terça-feira, 28 de dezembro de 2021

este poema é 
para minha mãe
que sempre está.
confesso que
nunca escrevi 
para minha mãe
a única mulher
que lutou por mim
e vive por nós
eu te amo tanto
que nunca me atrevi
escrever assim
para ti, meu amor.
Eu acredito em Deusas,  


se você ama demais 
eu também amo demais. 

mesmo atuando parece que 
sempre falo a verdade (que compreendo e vive dentro do personagem)
e que nasci pra isso

quando danço
meus cabelos também dançam 
minhas articulações 
parece que funcionam

a engrenagem do meu corpo
sai da cama e se move 
um tanto demodê

minha boca sorri
os meus olhos também 
os meus sonhos também 

se você ama demais 
eu também amo demais



você pensa que te amo 
e também pensa que sou louca

pelo artefato de procurar 
como uma loba sem saber amar

obviamente não sei saber 
descrever o desespero que é

ser o que se procura sem aprender
o que se quer compreender 

isso tá bem ruim, vou tentar 
ser atriz, atroz, feroz, fiel

faço de conta que nada importa 
e você devaneia algo que me consome 

eu só queria saber o seu nome 
e todas as letras que se misturam 

pelos alfabetos dos dicionários
também pelos significados 

pela sinfonia que é tua voz 
me dizendo: não. 



segunda-feira, 27 de dezembro de 2021

Eu quero tocar 
o teu coração
cantar e dançar 
para uma multidão 

Eu quero sonhar 
mais uma canção 
deitar e rolar 
perto do teu colchão 

Falar mais uma vez de amor 
mesmo que tu não queria ouvir 
pensei que era mais fácil, mas, 
existem um milhão de mim

Fazendo foto, fazendo cena 
criando músicas para Iracema
strike a pose, dando um close
no fone tocando La vien rose

Quero viralizar na internet 
ficar milionário, comprar um chiclete
gravar um disco cantando a xuxa ao contrário
de salto abrir teu armário 

fazer uma dança pro tiktok 
favor se toca, por favor me toque 
quero mais batuque, quero mais badoque 
olhando pro foco, queimando o enfoque 

Senta no meu colo 
quero mais um gole 
se tu não me ama 
por favor engole 

Sobe e desce 
desce e sobe 

(...) 


sábado, 11 de dezembro de 2021

futuro 
é para sempre
dentro das almas 
que saudade sentem
agora 
é o passado que
folhas descrevem
ao caírem das árvores
AO CAIR DAS ÁRVORES 
o amor 
é o seco perfume
lembrando dos ninhos
feito solidão,
solidão
são braços
abertos
feito fossem
galhos
ao cair das árvores. 




 

sexta-feira, 10 de dezembro de 2021

Faz tempo que 
te vi amor 
senta aqui 
curte esse som
fala pra mim 
o que rolou?
Nosso lance 
parece que acabou 

Faltou verdade 
sinceridade 
parece que eu 
nem estava na cidade
me ignorou
nem me ligou 
e quando encontra 
por aí já quer 
fazer amor 

[Uma semana 
que você não me aparece 
te vi nos bares fingindo
que me esqueceu 
sei muito bem porque 
não vales um real 
quero te ver mas, agora
só casual 

Diz meu bem 
que não tá nem 
aí pra mim 
que agora tá feliz 
Já não importa mais 
se tu tá bem 
ou tá com outro]

Dança comigo 
caia na lábia 
a nossa história 
é conto de fadas 

Senta no colo 
mexe com a raba 
chupa na língua 
como uma bala 

Fica maluca 
beijo na nuca 
pego o cabelo 
nada machuca

Entro e saio 
feito um diabo 
o meu inferno 
é você do lado 

Caio de boca 
te deixo solta 
você me prende 
e não quer volta 

Bailo contigo 
a vida toda 
mesmo que suma 
sempre abro a porta 

Tua saliva 
molha meu corpo 
olho pro lado 
já tá com outro

Sigo em frente 
chega a hora 
não fico triste 
quando vais embora. 
 
 

sábado, 4 de dezembro de 2021

a última coisa que poderiam me roubar 
era a espontaneidade dos poemas 
ainda assim eu deixei 
que levassem de mim 
a única forma que eu sabia amar 
a única forma que me deixava por fora 
das formas. me sinto como uma boca
de fogão sempre acesa. me sinto 
bela e ao mesmo tempo, tempo.
cansei de escrever para mim.
cansei de escrever para você. 
também cansei de beber, bebê. por hoje 
cansei de você.  
você significa todo mundo. 
o amor significa todo amor. 
não queria ter que explicar isso.
eu só preciso escrever mais algo.
eu só preciso dizer que te amo. 
meus dedos digitam sozinhos
 
 


sábado, 27 de novembro de 2021

saio para os mesmos lugares 
encontro as mesmas pessoas
circulo pelas veias da cidade 
demostro meu abraço
escondo meus poemas 
danço como uma alma 
come, devora, exala  
eu gosto de olhar os teus olhos
me disfarço
me exponho 

amo-te e me amo
escrevo com a força
da solidão 
procuro conhecer 
a língua que falo. 
 

