sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

FAMINTO

arco íris
escorre nas mãos;

escolho uma cor
para narrar todo
tremor
deste suposto
sem fim

ai de mim

se não falasse que
sinto muito

não tenho como evitar
vaidades
as letras
desmancham como
gala jorrada
porra
no vão das paredes
em redes

boquiabertas

como se fossem
algo que são

incontroláveis

dentro do meu pau
apaixonado
cu, braços, objetos ao redor
coisas assim
sem mim e
fim

abraços
imaginários

ventando;

oração
pelo que vem
de poema

em poema.

Pierre Tenório

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