MAIS EDUCAÇÃO
cuspo estrelas na tua cara
enquanto o coração para
I
Juro não escrever mais
poemas de amor
nunca mais
um juramento duvidoso
assim como és
Direi que o todo que te amo
atravessa os caminhos venosos
do meu riso
tor
to
não importa que você não atenda o telefone
sei que estou ocupado
e se amas, deitado esperando a lua.
II
Tudo pulsa e
enquanto os segredos são jorrados à luz
de penas
qualquer amanhã aparece corrompido
para dar suas boas vindas mesmo
sem ser
convidado.
Cobiço o homem do próximo
como a via láctea dança
em círculos.
assustado com minhas mãos frias
e com a alegria que elas matam
todo meu intenso.
Me lembras quando já esqueci
mas, esqueces como de costume
Te como de costume
com o resto
das mãos
III
Se soubesse de tudo
também
não teria prazer ser
ninguém
realmente
Como algo gostoso que você
come
caga e morde dezenas de vezes
Nuvens de fumaça na floresta
e a música está queimada
o pôr do sol é lindo e me
limito nas paredes dos teus brônquios
implorando prisão.
fotografo teus pés caminhando para
o relógio das flores.
Risco a palavra
IV
Sujo o poema com medo
das lágrimas
Elas não precisam estar
levitando sobre
minhas unhas sem esmalte
preto
é a minha cor favorita.
Ninguém aqui é ativista
nem do mal
ninguém precisa de ninguém
e isso é muito frágil
na quarta série fui estuprada
E isso é claro demais
para meus óculos
lentos.
V
Queria que você se abrisse
para mim...
Não em formato de palavra
e sim, como um corpo de letras
cheio de idéias
Acendo as luzes e tudo
está como
desejo
corto o coração
com verbos.
Pierre Tenório