 
 


sexta-feira, 26 de novembro de 2021

enquanto você comemora 
a esperança do outro
vai embora. 

terça-feira, 23 de novembro de 2021

eu gostaria de te falar algo 
e peço que leias com desatenção 

para que revoltes e me desenvolva
discorrendo os tempos em que fui profunda

se voltei não sabes e também não sei 
só quero que leias minhas novas leis 

só quero que vejas que não sei ser rei 
mesmo assim descanso em tronos alados

nos meus pensamentos não estais calado 
como o tempo escorre nos olhos ao lado 

recorro ao carinho de mãos ancestrais 
me evolvo em pétalas e milharais 

sentimentos mergulham profundo
rasgando mundos, muros e roupas. 



 










segunda-feira 
e você não chega
acabou cerveja
já repus a mesa
e você não chega
você não me deixa 
você não se queixa 

você não me ama
e tanto me ama 
são tantos vocês 
que me esqueço deu
deu tudo certo 
distante, perto 
foi papo reto
ereto, concreto 
amor indiscreto
indiscrente 
benéfico 
ultravioleta 




sexta-feira, 19 de novembro de 2021

sobrevivente

fui atropelado
pelos teus olhos
e mereço morrer

por não pesadelos
possamos
ter.

esquecimento 

colo os pedaços dos teus olhos
no banco traseiro do automotivo 

eu que estive sentada por tanto
tempo que vem pela frente 

não sou mestre das palavras
e desafino quando assobio

eu bem te vi quando você me 
ignorou, mesmo assim 

não caberia neste verso 
o que eu cantaria em Adele.



quinta-feira, 4 de novembro de 2021

participação espacial 

saio do mato 
subo na nave
entro ao buraco 

doo meu corpo
rezo em línguas 
faço uma cena

causo poemas 
abro feridas 
parto a gema

volto ao ovo 




LAMBIDA 

a língua 
sai de repente 
da boca 
feito serpente 
toca o céu
também o dente

a língua 
sã, saliente 
bate na porta
só que não mente 
e o cu pressente 

mais um presente. 







gosto de olhar sua boca 
gosto de sentir o gosto 
da sua boca 

suas palavras 
seus gestos 
tem sabor 

seu medo também
o gosto do seu medo 
de mim. 

haverá ainda 
sentimento 
após 

você me matar 
por dentro 
haverá 

ainda 
momentos 
em que plantarei 

sementes 
no lugar 
em que poderia

me vingar. 

segunda-feira, 1 de novembro de 2021

te perdoo
por meter 
o pau em mim

não sou boa
não sou ruim

quando disse
que te amo 
você disse 

é o fim. 



sábado, 30 de outubro de 2021

há uma pedra dentro dos meus olhos
um pedregulho nos teus sonhos pairam
brilham nossas águas asteroides  

desato os nós da garganta 
desato os nós
atos  

volto no tempo 
e sigo ao vento para 
conseguir seguir 

não vejo o poema 
como ele era 
vivo vívido vivido  

em todo aspecto de seiva 
os olhos de bomba 
explodem 

sobre mim
sobre
flores.



domingo, 17 de outubro de 2021

meu namorado é
um homem invisível 
que sofre tanto 
quanto eu
que me maltrata 
tanto quanto 
chora.
meu namorado é
um homem que 
me ama o suficiente 
para que eu sinta 
muito.
meu namorado é
o seu. 
 

sábado, 17 de julho de 2021

coço meu nariz e não sei sobre o que venho a inventar
dessa vez, posso pular o muro ou roubar o mercado em busca de
algum carinho ou alguma emoção, eu só queria tocar os dedos do

 garoto, rapaz, menino,
um homem que me entregava as coisas todas (para não dizer linguiça)
eu queria vê-lo e ao mesmo tempo roubava-o. eu roubava dele os pensamentos.
ficava bêbada sem querer escrever o que eu mais sentia.
TUDO JÁ ESTÁ ESCRITO, de forma trágica penso que tudo pode ser um pensamento,
o som está muito alto e isto não é um diário, é só um poema.
o qual decido minhas dores, preciso parar com isso, se não vou
morrer. preciso arranjar um jeito de me amar. preciso arranjar um
jeito de me contradizer;



sexta-feira, 16 de julho de 2021

se minha amiga 1 estivesse viva, ela diria que é super natural 
agasalhar-se em pleno meio dia de sol escaldante. (com ou sem praia)
se minha amiga 2 estivesse viva, ela diria que é super natural
vestir fio dental mesmo sem escovar os dentes. 
eu diria que fico muito excitada em saber que pessoas rezam 
ao saber do meu corpo congelado
ainda vivas em minha memória elas nem conhecem e odeiam saber sobre.
eu fico divagando como é sobreviver a esse filme de terror 
onde todo mundo dita e ninguém se expressa realmente.
eu odeio viver nesse mundo, me divirto muito enquanto tudo
arremessa pedras. se eu tenho que tomar no cu, eu vou tomar no cu.
com muito prazer, meu professor vai corrigir tudo com muita cautela. 


