quinta-feira, 29 de maio de 2014

CAFONA

Você é gay e eu nunca vou ficar perto de você para sempre e repito.
De certo não vou te odiar, serei seu melhor amigo e compartilharei dos melhores momentos da sua aventura vidinha cheia de talentos, seu corpo é lindo, mas os músculos estão privados (privada cheia de merda), compre um shake, pintosa desvalida, suas professoras te desprezam numa nota só.
O que vais ser quando crescer?
-Te amo.
Nádegas enfadadas desse chão, vírgulas cansadas de um mar tão imenso enquadrado numa janela, parece mentira, quem vê diz que estou louco. (estais louco)
Raiou o sol e lá estamos falando dele, evito.
Calado de tantas bicadas (drinks), atômico em versos.
Como os cabelos da cabeça não desgrudam nem ao pé da letra, cedo ou tarde a calvície amanhece os dias exigindo perucas descartáveis.
Os sentidos não fazem mais sentido, socorro!!
Luvas de algodão cru envolvem as mãos trêmulas de não sei o quê.
Não se desgrudam um minuto e separar irmãos siameses com uma faca pequena seria cruel.
O silêncio fala além das leis e textos complexos, o corpo se comporta mal, não respeita porra nenhuma, válvulas permitem que o tempo perdido volte ao passado, futuro e metros quadrados abertos alinham o esplendor doentio.
Lágrimas vão e vem e voltam às glândulas salivares que cospem o desamor terno e gravata ignoram qualquer ser real.
Decepcionam e decepam as qualidades divinas as quais não quero ser homem.
-Te amo.
Grades grossas mantêm as frestas abertas nos olhos escaldantes de frio nuclear.
A homofobia é indiferente... HAHAHA
Corpo não importa, cheiro não importa,
dias não importam; sei que exportam todo tipo de sentimentos do Paraguay, mas,
enquanto penso em teus olhos, outros corvos me devoram.
Enquanto penso em acalentar tua epiderme, vestes uma camisa nova.
Permaneço calado.

Pierre Tenório

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