atrás da porta o amor queima no lixeiro de alumínio e eu não sinto tuas mãos tocando minha maçaneta pois sou o pior em tudo que faço e falo com a caneta sem tinta escrevo poemas com o estilete na porta do banheiro sujo de merda pública digo bom dia ao porteiro e não recebo resposta alguma pior ainda é ser tratado como um veado dentro de uma condução nojenta felicidade é uma paz cheia de dinheiro é quando riem da minha cara de chupa pica é quando eu leio o jornal sujo de sangue nosso tu conhece a felicidade? mergulho na piscina de três metros e meio e sobrevivo por lá massageio teus pés de otário em cima da mesa enquanto cuspo verbos na tua cara de otário e tu me paga um salário de merda pra comer minha boceta chanel 5 coagulo num porão de rosas mortas achadas no lixo atrás da porta de alumínio protesto e ocupo e nada acontece parem de gritar parem de gritar seus bando de bestas que isso não tá adiantando 
mais.
parem de gritar e
explodam 
num longo espaço de tempo amplo nossas cicatrizes como a terra germina somos a geração mais infeliz que ouvimos falar 
abraços continuam baratos
abraços continuam baratos 
abraços continuam abraços
estou me repetindo
Pierre Tenório
 
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