quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

NECROTÉRIO

resíduo de cinza
que abriga a lareira apagada,
numa lasca de lenha
imune ao fogo
do Alasca aquecido;
se livra do gelo
e esquecida pelo vento,
faz um apelo:

se nem queimo
ou regelo,
esqueça-me ao fogo noturno
ou pegue o chinelo

e sobre os restos
de elo;

dissolva-me ao vento
em sopro

ou me oprima
ao chão
em obra-prima lavada

por água e sabão.

Pierre Tenório

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