Te procuro
nas paredes
do meu quarto.
A saudade
o aprisiona
em um quadro.
Imóvel sobrevivo
nas molduras.
Contemplo
meu desejo
em vozes mudas.
Resisto em ocupar
os teus espaços.
Nas tintas
cores secas
não te acho.
Arranco e guardo
os pregos que
o segura.
Amando as
cicatrizes
que perfuram.
Pierre Tenório
segunda-feira, 30 de junho de 2014
sábado, 28 de junho de 2014
sexta-feira, 27 de junho de 2014
quinta-feira, 26 de junho de 2014
Pró Pático
Por ninguém gostar de mim
acabei me acostumando
a erguer bandeiras brancas
e quebrar imagens santas.
Por ninguém gostar de mim
acabei reaprendendo
a não sofrer por outrem
e esquecer o que tá dentro.
Por ninguém gostar de mim
acabei com amor próprio
desperdiçando sorrisos
e alimentando ódio.
Por não gostar de mim mesmo
acabei jogando afora
os foras que me fizeram
querer todo mundo agora.
E por gostar de ninguém
fechei os olhos nos olhos
abrindo escuridões
que fazem sentir além.
Pierre Tenório
Por ninguém gostar de mim
acabei me acostumando
a erguer bandeiras brancas
e quebrar imagens santas.
Por ninguém gostar de mim
acabei reaprendendo
a não sofrer por outrem
e esquecer o que tá dentro.
Por ninguém gostar de mim
acabei com amor próprio
desperdiçando sorrisos
e alimentando ódio.
Por não gostar de mim mesmo
acabei jogando afora
os foras que me fizeram
querer todo mundo agora.
E por gostar de ninguém
fechei os olhos nos olhos
abrindo escuridões
que fazem sentir além.
Pierre Tenório
quarta-feira, 25 de junho de 2014
sábado, 21 de junho de 2014
sexta-feira, 20 de junho de 2014
quinta-feira, 19 de junho de 2014
Os gritos ecoam pela janela, enquanto calada perco o fio da meada
em frente ao espelho, penteando os cabelos com dedos de muitas mãos;
Observo os detalhes dos poros e os caminhos que surgem pelas rugas da face.
Contemplo o horizonte irresistível correndo pelas estradas afora,
sorrio para arbustos que se mantém sérios e lembro de quando
aguava as plantas da varanda.
Encho a barriga de imagens coloridas e também sem cor, desfio
o rasgão no joelho da calça, jogando fora os fiapos de linha,
linhas telefônicas, polifônicas, aéreas, perco a linha e me perco
nas linhas do tempo.
Ajoelho-me encravando os dedos na terra molhada de suor, consigo sentir
o quanto o mundo é perfeito em sua miséria atômica destrambelhada, encontro
respostas no eco que me leva aos detalhes dos poros e rugas
que surgem a cada caminho.
Avisto matas queimadas, animais atropelados, ossadas e formigas;
me encontro nos brotos e frutos maduros, enquanto passo horas nas asas
das borboletas, dia após dia.
Os gritos ecoam pela janela do horizonte imenso que se conserva dentro
de cada pupila, os fios agora estão presos pelas linhas do elástico,
em frente ao espelho.
Pierre Tenório
em frente ao espelho, penteando os cabelos com dedos de muitas mãos;
Observo os detalhes dos poros e os caminhos que surgem pelas rugas da face.
Contemplo o horizonte irresistível correndo pelas estradas afora,
sorrio para arbustos que se mantém sérios e lembro de quando
aguava as plantas da varanda.
Encho a barriga de imagens coloridas e também sem cor, desfio
o rasgão no joelho da calça, jogando fora os fiapos de linha,
linhas telefônicas, polifônicas, aéreas, perco a linha e me perco
nas linhas do tempo.
Ajoelho-me encravando os dedos na terra molhada de suor, consigo sentir
o quanto o mundo é perfeito em sua miséria atômica destrambelhada, encontro
respostas no eco que me leva aos detalhes dos poros e rugas
que surgem a cada caminho.
Avisto matas queimadas, animais atropelados, ossadas e formigas;
me encontro nos brotos e frutos maduros, enquanto passo horas nas asas
das borboletas, dia após dia.
Os gritos ecoam pela janela do horizonte imenso que se conserva dentro
de cada pupila, os fios agora estão presos pelas linhas do elástico,
em frente ao espelho.
Pierre Tenório
terça-feira, 17 de junho de 2014
segunda-feira, 16 de junho de 2014
domingo, 15 de junho de 2014
DOMINGO DISTANTE
Arrumei as malas
maquiagem de leve
em sequência
cabelos assanhados
vestido de núpcias
batom rosa rastro
barba mal feita
barba e a dor
de um salto gasto.
de tudo um pouco na bagagem:
fogos de artifício
perfume dois pingos
garrafa de vinho
unhas postiças
maçaneta de porta
cuecas comestíveis
olhos de ressaca
silêncio defunto
roteiro de cinema.
algumas mentiras
ciúmes de vento
encartes, vinis
óleo de amêndoas
esmaltes
batatas fritas
maconha mofada
inquietude
e alguns poemas.
asas de frango
foice cega
lenços de seda
papel higiênico
3 quartos
uma piscina
ego escondido
bolinhas de sabão
e poucos problemas.
esconderijo
labirintite
vícios e cios
luzes e grillz
solidão patética
papel de bombom
violão quebrado
anel de barbante
e tantos dilemas.
