira, 8 de abril de 2014
sexta-feira, 4 de abril de 2014
PROSTITUTA MUSICAL (PARTE II)
Basta ver um violão
Que por entre minhas pernas
Passa a ter um corrimão
De acordes e tantas merdas.
Notas de puto prazer
Teus dedos deslizam em mim
Não posso desafinar
Essa música sem fim.
Trombone de meter vara
Pandeiro pra dar na cara
Quero descer lá em baixo
Elétrico pra ver se encaixo.
Gemidos, gritos pianos
Contralto, tenor, soprano
Sei que não passa de horas
O que eu queria por anos.
Não posso ser amadora
Por opiniões contraditórias
Calada como John Cage
Sou música aleatória.
Pierre Tenório
Basta ver um violão
Que por entre minhas pernas
Passa a ter um corrimão
De acordes e tantas merdas.
Notas de puto prazer
Teus dedos deslizam em mim
Não posso desafinar
Essa música sem fim.
Trombone de meter vara
Pandeiro pra dar na cara
Quero descer lá em baixo
Elétrico pra ver se encaixo.
Gemidos, gritos pianos
Contralto, tenor, soprano
Sei que não passa de horas
O que eu queria por anos.
Não posso ser amadora
Por opiniões contraditórias
Calada como John Cage
Sou música aleatória.
Pierre Tenório
quinta-feira, 3 de abril de 2014
CHARADA SINCOPADA
alguém anda espremendo
aquelas nuvens estampadas
na folha do outono
man-ti-da pendurada
calada
não alada
é fada amargurada
a-prisionada
a-bandonada
no galho
chora a lágrima
no solo quente e seco
no solo do sertão
varinha de condão
quebrara maldição encantada
a
bençoada
a
pedrejada
a fruta cai e a folha
fica plantada
entre as fadas
no céu
com as luzes bem apagadas
observando ao chão
a fruta ali
alagada.
Pierre Tenório
alguém anda espremendo
aquelas nuvens estampadas
na folha do outono
man-ti-da pendurada
calada
não alada
é fada amargurada
a-prisionada
a-bandonada
no galho
chora a lágrima
no solo quente e seco
no solo do sertão
varinha de condão
quebrara maldição encantada
a
bençoada
a
pedrejada
a fruta cai e a folha
fica plantada
entre as fadas
no céu
com as luzes bem apagadas
observando ao chão
a fruta ali
alagada.
Pierre Tenório
sexta-feira, 28 de março de 2014
PROSTITUTA MUSICAL (PARTE I)
escrevo um bom poema
que estraga a minha vida
num curto espaço de tempo
abre a face da ferida
não contém rimas tão ricas
nem metros de entrelinhas
só mantém ansiedade
e um pouquinho de alegria
nem todo poeta é triste
ou assim pensa que pensa
até tu que não ouviste
minha palavra propensa
não é nada de tão válida
o meu corpo que compensa
és o meu vocabulário
minha fonte de extensão
meu profano escapulário
já que se mantém de longe
fica perto da saudade
que acena atrás dos montes
estraguei nosso soneto
já que não mantive a métrica
me entrego ao pesadelo
de não ter você por perto
em todos os meus momentos
fico assim sempre incerto
dentro dos meus pensamentos
te resgato no desejo
aproximo os sentimentos
quebro o teu braço no braço
como um jogo, uma aventura
se te pego muito bravo
te mato em minha ternura
te afago em meus abraços
minha rola fica dura
na solidão permaneço
alma chorosa serena
prometo que nunca esqueço
minha desilusão
se dilui no pensamento
dessa impossível paixão.
