quinta-feira, 24 de setembro de 2015

é quase hora de dormir
e a garota bêbada
fecha todas as portas

meio cansada de tudo

ajeita a cortina da janela
para caso a luz divina
ouse buscá-la pela fresta;

ela olha sentada na cama
para as capas dos livros que já leu
acende algumas vezes o isqueiro

apaga a luz e arregala os olhos
aperta as teclas do telefone

incomodada com a luminosidade
ela gosta mesmo é do silêncio

aceso

das frases desconexas
que pairam pelo pensamento,
pensa até em arranjar um emprego

sente o cheiro das cédulas
e decide gastar todo tempo

fazendo tempestades
em copos de álcool;

não há hora pra acordar
quanto mais se sonha.

Pierre Tenório

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