sexta-feira, 10 de março de 2017

te cuspirei a boca com a ansiedade de uma lesma
subindo a parede da sala de estar bem consigo
alegre sentada no colo e olhando
o ar entre os dedos dos pés pendurados
em busca de nada mais que plurais
no atormento do pensamento de si
sem se desculpar e desculpando-se pelos
chutes que as tartarugas atormentadas relevam
em fotografias queimadas pela maresia da terra
as pegadas das tartarugas
em busca do mar astral
existe prazer menor do que ser menos
que os outros que
observam as árvores dançar pelas varandas
desvairadas;
e se atentam a cor dos lábios celestes;
é o alvorecer nos despindo de nós mesmos
procurando por nós mesmos em outras palavras
nossas
e tudo mais será nada nosso mais por enquanto
os esquilos correm famintos
estou assombrado pelo verso não absorvido
por mim, estou alumbrado pela minha beleza
em descoberta então fale mais mais mais e então
cale-se e deixe que você mesmo fale por ninguém
exite e não exite
o que eu queria te dizer cabe muito além que as
flores que eu mataria
borboletas dormem no portão
também das carnes que como
e não nego nem me arrependo porque te amo
mesmo sem saber como como isto;
um ser qualquer como não te comeria mais
jamais e até que sinceramente
eu até compraria algumas veias
e versos
pra te ler
além.

Pierre Tenório



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