O cara da maconha não atende
Meu pó já escorre pelo rosto
Cheirei todo loló da vizinha
Geladeira vazia por completo
Acordo e não durmo o dia todo
O celular está descarregado
Percebo que ainda é quarta feira
E o meu relógio está bem atrasado
Corro sozinha em casa nua
Encontro as cartas do baralho
Os deuses partiram para a festa
Dormir é o pouco que me resta
A dolinha por fim veio matada
Enterramos o avô da minha amiga
O Cel tá voltando a bateria
Bebo toda água da torneira
Dígito algum nome na memória
Me deparo com a cama de bobeira
Degusto a última cerveja
Pinto poemas coloridos
E continuo aqui sem você.
Pierre Tenório
Nenhum comentário:
Postar um comentário