MAIS UM POEMA RIDÍCULO
sonhei comigo mesma
me masturbei por horas
joguei xadrez sozinha
sem discos na vitrola
beijei muitos espelhos
brindei taças de lágrimas
raspei os meus cabelos
bonita te esperava
jantei a luz de velas
rocei o pé na perna
da cadeira vazia
que na mesa te espera
amaldiçoo teu nome
pela milésima vez
nenhum demônio escuta
a minha insensatez
bendito seja teu nome
por uma única chance
de caso deuses existam
trazerem tu, meu calmante
tornei-me um ser inerte
por nada tenho apreço
envio gardênias murchas
para meu próprio endereço
nunca irei ao cinema
nem tocarei violão
não cantarei para os muros
que isolam os corações
perdida num labirinto
relembro aquele perfume
fatio os meus instintos
catana sem nenhum gume.
Pierre Tenório
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