segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

a lixeira está derramada à sua espera
os lixos já foram jogados dentro de nós
então peço que te acalmes, menina,
nada que não seja belo nos Antônia as narinas, ficamos por conta das causas
os copos também estão vazios à sua espera
danço como bailarina de funk e por
vezes me sinto louca e bêbada fingindo
à sua espera
sempre me deixando levar pelo som
da música que paira, você não me para nem pra dizer oi
enquanto mexo meu corpo de vontades
mesmo enquanto silencio e sobrevoo sua espera
as pessoas falam e eu não retorno a ligação, não é minha culpa
estúpida
não existe culpa, quando o crime é aprazível
eis que as mãos estão vazias
mato os poemas nas mãos enquanto os fatos
não passam de fotos na manhã plena
à sua espera
me desgasto e sobrevivo
não há nada que não nos ache,
então se desespere 

Pierre Tenório

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