PROSTITUTA MUSICAL (PARTE I)
escrevo um bom poema
que estraga a minha vida
num curto espaço de tempo
abre a face da ferida
não contém rimas tão ricas
nem metros de entrelinhas
só mantém ansiedade
e um pouquinho de alegria
nem todo poeta é triste
ou assim pensa que pensa
até tu que não ouviste
minha palavra propensa
não é nada de tão válida
o meu corpo que compensa
és o meu vocabulário
minha fonte de extensão
meu profano escapulário
já que se mantém de longe
fica perto da saudade
que acena atrás dos montes
estraguei nosso soneto
já que não mantive a métrica
me entrego ao pesadelo
de não ter você por perto
em todos os meus momentos
fico assim sempre incerto
dentro dos meus pensamentos
te resgato no desejo
aproximo os sentimentos
quebro o teu braço no braço
como um jogo, uma aventura
se te pego muito bravo
te mato em minha ternura
te afago em meus abraços
minha rola fica dura
na solidão permaneço
alma chorosa serena
prometo que nunca esqueço
minha desilusão
se dilui no pensamento
dessa impossível paixão.
Pierre Tenório
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