domingo, 2 de novembro de 2014

PECADO

Regarei desfalecidos jardins
com pedregulhos e sementes
a espera não jaz em mim
como o veneno da serpente

que rastejando sobre as nuvens
carregadas de tempestades
devora dos raios o perfume
e a energia das divindades

fareja lambendo os ares
à espreita silenciosa
e de aquiles os calcanhares
beija como as rosas

numa cesta aguarda incauta
entregue à luz de frestas
anseia o som das flautas

dividindo o bem e o mal
vive e morre perdida
em sua dança pessoal.


Pierre Tenório

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