PRÍNCIPE
primeiro, ato:
aquela menina
queria sentir
o cheiro do
mato
mataram
as plantas,
cortaram
as flores;
insistente,
cheirando o vento
inodoro
ela ria,
o odor
da saudade
inundava o jardim
sem dores
agonia quieta
em sinfonias
enquanto a floresta
insistia em
ruínas rimas,
brotavam
amores
de mãos dadas
a madrugada,
catava espinhos
pela ventania
quando o sol
nascia
ela ria,
e alguém
trancava os
portões.
caminhada
na estrada sem
fim,
não haviam cores e
diante atmosfera
ferida,
sorria
a moça
prisioneira
do corpo,
vivo
ou morto;
saudade perpétua
deitada nos restos
matagais
e ao som de quaisquer
sons passados;
assobios.
segundo desato:
através dos
olhares
de um cego
o espírito
acreditava
no gesto de
palavras inúteis,
aprisionadas ao
nada
quietas, passarinhos
enquanto devorava
todas as folhas
sem apetite,
o passado
lhes trazia
heranças que
iam se apagando
em camping
deserto,
jardins de crepom
coloriam
buquês
em rastros
de borracha,
ofuscados
pela fumaça
era paisagem
acendia, acenava, despedia
e sufocava
até abrir os olhos,
no sorriso
do sapo.
não haverão
outras
manhãs.
Pierre Tenório
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