Pierre Tenório
escrevo um bom poema
que estraga a minha vida
num curto espaço de tempo
abre a face da ferida
não contém rimas tão ricas
nem metros de entrelinhas
só mantém ansiedade
e um pouquinho de alegria
nem todo poeta é triste
ou assim pensa que pensa
até tu que não ouviste
minha palavra propensa
não é nada de tão válida
o meu corpo que compensa
és o meu vocabulário
minha fonte de extensão
meu profano escapulário
já que se mantém de longe
fica perto da saudade
que acena atrás dos montes
estraguei nosso soneto
já que não mantive a métrica
me entrego ao pesadelo
de não ter você por perto
em todos os meus momentos
fico assim sempre incerto
dentro dos meus pensamentos
te resgato no desejo
aproximo os sentimentos
quebro o teu braço no braço
como um jogo, uma aventura
se te pego muito bravo
te mato em minha ternura
te afago em meus abraços
minha rola fica dura
na solidão permaneço
alma chorosa serena
prometo que nunca esqueço
minha desilusão
se dilui no pensamento
dessa impossível paixão.
Pierre Tenório
quinta-feira, 27 de março de 2014
PROFECIA
Num fluxo corrosivo cotidiano de tudo
que adormece e acorda ao sol e lua,
janelas se despedem das paredes, e paredes
se dissolvem em tinta crua.
Maldita melodia que dispersa o que exprimo
entre os espinhos farpados nos arames
dos arranjos de flores conservadas inodoras,
labirinto em linha reta.
Ressalto o poeta endeusado, obviamente
encantado pela clausura do outro;
Único uníssono e perdido entre os espelhos
e miolos do cerebelo que vos revela.
Espojado ao chão em brasas, percebi o elo
entre os olhares. Deus devorava com ira o fruto
proibido, que apodrecido, aumentava Sua força cruel,
engolindo por inteiro, sugou toda vitalidade das raízes
da árvore central, gigante frondosa, estava apaixonado
pelo pecado, cego de olhos iluminados e fechados.
Entre Deus e o fruto, eu era adorno, serpentina
esvoaçante inibida, enfeitando e inflamando
a conclusão pré-carnavalesca dessa festa filosófica.
Deus e o Diabo são amantes, por isso o amor verdadeiro
é feio.
Pierre Tenório
Num fluxo corrosivo cotidiano de tudo
que adormece e acorda ao sol e lua,
janelas se despedem das paredes, e paredes
se dissolvem em tinta crua.
Maldita melodia que dispersa o que exprimo
entre os espinhos farpados nos arames
dos arranjos de flores conservadas inodoras,
labirinto em linha reta.
Ressalto o poeta endeusado, obviamente
encantado pela clausura do outro;
Único uníssono e perdido entre os espelhos
e miolos do cerebelo que vos revela.
Espojado ao chão em brasas, percebi o elo
entre os olhares. Deus devorava com ira o fruto
proibido, que apodrecido, aumentava Sua força cruel,
engolindo por inteiro, sugou toda vitalidade das raízes
da árvore central, gigante frondosa, estava apaixonado
pelo pecado, cego de olhos iluminados e fechados.
Entre Deus e o fruto, eu era adorno, serpentina
esvoaçante inibida, enfeitando e inflamando
a conclusão pré-carnavalesca dessa festa filosófica.
Deus e o Diabo são amantes, por isso o amor verdadeiro
é feio.
Pierre Tenório
quarta-feira, 26 de março de 2014
ANDROID
Costurando uma música
com retalhos de tua pele
sou o fone de ouvidos
que os zumbidos impede.
Num planeta imaginário
de cometas, asteroides
beijos, espermatozoides
teu corpo, meu relicário.
É o meio da história
e as mordidas nos mamilos
não me saem da memória.
Mas se a música for curta
ignoro os intervalos
e passo a ser tua puta.
Pierre Tenório
Costurando uma música
com retalhos de tua pele
sou o fone de ouvidos
que os zumbidos impede.
Num planeta imaginário
de cometas, asteroides
beijos, espermatozoides
teu corpo, meu relicário.
É o meio da história
e as mordidas nos mamilos
não me saem da memória.
