quarta-feira, 15 de março de 2017

escreva o que pensar
como lençol fino pesa
sobre alguém sozinho
ou então jogue pedras
leves sobre as flores.

Jamais seque os olhos;
banhe-se na fonte
dos poemas mortos.

Trafegue entre escolhas
de produzir livros
ou livrar-se das penas;

amo folhas em branco
infinitas escrituras

conjunturas
de céu sem estrelas.

também verdes
e secas
amo árvores
presas
em terrenos
flutuantes;

de tempo passado
ou nascido
em finíssimos galhos.

amo as folhas que fumo
e esqueço

desde quando as leio
até apagar tudo

que escrevo.

Pierre Tenório

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