Fugiam as palavras 
nada mais havia a ser dito
tentei inúmeras vezes sangrar 
as pedras inutilmente 
De bruços sobre elas 
lhes sugava a alma com desvelo 
Mirando ao nada 
ninei ao som do vento 
todas as almas 
que os olhos abrigavam 
Sozinho pude ouvir 
os zumbidos que 
acalentavam os ouvidos 
Gritos de socorro
pedidos de namoro
pausas dramáticas musicavam o silêncio
preenchiam o vazio vislumbrante 
da minha própria alma avessa.
Pisoteei as flores do caminho 
extraindo orvalho para os labirintos 
venosos do meu corpo árido 
Destilei veneno das nuvens 
suor de frutas 
Hidratei os cabelos com areia das praias 
desertas 
Bebi toda água do mar como combustível
para apagar o passado. 
apagar.
Procurei novos significados para os medos 
e com a brutal força dos arcanjos 
pude sorrir dentro de um pesadelo. 
Galopei em corcéis de asas cortadas 
por estradas sem gravidade. 
Procurei um cantinho escuro entre as estrelas
onde pudesse me revelar poeira.
com total autoridade 
sobre qualquer sentimento 
qualquer.
Pierre Tenório
 
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