DO SER A LEVEZA
Pinceladas de tinta em bolas de sorvete brancas
Tempestades nos goles de cervejas frias 
Vassoura no chão do corredor com papéis coloridos 
Paisagens sonoras aos arredores do sítio
Trechos de um documentário bom para o espírito
Abrir livros de poemas e navegar estórias 
Ouvir lendas d’outros mundos ao dobrar as linhas
Rir dos tempos que nunca mais serão perdidos 
Fingir que está triste pra passar o medo 
Dar muitos e muitos beijos sem permissão
Sorrir sem vergonha do dente que está quebrado
Fumar baseados alegando largar os cigarros 
Fechar portas e abrir janelas desertas
Soltar pássaros presos em qualquer gaiola 
Chorar pela árvore cortada na calçada 
Nascer criança todos os santos dias
Permanecer criança mesmo nos dias ruins
Estar sempre atento (a)os ventos.
Pierre Tenório
 
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