Mas se a música for curta
ignoro os intervalos
e passo a ser tua puta.
Pierre Tenório
terça-feira, 25 de março de 2014
REMELA NOS OLHOS
I.
Hoje de manhã cedo
Piaget
me acordou os olhos
para o pesadelo
epistemológico
de acalmar o medo
dos sentimentos
através
do tempo.
II.
Há uma corrente
de ar entre nós,
é tão gigantesca
que até me sufoca,
me faz faltar voz
e ver cicatrizes
de
vampiros
onde passaram
pernilongos
barbeadores.
III.
Combustíveis
lacrimais
empurram sem pressa
esse eco
silencioso
que nos respira sorrisos
ciumentos e
afetuosos,
não me deixes ir
antes de
embora.
IV.
Embora os anos
não me deixem
persistir,
eu sempre volto
para sua mesa
no café da manhã.
Depois do embora
eu queira ir
pra onde você mora,
com muita calma,
até as lágrimas
secarem
antes da hora.
Pierre Tenório
I.
Hoje de manhã cedo
Piaget
me acordou os olhos
para o pesadelo
epistemológico
de acalmar o medo
dos sentimentos
através
do tempo.
II.
Há uma corrente
de ar entre nós,
é tão gigantesca
que até me sufoca,
me faz faltar voz
e ver cicatrizes
de
vampiros
onde passaram
pernilongos
barbeadores.
III.
Combustíveis
lacrimais
empurram sem pressa
esse eco
silencioso
que nos respira sorrisos
ciumentos e
afetuosos,
não me deixes ir
antes de
embora.
IV.
Embora os anos
não me deixem
persistir,
eu sempre volto
para sua mesa
no café da manhã.
Depois do embora
eu queira ir
pra onde você mora,
com muita calma,
até as lágrimas
secarem
antes da hora.
Pierre Tenório
segunda-feira, 24 de março de 2014
SIGNO NAS CORRENTES DE AR
minha insistência
fada
sobrevoando as quedas d'agua
de tantas saudades,
me vejo sorrindo
do peixe
procurando um novo
caminho
dentro do aquário.
Pierre Tenório
fada
sobrevoando as quedas d'agua
de tantas saudades,
me vejo sorrindo
do peixe
procurando um novo
caminho
dentro do aquário.
Pierre Tenório
sábado, 22 de março de 2014
QUERIDOS AMIGOS
Em todas as ruas da cidade
no interior dos casebres
existem mais de mil célebres
amigos de verdade.
Dos mais distantes
aos agregados
estarão ao lado
em algum instante.
Os que vão embora para sempre
os que não querem saber da gente
até os que não falamos mais
e os que batemos de frente
Estarão em alguma hora
nos abraçando apertado
ou nos mandando ir embora.
Amizade é uma proposta indecente
que levamos pro resto da vida
mesmo quando se dá por perdida.
Pierre Tenório
Em todas as ruas da cidade
no interior dos casebres
existem mais de mil célebres
amigos de verdade.
Dos mais distantes
aos agregados
estarão ao lado
em algum instante.
Os que vão embora para sempre
os que não querem saber da gente
até os que não falamos mais
e os que batemos de frente
Estarão em alguma hora
nos abraçando apertado
ou nos mandando ir embora.
Amizade é uma proposta indecente
que levamos pro resto da vida
mesmo quando se dá por perdida.
Pierre Tenório
quinta-feira, 20 de março de 2014
SELFIELD
Miniaturas de holofotes
elevam o ego dos otários
quem for curtido por vários
status: de fraco pra forte.
3x4, pornografia
em paisagens naturais
rostos artificiais
forçam falsa simpatia.
Sinto falta do passado
quando a pose para foto
era um gesto muito raro.
Hoje o que é revelado
é o lado oposto à verdade
invenção de realidade.
