quinta-feira, 16 de novembro de 2017

MAIS EDUCAÇÃO

cuspo estrelas na tua cara
enquanto o coração para

I

Juro não escrever mais
poemas de amor
nunca mais
um juramento duvidoso
assim como és

Direi que o todo que te amo
atravessa os caminhos venosos
do meu riso
tor
to
não importa que você não atenda o telefone
sei que estou ocupado
e se amas, deitado esperando a lua.

II

Tudo pulsa e
enquanto os segredos são jorrados à luz
de penas
qualquer amanhã aparece corrompido
para dar suas boas vindas mesmo
sem ser
convidado.

Cobiço o homem do próximo
como a via láctea dança
em círculos.
assustado com minhas mãos frias
e com a alegria que elas matam
todo meu intenso.
Me lembras quando já esqueci
mas, esqueces como de costume

Te como de costume
com o resto

das mãos

III

Se soubesse de tudo
também
não teria prazer ser
ninguém

realmente
Como algo gostoso que você
come
caga e morde dezenas de vezes
Nuvens de fumaça na floresta
e a música está queimada
o pôr do sol é lindo e me
limito nas paredes dos teus brônquios
implorando prisão.

fotografo teus pés caminhando para
o relógio das flores.

Risco a palavra

IV

Sujo o poema com medo
das lágrimas
Elas não precisam estar
levitando sobre
minhas unhas sem esmalte
preto
é a minha cor favorita.

Ninguém aqui é ativista
nem do mal
ninguém precisa de ninguém
e isso é muito frágil
na quarta série fui estuprada
E isso é claro demais

para meus óculos
lentos.

V

Queria que você se abrisse
para mim...
Não em formato de palavra
e sim, como um corpo de letras
cheio de idéias

Acendo as luzes e tudo
está como
desejo
corto o coração
com verbos.

Pierre Tenório

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