quinta-feira, 30 de outubro de 2014

EM NOME DO PÃO

Com todas as dúvidas implico em dizer mais uma vez;
de todas as putas que já amei ela foi a última
a tomar café da manhã.

não foi isso que me congelou ao frio do seu corpo
e sombra, certamente me viciei
na maneira como rasgou o verbo sobre minha pele
inebriada. penetrando os sentimentos todos da vida
como uma vacina
na parte mais rasa da alma indefesa.
a alma que dança cegamente
a alma que nunca cansa
aquela alma invisível que a gente
não imagina.
não resisti as lágrimas do corpo duro
que jorraram-lhe diretamente
aos olhos o raiar de um sorriso.


Puta que pariu, acabou o pão
e ela foi embora com fome
do nosso primeiro encontro.

Pierre Tenório



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