Pierre Tenório
Miniaturas de holofotes
elevam o ego dos otários
quem for curtido por vários
status: de fraco pra forte.
3x4, pornografia
em paisagens naturais
rostos artificiais
forçam falsa simpatia.
Sinto falta do passado
quando a pose para foto
era um gesto muito raro.
Hoje o que é revelado
é o lado oposto à verdade
invenção de realidade.
Pierre Tenório
SONETO DO ASSASSINATO
Toque de olho no olho
retocando o lápis de olho
piscada na cena do toque
tesão no toque se toque.
Navalha em carnes e ossos
decepando o ar que sossega
amando a lâmina cega
que reflete olhos nos olhos.
O corpo cortado em pedaços
os fatos ocupando espaço
no coração indiferente.
O sangue nas veias quebradas
escorrendo pelas calçadas
o crime de um amor doente.
Pierre Tenório
Toque de olho no olho
retocando o lápis de olho
piscada na cena do toque
tesão no toque se toque.
Navalha em carnes e ossos
decepando o ar que sossega
amando a lâmina cega
que reflete olhos nos olhos.
O corpo cortado em pedaços
os fatos ocupando espaço
no coração indiferente.
O sangue nas veias quebradas
escorrendo pelas calçadas
o crime de um amor doente.
Pierre Tenório
SEM UM TOSTÃO
cara de paisagem
observando
de olhos fechados
as nuvens
no chão do inferno,
estou chata, sou.
segundo o médico
preciso me prostituir
barato
em algum boteco
ou trio elétrico,
salada
pra porco.
anêmica
e sem materiais
sou bem matéria
baseada em
fatos reais.
greve de fones.
Pierre Tenório
cara de paisagem
observando
de olhos fechados
as nuvens
no chão do inferno,
estou chata, sou.
segundo o médico
preciso me prostituir
barato
em algum boteco
ou trio elétrico,
salada
pra porco.
anêmica
e sem materiais
sou bem matéria
baseada em
fatos reais.
greve de fones.
Pierre Tenório
PÉTALAS DE AMOR
O poeta me contou
que o amor é um botão
perfumado de carinho
espinho e sofreguidão.
Eu rei esperançoso
irei plantar no teu jardim
um roseiral de harmonias
e canções feitas pra mim.
Nossa vida perfumada
eu, você, a madrugada
e o doce sofrimento
Que em rosas despetaladas
se disfarça de buquê
pro dia do casamento.
Pierre Tenório
O poeta me contou
que o amor é um botão
perfumado de carinho
espinho e sofreguidão.
Eu rei esperançoso
irei plantar no teu jardim
um roseiral de harmonias
e canções feitas pra mim.
Nossa vida perfumada
eu, você, a madrugada
e o doce sofrimento
Que em rosas despetaladas
se disfarça de buquê
pro dia do casamento.
Pierre Tenório
sábado, 15 de março de 2014
CLOVE MASALA
Procuro as palavras certas desde ontem
procuro as palavras certas, elas fogem de mim
desesperadas, sendo assim uso as erradas, não sei
dizer porquê, mas sinto elas erradas e distantes.
Uma carta, não sei se é uma carta, não sei
se é uma carta que deva ser enviada, só sei que
deve ser lida, pode fazer sentido
em algum lugar no universo.
Não sei se são lágrimas ou esperma.
A culpa é toda sua.
Esse cheiro bom me lembra tuas veias,
as veias do teu membro pulsando entre minhas
pernas na diagonal, tuas veias carinhosas.
O chão do quarto agora está limpo
pelos nossos pelos; até o banheiro.
Nossa extravagância bêbada esterilizou o chão
que agora é fumaça perfumada e limpo, brincadeira de criança.
Impressa nos lençóis esteve até uns dias
a insone perturbação do nosso anti amor.
Fumando o café da manhã, selamos nossa despedida
num silêncio fúnebre, todas as canções da noite passada
agora estão em carrosséis.
