FAMINTO
arco íris 
escorre nas mãos;
escolho uma cor 
para narrar todo 
tremor
deste suposto 
sem fim
ai de mim
se não falasse que 
sinto muito
não tenho como evitar
vaidades
as letras 
desmancham como
gala jorrada
porra
no vão das paredes 
em redes
boquiabertas
como se fossem
algo que são
incontroláveis
dentro do meu pau
apaixonado
cu, braços, objetos ao redor
coisas assim
sem mim e
fim
abraços
imaginários
ventando; 
oração
pelo que vem 
de poema
em poema.
Pierre Tenório
 
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