quinta-feira, 26 de junho de 2014

Pró Pático

Por ninguém gostar de mim
acabei me acostumando
a erguer bandeiras brancas
e quebrar imagens santas.

Por ninguém gostar de mim
acabei reaprendendo
a não sofrer por outrem
e esquecer o que tá dentro.

Por ninguém gostar de mim
acabei com amor próprio
desperdiçando sorrisos
e alimentando ódio.

Por não gostar de mim mesmo
acabei jogando afora
os foras que me fizeram
querer todo mundo agora.

E por gostar de ninguém
fechei os olhos nos olhos
abrindo escuridões
que fazem sentir além.

Pierre Tenório

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