O correio alarma, é um postal seu.
Uma canção de ninar me leva ao pesadelo
da ausência, crio asas e chifres, voo ao inferno
e encontro deus por lá a passeio, vou ao inferno aqui sentado.
Deus estava lá de novo, dessa vez em pesadelo,
sem expressão, lendo esse cartão postal,
lendo essa carta cheia de palavras erradas,
dessa vez ele me entregou um cigarro enquanto fumava outro
(sempre que encontro deus
ele me dá presentes)
onde a fumaça era minha alma,
fumei minha alma aromática
clove masala até a ponta.
Acordei com a mesma expressão divina,
sensações de escrivaninha,
vomitei os lençóis de culpa.
A culpa é toda sua.
Minha merda estampada na cueca sinalizara o que fizemos,
dangerous,
passei um cheque em branco e te expulsei pra sempre
até semana que vem, quando seremos desconhecidos
novamente.
O chão estava sujo de cinzas e a unica coisa
que ficou foi o cheiro do incenso que acendi
enquanto trepávamos meias verdades, bagas de cigarro
e uma música que insistia em não tocar eram o cenário.
Acho que fizemos uma festa.
O incenso que rolava era contra inveja e olho gordo,
embora eu prefira clove masala
esta é a lembrança do nosso anti amor,
custa 1,50 na lojinha de macumba,
ficaria feliz se ganhasse uma caixinha
no meu aniversário, idade nova,
almas penadas e isqueiros vazios.
Pierre Tenório
Procuro as palavras certas desde ontem
procuro as palavras certas, elas fogem de mim
desesperadas, sendo assim uso as erradas, não sei
dizer porquê, mas sinto elas erradas e distantes.
Uma carta, não sei se é uma carta, não sei
se é uma carta que deva ser enviada, só sei que
deve ser lida, pode fazer sentido
em algum lugar no universo.
Não sei se são lágrimas ou esperma.
A culpa é toda sua.
Esse cheiro bom me lembra tuas veias,
as veias do teu membro pulsando entre minhas
pernas na diagonal, tuas veias carinhosas.
O chão do quarto agora está limpo
pelos nossos pelos; até o banheiro.
Nossa extravagância bêbada esterilizou o chão
que agora é fumaça perfumada e limpo, brincadeira de criança.
Impressa nos lençóis esteve até uns dias
a insone perturbação do nosso anti amor.
Fumando o café da manhã, selamos nossa despedida
num silêncio fúnebre, todas as canções da noite passada
agora estão em carrosséis.
O correio alarma, é um postal seu.
Uma canção de ninar me leva ao pesadelo
da ausência, crio asas e chifres, voo ao inferno
e encontro deus por lá a passeio, vou ao inferno aqui sentado.
Deus estava lá de novo, dessa vez em pesadelo,
sem expressão, lendo esse cartão postal,
lendo essa carta cheia de palavras erradas,
dessa vez ele me entregou um cigarro enquanto fumava outro
(sempre que encontro deus
ele me dá presentes)
onde a fumaça era minha alma,
fumei minha alma aromática
clove masala até a ponta.
Acordei com a mesma expressão divina,
sensações de escrivaninha,
vomitei os lençóis de culpa.
A culpa é toda sua.
Minha merda estampada na cueca sinalizara o que fizemos,
dangerous,
passei um cheque em branco e te expulsei pra sempre
até semana que vem, quando seremos desconhecidos
novamente.
O chão estava sujo de cinzas e a unica coisa
que ficou foi o cheiro do incenso que acendi
enquanto trepávamos meias verdades, bagas de cigarro
e uma música que insistia em não tocar eram o cenário.
Acho que fizemos uma festa.
O incenso que rolava era contra inveja e olho gordo,
embora eu prefira clove masala
esta é a lembrança do nosso anti amor,
custa 1,50 na lojinha de macumba,
ficaria feliz se ganhasse uma caixinha
no meu aniversário, idade nova,
almas penadas e isqueiros vazios.
