segunda-feira, 27 de julho de 2015

DO SER A LEVEZA

Pinceladas de tinta em bolas de sorvete brancas
Tempestades nos goles de cervejas frias
Vassoura no chão do corredor com papéis coloridos
Paisagens sonoras aos arredores do sítio
Trechos de um documentário bom para o espírito
Abrir livros de poemas e navegar estórias
Ouvir lendas d’outros mundos ao dobrar as linhas
Rir dos tempos que nunca mais serão perdidos
Fingir que está triste pra passar o medo
Dar muitos e muitos beijos sem permissão
Sorrir sem vergonha do dente que está quebrado
Fumar baseados alegando largar os cigarros
Fechar portas e abrir janelas desertas
Soltar pássaros presos em qualquer gaiola
Chorar pela árvore cortada na calçada
Nascer criança todos os santos dias
Permanecer criança mesmo nos dias ruins
Estar sempre atento (a)os ventos.

Pierre Tenório

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