Carreguei tudo
em duas sacolas pretas
de supermercado,
fiquei na esquina
esperando um táxi,
e finalmente chegou
o carro alegórico
de lixo orgânico onde
lancei as sacolinhas.
tudo de novo na bagagem
viajem maravilhosa,
mas, que bobagem!
Pierre Tenório
https://www.youtube.com/watch?v=Aog9EWiFkRc
Arrumei as malas
maquiagem de leve
em sequência
cabelos assanhados
vestido de núpcias
batom rosa rastro
barba mal feita
barba e a dor
de um salto gasto.
de tudo um pouco na bagagem:
fogos de artifício
perfume dois pingos
garrafa de vinho
unhas postiças
maçaneta de porta
cuecas comestíveis
olhos de ressaca
silêncio defunto
roteiro de cinema.
algumas mentiras
ciúmes de vento
encartes, vinis
óleo de amêndoas
esmaltes
batatas fritas
maconha mofada
inquietude
e alguns poemas.
asas de frango
foice cega
lenços de seda
papel higiênico
3 quartos
uma piscina
ego escondido
bolinhas de sabão
e poucos problemas.
esconderijo
labirintite
vícios e cios
luzes e grillz
solidão patética
papel de bombom
violão quebrado
anel de barbante
e tantos dilemas.
Carreguei tudo
em duas sacolas pretas
de supermercado,
fiquei na esquina
esperando um táxi,
e finalmente chegou
o carro alegórico
de lixo orgânico onde
lancei as sacolinhas.
tudo de novo na bagagem
viajem maravilhosa,
mas, que bobagem!
Pierre Tenório
https://www.youtube.com/watch?v=Aog9EWiFkRc
sexta-feira, 13 de junho de 2014
sob encantos
apago a memória
do sonho que
inconsciente
desminto,
pressinto calor
desafago o doce
acalento imagino,
suponho estrofe
perdido em
desejos docentes,
disparo balas
em festa
vestindo grávidas
jeans,
me mato em
capuz
de chapeuzinho
vermelho carente,
disponho
caminhos
despejo
em rodapés
o desejo,
por um triz
enquanto Ernesto
aos dedos
delinquentes,
piano
à lua do sol
adormeço
ausente.
Pierre idiota da silva e ponto.
apago a memória
do sonho que
inconsciente
desminto,
pressinto calor
desafago o doce
acalento imagino,
suponho estrofe
perdido em
desejos docentes,
disparo balas
em festa
vestindo grávidas
jeans,
me mato em
capuz
de chapeuzinho
vermelho carente,
disponho
caminhos
despejo
em rodapés
o desejo,
por um triz
enquanto Ernesto
aos dedos
delinquentes,
piano
à lua do sol
adormeço
ausente.
Pierre idiota da silva e ponto.
quarta-feira, 11 de junho de 2014
NÃO INSISTA
já falei que o amor
é partitura
em melodia.
(tentei ser músico)
disse que entre
os de bom grado
está presente.
(tentei ser padre)
inventei palavras finas
tão banais
lancei um livro.
(tentei ser poeta)
encontrei mil corações
atormentados
como o meu.
(tentei ser puta)
encontro definições
que não explicam
o que sinto.
(não sei ser, minto)
Pierre Tenório
já falei que o amor
é partitura
em melodia.
(tentei ser músico)
disse que entre
os de bom grado
está presente.
(tentei ser padre)
inventei palavras finas
tão banais
lancei um livro.
(tentei ser poeta)
encontrei mil corações
atormentados
como o meu.
(tentei ser puta)
encontro definições
que não explicam
o que sinto.
(não sei ser, minto)
Pierre Tenório
segunda-feira, 9 de junho de 2014
quinta-feira, 5 de junho de 2014
MARTÍRIO
quero sentar aos pés da tua cruz
e te contar penumbras de amor
assim viver nas mãos do teu remorso
sem gratidão devida, prego e forço.
as luminárias gritam apagão
enquanto corvos pousam na matina
pulo ao alto mar que te reveste
nas pupilas verdes que adormecem.
a lua canta em clima despedida
enquanto os santos todos se embriagam
o sol anseia luz que nos dissipa.
o tempo voa em som que acende a sina
perdido no espaço entreaberto
sou tinta na caneta que te assina.
Pierre Tenório
quero sentar aos pés da tua cruz
e te contar penumbras de amor
assim viver nas mãos do teu remorso
sem gratidão devida, prego e forço.
as luminárias gritam apagão
enquanto corvos pousam na matina
pulo ao alto mar que te reveste
nas pupilas verdes que adormecem.
a lua canta em clima despedida
enquanto os santos todos se embriagam
o sol anseia luz que nos dissipa.
o tempo voa em som que acende a sina
perdido no espaço entreaberto
sou tinta na caneta que te assina.
Pierre Tenório
quarta-feira, 4 de junho de 2014
terça-feira, 3 de junho de 2014
sei que mesmo calados
lemos nossos sinais
porque não somos mais
que grãos descoordenados
entre risos e cânticos
madrugada a dentro
sob o brilho de vênus
numa praia do atlântico
você lembra da lua?
foi você quem nos disse:
é o gato de alice!
que a sorrir continua
para as ondas do mar
vendo o mundo girar
F. C.
lemos nossos sinais
porque não somos mais
que grãos descoordenados
entre risos e cânticos
madrugada a dentro
sob o brilho de vênus
numa praia do atlântico
você lembra da lua?
foi você quem nos disse:
é o gato de alice!
que a sorrir continua
para as ondas do mar
vendo o mundo girar
F. C.
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