ontem mesmo, fiz questão
de transar com um assassino
ele sabia como
tocar as minhas mãos
ele sabia o quanto
eu pudia ser letal
sobre suas veias
de quase menino jesus;
pedi para que me matasse
e olhos nos olhos roubou
algumas palavras da boca
tirando do bolso uma faca
rasgando o próprio peito
arrancando o coração.
calado me fez um pedido
para que eu comesse
empurrou-me inteiro a boca
o gosto não era bom
mas, afinal de contas
estávamos nos nascendo
de tanto que não parávamos
de jogar conversa,
eu já não tinha paladar
confessou muitos segredos
despertando meu desejo
de estar em sua memória
como tatuagem de chiclete
não houve sequer violência
nem penetração.
Pierre Tenório
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