terça-feira, 12 de agosto de 2014

CU ILUMIALADO

atravessei a rua, olhei para as luzes dos postes,
desconfiado, esperando elas acenderem, mijei nos postes
tentei beija-los, mas eles eram de concreto,
mentes de concreto, olhos de concreto;
com o cérebro congelado, pensava pela cabeça das lampadas,
lampadas comuns, de poste, a maioria apagada ou cheias de luz.
cruzei uma rua onde nenhuma estava acesa, meus pensamentos
ficaram parecendo uma névoa e enquanto dormia, na cabeça
do meu pau existia um pensamento acordado e deserto: a sombra
que assombrou o meu coração tão povoado, que espantou o espíritos
e almas penadas, que purificou e amaldiçoou o meu encanto; e me encantou.
fiquei a noite inteira te procurando pelos postes,
quebrei as luzes de alguns
com pedras preciosas e pensamentos predadores.
enquanto escalava vagarosamente aquele poste em busca de
um feixe de foco, pensava o que era realmente necessário fotografar,
observei a cidade enquanto apagava as luzes dos postes, de um por um,
igual velas de aniversário.
arranquei, desenroscando a luz daquele poste
e tive uma ideia brilhante:
imediatamente eu era vaga-lume sobrevoando a escuridão.

Pierre Tenório

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