nesses dias tropicais
de fim para recomeço
passei tão despercebido
por uma dessas favelas
aquela favela
daquelas favelas amigas
sem labirintos foi onde
tive o grande prazer
de reencontrar aquele
meu predileto magrinho
e descompassado assassino
de mim e das minhas fraquezas
indiferente com único
sorriso macio navalha
suas mãos cansadas e lindas
e cheias de veias infindas
estradas nas voltas dos dedos
crimes demais que imperfeitos
jogar papeizinhos na rua
era o seu único erro
fico rindo de mim mesmo
que apago todas as bitucas
dentro de um mesmo cinzeiro
as balas transpassam o ego
atire escrevendo meu bem
pregos sob meus martelos.
Pierre Tenório
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