sexta-feira, 4 de abril de 2014

PROSTITUTA MUSICAL (PARTE II)

Basta ver um violão
Que por entre minhas pernas
Passa a ter um corrimão
De acordes e tantas merdas.

Notas de puto prazer
Teus dedos deslizam em mim
Não posso desafinar
Essa música sem fim.

Trombone de meter vara
Pandeiro pra dar na cara
Quero descer lá em baixo
Elétrico pra ver se encaixo.

Gemidos, gritos pianos
Contralto, tenor, soprano
Sei que não passa de horas
O que eu queria por anos.

Não posso ser amadora
Por opiniões contraditórias
Calada como John Cage
Sou música aleatória.

Pierre Tenório

Nenhum comentário: