DO SANGUE QUE ESCORRE
descanso sem fome 
comi toda vida 
na noite de ontem 
por um só momento 
me desconstruí
achei que não era 
capaz de fingir 
invadindo os fins;
de dentro para fora
há de chegar tua hora 
e o fogo tomará conta.
nem sei se estou morta 
só quero tomar pra mim  
qualquer juventude rubra  
no vão das mentes espertas
há sempre uma porta aberta 
terei que ficar por fora
transmutando las piedras 
em desumanas obras 
está nos pingos das velas
está nas gotas de esperma
está no fio da veia 
também no medo das tintas 
que escorrem lente às telas
estarão profundamente 
os buracos dos olhos
aterrorizando o amor. 
Pierre Tenório 
 
Nenhum comentário:
Postar um comentário