sexta-feira, 1 de janeiro de 2016

nesses dias tropicais
de fim para recomeço
passei tão despercebido
por uma dessas favelas

aquela favela

daquelas favelas amigas
sem labirintos foi onde
tive o grande prazer
de reencontrar aquele
meu predileto magrinho
e descompassado assassino
de mim e das minhas fraquezas
indiferente com único
sorriso macio navalha

suas mãos cansadas e lindas
e cheias de veias infindas
estradas nas voltas dos dedos
crimes demais que imperfeitos

jogar papeizinhos na rua
era o seu único erro

fico rindo de mim mesmo
que apago todas as bitucas
dentro de um mesmo cinzeiro

as balas transpassam o ego
atire escrevendo meu bem
pregos sob meus martelos.

Pierre Tenório






Nenhum comentário: