sexta-feira, 15 de abril de 2016

quero ser tua
como és minha

pouco contato
tanta entrelinha

atento ao tempo
que de repente

muda os rumos
subitamente;

te tenho quase inteira
embora nunca me queiras

tu, me tens no agora
mantendo sempre por fora

mesmo quando partes
o cheiro demora

pois és prisioneira
da minha memória

vive em liberdade
porque está morta

eu, por fim à espera
vivo abrindo portas

e também janelas
minha alma cega

o vento venera.

Pierre Tenório

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