Pierre Tenório
sexta-feira, 14 de março de 2014
ODOR ANTIGO
A saudade regressa inutilmente
assim como um erro certeiro
que vem como pedra sobre pedra
vingar o silêncio como inteiro.
A lembrança que surge à luz do sol
é assim apagada pelas nuvens,
em gigantes sombras de cegueira
sobrevive o aroma do perfume.
Mas, não falo sobre tempo perdido
nem tampouco pedidos não atendidos
quando tudo que me toca é ventania.
Não costumo viver de olhar pra trás
vivo e respiro o que me apraz
onde tristeza cheira a poesia.
Pierre Tenório
A saudade regressa inutilmente
assim como um erro certeiro
que vem como pedra sobre pedra
vingar o silêncio como inteiro.
A lembrança que surge à luz do sol
é assim apagada pelas nuvens,
em gigantes sombras de cegueira
sobrevive o aroma do perfume.
Mas, não falo sobre tempo perdido
nem tampouco pedidos não atendidos
quando tudo que me toca é ventania.
Não costumo viver de olhar pra trás
vivo e respiro o que me apraz
onde tristeza cheira a poesia.
Pierre Tenório
quarta-feira, 12 de março de 2014
CARTOMANTE
-puxe uma carta.
az de espadas
degola a sorte
de
futuros prováveis
reinados em copas.
perder partidas
é
puxar guilhotinas,
sem ouro algum
e
levando paus.
na cartola
do ilusionista
mergulhe
ao caos.
Pierre Tenório
az de espadas
degola a sorte
de
futuros prováveis
reinados em copas.
perder partidas
é
puxar guilhotinas,
sem ouro algum
e
levando paus.
na cartola
do ilusionista
mergulhe
ao caos.
Pierre Tenório
segunda-feira, 10 de março de 2014
com Ícaro Tenório
CANETA, PAPEL E SPRAY DE PIMENTA
cafuçus
playboys
coroas
ninfetos
poetas
desempregados
pintosas
políticos
evangélicos
maconheiros
nerds
sarados
safados
dotados
de programa
entendidos
discretos
assassinos
gordinhos
homofóbicos
ensinados
encubados
machistas
padres
2 em 1
total flex
ricos
pobres
pervertidos
ousados
divertidos
professores
fudidos
aqueles que te amam
e se enganam.
aqueles que tem um
avô de estimação.
aqueles que preferem
futebol.
aqueles que fodem
na insônia.
aqueles que mantém
segredo eterno.
aqueles que te roubam
sem afeto.
aqueles que te espancam
na quebrada.
aqueles que te deixam
arrombada.
aqueles que te ensinam
alguma coisa.
aqueles que só querem
aprender.
aqueles de corações
bandidos
e os que morrem antes
de você.
aqueles que cobram
muito caro.
aqueles que não valem
um centavo.
aqueles que só querem
um bom carro
e aqueles que preferem
um sapato.
aqueles que da miséria
te salvam.
e aqueles que te matam.
aqueles que só falam
em Jesus.
aqueles que te pregam
numa cruz.
aqueles metidos a
artistas.
e os que não deixam
sequer pistas.
aqueles que só querem
sexo e cia
os sem nexo e poesia.
aqueles do signo de aquário
aqueles de peixes.
aqueles universitários
e os que dizem:
"não me deixes"
dizem desde não sei quando,
que todos são iguais;
roubam sua paciência e
não passam de otários
ideais.
querem sempre ser melhor
do que os outros e
não percebem
que são os outros
dos outros
mulheres são gatos;
homens viram latas
de cerveja
e
caixas de sapato
com areia!