quarta-feira, 2 de junho de 2021

sou mais uma como você a fazer parte desta 

descoberta, sou mais uma d'uma geração de dunas, 

artista do meu lugar de grito, escondida sou mais uma como 

você que as vezes perde a hora de entender, sou mais

uma que se desentende ao decorrer do rio, lentas as letras 

se unem alquimistas das suas próprias palavras, bruxas

das suas próprias fogueiras, poeiras de tantas dunas. 


segunda-feira, 17 de maio de 2021

você sabe que não estou falando 
como sempre falo as vezes
e me despreza com todo zelo
alega que estou anuviada pelo 
tempo perdido.
não estou falando sério,
nem falando mesmo.
não sei realmente o que significa ódio.

sexta-feira, 14 de maio de 2021

será que tô respondendo 

quando falo falo 

 depois de te ouvir calar

se te digo não te quero 

você diz que eu não posso 

me justificar 

por me apaixonar por vc 

não sei dizer porque 

que não é em vão o que 
falo antes de te conhecer 

não é pra comunicar 
se digo que preciso de um amigo 
intimo 

mas o tempo passa e sei que vou, vou  

enjoar de voce

voce vai se cansar de mim 
e eu vou amar curar vocÊ


palavras pra te responder
o que não sei também dizer 

quarta-feira, 5 de maio de 2021

inventaram para mim 
a morte

EVITA


sou uma puta que não transa
ainda assim diz que te ama
faz drama, reclama, também
te liga, depois desliga


meu amor é de fachada 
meio fio, calçada, fala
quando você coloca o pau
pra fora e eu adormeço 
sinto que o fim é o começo

meu amor, eu só te dou
tudo que tenho pois é 
tudo que invento, lento

o vento faz com que 
eu pense em outras coisas
para escrever e quando escrevo
sobre você, meu corpo levita.

me esqueço






sinto muito quando 
digo que te amo
mesmo por enquanto 
ou de vez em quando 

ai, quando te olho 
quase que te como 
pela fechadura
dessa porta aberta

quase me engano
dentro do meu sonho
rego tuas plantas 
leio tua cara

me dando um tapa
te sugo de graça
eu não valho nada
só faço pirraça.



pelos ruivos ou queimados
pelas pernas agarradas ao lençol
não tenho certeza se ele ama 
mais a mim ou estar coberto

acobertado pelos pelos 
do meu lençol 
é o meu lenço 


minhas palavras 
cospem nos meus pés

é como se o abraço
nunca chegasse

quanto mais espero
nada chega perto

e as lágrimas do meu copo
gotejam em minhas pernas 

minhas pernas estão cruzadas
elas conseguem caminhar

ando com minhas pernas cruzadas
não sei onde irão chegar

odeio todos os meus poemas
novos. escrevo 

na tentativa de abrir as minhas 
pernas. 


me sinto exausta 
não consigo escrever 
nada que me agrade 
em versos, nem uma 
resposta.

as palavras me engolem
enquanto penso 
em escreve-las 
tenho medo 
de não saber.

as plantas me deixam
completamente ilhada
a culpa não é delas
se só consigo 
falar sobre mim.

minhas palavras 
acabaram,
igual minha fé.
desejo ter fé

estou deitada ainda
mas, não sei se sou ela

ou ele e ela
sozinho elaboro versos

com a vista para o teto
imagino o sonho

de um braço inútil
me sufocando então

me sufoco de tanto 
querer um abraço

um abraço que tanto
não me abraça então

corro e escrevo.

cheia de vírgulas


terça-feira, 12 de janeiro de 2021

 Eu te odeio 

Eu te odeio, mas te quero para sempre 

não vou me cansar, não vou 

de te procurar por dentro das paredes 

do ouvido não vou escutar 

Transpareço, impávido colosso

falo sem parar, não paro de te balançar 

não quero dar bandeira, venha me queimar 

balanço, balanço

balanço, gozo no canto do olho 

olho pro lado já não estás

Falando, falando 

fica porque não te engano 

esquece o ódio e vem também me balançar 

arrasta a sandália 

arrasta até gastar.