CARDÁPIO DO DIA
Ela queria um poema mais que a ele.
Ele escrevia às moscas, menos para ela.
Ela o tinha nos lábios, mãos e cabelos.
Ele roçava as mãos na caneta,
mas, não saia nada sobre ela.
Ela sorria enquanto triste
lavava os pratos do almoço.
Ele comia.
Certo dia, ela pediu um poema só dela.
Ele inventou todo amor que sentia;
enquanto ela lia,
tudo se perdia.
Pierre Tenório
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