Pierre Tenório
CANETA, PAPEL E SPRAY DE PIMENTA
cafuçus
playboys
coroas
ninfetos
poetas
desempregados
pintosas
políticos
evangélicos
maconheiros
nerds
sarados
safados
dotados
de programa
entendidos
discretos
assassinos
gordinhos
homofóbicos
ensinados
encubados
machistas
padres
2 em 1
total flex
ricos
pobres
pervertidos
ousados
divertidos
professores
fudidos
aqueles que te amam
e se enganam.
aqueles que tem um
avô de estimação.
aqueles que preferem
futebol.
aqueles que fodem
na insônia.
aqueles que mantém
segredo eterno.
aqueles que te roubam
sem afeto.
aqueles que te espancam
na quebrada.
aqueles que te deixam
arrombada.
aqueles que te ensinam
alguma coisa.
aqueles que só querem
aprender.
aqueles de corações
bandidos
e os que morrem antes
de você.
aqueles que cobram
muito caro.
aqueles que não valem
um centavo.
aqueles que só querem
um bom carro
e aqueles que preferem
um sapato.
aqueles que da miséria
te salvam.
e aqueles que te matam.
aqueles que só falam
em Jesus.
aqueles que te pregam
numa cruz.
aqueles metidos a
artistas.
e os que não deixam
sequer pistas.
aqueles que só querem
sexo e cia
os sem nexo e poesia.
aqueles do signo de aquário
aqueles de peixes.
aqueles universitários
e os que dizem:
"não me deixes"
dizem desde não sei quando,
que todos são iguais;
roubam sua paciência e
não passam de otários
ideais.
querem sempre ser melhor
do que os outros e
não percebem
que são os outros
dos outros
mulheres são gatos;
homens viram latas
de cerveja
e
caixas de sapato
com areia!
Pierre Tenório
sábado, 8 de março de 2014
08.03.2014
garotinhas geram garotinhas
que nem chegam a ser meninas
e já são mulheres.
guilhotinas decepam as cabeças
das barbies e fraudas descartáveis
absorvem todo o sangue.
minissaias e shortinhos
aquecem a frieza
masculina.
próteses de silicone
são cérebros injetados
que pensam que pensam.
femininas são tão delicadas
quanto homens
feministas.
o sonho de operar máquinas
realizou-se
nas academias.
cozinha agora é
campo de guerra
minado e abandonado.
Marias da Penha
estouram os miolos
de seus amores.
Dilmas Roussefs
hidratam a pele em
banheiras de petróleo.
Joanas d’Arcs
ateiam fogo em todos
os borguinhãos.
até as cores do arrebol
e as flores dos jardins
tornaram-se transexuais.
Pierre Tenório
garotinhas geram garotinhas
que nem chegam a ser meninas
e já são mulheres.
guilhotinas decepam as cabeças
das barbies e fraudas descartáveis
absorvem todo o sangue.
minissaias e shortinhos
aquecem a frieza
masculina.
próteses de silicone
são cérebros injetados
que pensam que pensam.
femininas são tão delicadas
quanto homens
feministas.
o sonho de operar máquinas
realizou-se
nas academias.
cozinha agora é
campo de guerra
minado e abandonado.
Marias da Penha
estouram os miolos
de seus amores.
Dilmas Roussefs
hidratam a pele em
banheiras de petróleo.
Joanas d’Arcs
ateiam fogo em todos
os borguinhãos.
até as cores do arrebol
e as flores dos jardins
tornaram-se transexuais.
Pierre Tenório
sexta-feira, 7 de março de 2014
ESCURIDÃO
Desprende a pele dos ossos
queimando ao fogo maldito
escárnio aos livres prazeres
no inferno vive perdido
Maldita é a luz divina
por nada iluminar
palavras sãs, evangelhos
e ações assim por faltar
A vida sem esperanças
exalta tristeza infinda
é uma eterna aliança
Morrer é a esperança
escura e finda beleza
não há mais doce infortúnio
que abrigar profundezas.
