Não preciso de cocaína para ser esquisita,
todavia, uso pó de arroz,
ajuda a disfarçar as marcas do tempo que perco de graça
fazendo outras bobagens espalhafatosas.
Heroína, salvo fonemas.
Como Gueisha ocidental pós moderna;
sou real,
perturbo corações proibidos
aprisionados a fortuna divina atemporal.
Iludo, me iludo,
novamente vice-versa.
Luto.
Anti- verborrágica, sou cadela romântica,
vacina avessa de neurônios esfumaçados e bem humorados.
Várias caretas faço, faço poemas,
fumo cigarro eletrônico,
Não atendo celular, atento às células.
Fico quieta, sou chata,
de graça brinco de humildade, às vezes.
Herética, profana, esperta.
Bebo drinks, constato calada, reparo, também sou falsa.
Penso mais merda do que falo, pouco falo,
falo no olho, descarada,
cara de pau,
inspiro, bafejo lento,
me sinto livre,
safada, osso duro embaixo do short,
afago de mentira.
Sou fictícia.
Na esquina de corselet apertado, cobro caro,
falo com cachorros, as vezes lato,
finjo de morta, sonsa.
Sou curta-metragem, sucinta.
Fálica, mágica.
Me alegam fina e olhando de cima,
enojo as línguas.
Farsa.
Abandonada, saia longa, cintura alta,
espero táxi,
bebo cachaça, fico em casa,
abraço travesseiros,
não uso joias
e sou viciada em retocar a maquiagem.
Me acho feia, porém, linda.
Pierre Tenório
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