sábado, 27 de novembro de 2021

saio para os mesmos lugares 
encontro as mesmas pessoas
circulo pelas veias da cidade 
demostro meu abraço
escondo meus poemas 
danço como uma alma 
come, devora, exala  
eu gosto de olhar os teus olhos
me disfarço
me exponho 

amo-te e me amo
escrevo com a força
da solidão 
procuro conhecer 
a língua que falo. 
 

 
 


sexta-feira, 26 de novembro de 2021

enquanto você comemora 
a esperança do outro
vai embora. 

terça-feira, 23 de novembro de 2021

eu gostaria de te falar algo 
e peço que leias com desatenção 

para que revoltes e me desenvolva
discorrendo os tempos em que fui profunda

se voltei não sabes e também não sei 
só quero que leias minhas novas leis 

só quero que vejas que não sei ser rei 
mesmo assim descanso em tronos alados

nos meus pensamentos não estais calado 
como o tempo escorre nos olhos ao lado 

recorro ao carinho de mãos ancestrais 
me evolvo em pétalas e milharais 

sentimentos mergulham profundo
rasgando mundos, muros e roupas. 



 










segunda-feira 
e você não chega
acabou cerveja
já repus a mesa
e você não chega
você não me deixa 
você não se queixa 

você não me ama
e tanto me ama 
são tantos vocês 
que me esqueço deu
deu tudo certo 
distante, perto 
foi papo reto
ereto, concreto 
amor indiscreto
indiscrente 
benéfico 
ultravioleta 




sexta-feira, 19 de novembro de 2021

sobrevivente

fui atropelado
pelos teus olhos
e mereço morrer

por não pesadelos
possamos
ter.

esquecimento 

colo os pedaços dos teus olhos
no banco traseiro do automotivo 

eu que estive sentada por tanto
tempo que vem pela frente 

não sou mestre das palavras
e desafino quando assobio

eu bem te vi quando você me 
ignorou, mesmo assim 

não caberia neste verso 
o que eu cantaria em Adele.



quinta-feira, 4 de novembro de 2021

participação espacial 

saio do mato 
subo na nave
entro ao buraco 

doo meu corpo
rezo em línguas 
faço uma cena

causo poemas 
abro feridas 
parto a gema

volto ao ovo 




LAMBIDA 

a língua 
sai de repente 
da boca 
feito serpente 
toca o céu
também o dente

a língua 
sã, saliente 
bate na porta
só que não mente 
e o cu pressente 

mais um presente. 







gosto de olhar sua boca 
gosto de sentir o gosto 
da sua boca 

suas palavras 
seus gestos 
tem sabor 

seu medo também
o gosto do seu medo 
de mim. 

haverá ainda 
sentimento 
após 

você me matar 
por dentro 
haverá 

ainda 
momentos 
em que plantarei 

sementes 
no lugar 
em que poderia

me vingar. 

segunda-feira, 1 de novembro de 2021

te perdoo
por meter 
o pau em mim

não sou boa
não sou ruim

quando disse
que te amo 
você disse 

é o fim.