Pierre Tenório
Desprende a pele dos ossos
queimando ao fogo maldito
escárnio aos livres prazeres
no inferno vive perdido
Maldita é a luz divina
por nada iluminar
palavras sãs, evangelhos
e ações assim por faltar
A vida sem esperanças
exalta tristeza infinda
é uma eterna aliança
Morrer é a esperança
escura e finda beleza
não há mais doce infortúnio
que abrigar profundezas.
Pierre Tenório
terça-feira, 4 de março de 2014
VESTIDO DE CINZAS
A quase duas semanas
passaram-se dez anos
em
algumas horas;
meio fora de órbita,
cruzei com algumas estrelas
queimadas pelo fogo
de fantasias
apagadas.
Me vesti
de cinza de cigarro
e invadi olhos alheios
nesse vento em que
flutuo,
era uma espécie
de cegueira,
reis e mendigos
na sacada do prédio
no bloco
dos mortos
vivos.
Carnaval não passava
de um cheiro que vinha
ao longe
pelas calçadas sem nenhum
ar.
Eu mudava de fantasia
a cada baforada
que me cegava deitado
no sofá da sala
esperando o bloco
nunca passar,
enquanto me sugavas
eu brincava e pulsava
lentamente em tuas veias;
vestida de cinza
eu era fumaça.
Hoje, lendo tuas cartas
sinto quedas de energia
quase
queimarem
o meu PC.
No mais,
qualquer palavra
seria pretexto
para mais um trago
e todo carnaval
seria
quarta-feira.
Pierre Tenório
A quase duas semanas
passaram-se dez anos
em
algumas horas;
meio fora de órbita,
cruzei com algumas estrelas
queimadas pelo fogo
de fantasias
apagadas.
Me vesti
de cinza de cigarro
e invadi olhos alheios
nesse vento em que
flutuo,
era uma espécie
de cegueira,
reis e mendigos
na sacada do prédio
no bloco
dos mortos
vivos.
Carnaval não passava
de um cheiro que vinha
ao longe
pelas calçadas sem nenhum
ar.
Eu mudava de fantasia
a cada baforada
que me cegava deitado
no sofá da sala
esperando o bloco
nunca passar,
enquanto me sugavas
eu brincava e pulsava
lentamente em tuas veias;
vestida de cinza
eu era fumaça.
Hoje, lendo tuas cartas
sinto quedas de energia
quase
queimarem
o meu PC.
No mais,
qualquer palavra
seria pretexto
para mais um trago
e todo carnaval
seria
quarta-feira.
Pierre Tenório
sábado, 1 de março de 2014
ÁGUA VIVA
Submerso em todas as águas
respiro pensamentos inertes
transpiro afagos indecentes
escrevo palavras encantadas.
Afogado em teu corpo na cama
inspiro o hálito enquanto
beijo teus braços em pranto
de lágrimas em todas as águas.
Aquoso em câmera lenta
experimento tua doce fúria
acordes e dedos são cura
pra minha solidão nojenta.
Todas essências do mundo
perfumam o nosso ambiente
teu tempo é o tempo sem tempo
que lava a alma dormente.
Amor em águas profundas
submerso em todas as águas
anáguas de águas deságuam
só, saio com todas as dúvidas.
Pierre Tenório
Submerso em todas as águas
respiro pensamentos inertes
transpiro afagos indecentes
escrevo palavras encantadas.
Afogado em teu corpo na cama
inspiro o hálito enquanto
beijo teus braços em pranto
de lágrimas em todas as águas.
Aquoso em câmera lenta
experimento tua doce fúria
acordes e dedos são cura
pra minha solidão nojenta.
Todas essências do mundo
perfumam o nosso ambiente
teu tempo é o tempo sem tempo
que lava a alma dormente.
Amor em águas profundas
submerso em todas as águas
anáguas de águas deságuam
só, saio com todas as dúvidas.
Pierre Tenório
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