segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

PINHEIROS (natais despedaçados)

suas palavras encheram alguns açudes,
secando-me as veias;
vias vazias
paisagens completas
de quase histeria.

não lembro o nome dos endereços
nem uso aplicativos,
ainda que usasse
as seringas estão
cheias de ar.

resumo meus esforços
no descanso discursado,
conceituando a vida (o amor)
um relógio acelerado,

um corpo leve ao despencar,
um corpo denso ao se afogar,
pratos sujos na pia e
no fogão gás a vazar;

nenhuma sílaba ferida
sim ou não, vai afirmar
como eu devo fluir
ou se ainda posso rezar;

já não quero mais presentes,
nem coroa de estrela,
se arrancam-me os frutos verdes.

Pierre Tenório


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