quinta-feira, 3 de julho de 2014

VÁCUO DE REGINA

não importa se minha boceta treme
em busca do amor perfeito que tanto
odeio, enquanto os lábios beijam o
trânsito maluco das ruas brasileiras;
as bancas de jornal vendem
os meus corações em vão, para qualquer
não leitor, que odeia
o que tanto amo e não
importa mais, porque os cataventos
insistem em girar ao contrário dos
girassóis secos, nas manhãs
de sábado, domingo, segunda e
teça minha liberdade aprisionada
e doida pra ser desencadeada, por favor,
teça, mas,
não me dê ouvidos, que louca
sou. (entre parênteses permeio maluca
em vozes de brilhantina, novamente
entre os para-brisas.)
comida em colchões de vento, torno-me
alimento de macumbarias
em meio aos cortejos
de negões na batucada.
madrugada atenta, chego em
bordões poéticos embriagados, estarei
pensando em nosso amor solitário,
no prazer das incertezas
que irei te matar
de sexo, nem que seja por feitiço.
o feitiço dos olhos nos
membros e todos os membros
de qualquer família.

Pierre Tenório

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