meus dedos tocam o infinito enquanto abro a janela do quarto
não queria me desprender do cheiro que há nas mãos
com vista para nada, me deparo com o nada que há na janela
e os meus olhos se fecham, onde estão as cortinas?
a chuva que não, o vento que não vai, o cheiro que não,
ainda estou acordado
cheio de perguntas e não sei sequer escolher um tema.
minha foto favorita está rasgada e eu só te peço para
que voltes, ao menos por dez minutos, ou quatro,
as lembranças me remetem ao quarto
quando vinhas doce e de quatro e ias embora
acho melhor ires embora mesmo, (pro outro quarto)
levando o vento que o tempo em vão, claro que não
sem que eu quisesse deixar, (mastiga um chiclete)
minhas horas favoritas são quando estou despretensioso
quando isso ocorre as águas discorrem sobre tudo além mais
as telas conspiram e as tintas desviam meu medo de tudo
não quero ler o meu nome, nem gosto de ver minha imagem
não que sinta vergonha de mim, mas, é exatamente isso,
creio as palavras não podem ser solfejadas em outro tom que não
seja o presente desembrulhado
meus joelhos se contraem repetidamente em um ritmo dissonante
não seja meu amante.
Pierre Tenório
Nenhum comentário:
Postar um comentário