existe um redemoinho dentro de mim
inerte dentro dele
pacifico minhas vontades
tudo pode existir
nossas visões
sobre as coisas.
os anéis de saturno
entre os dedos
é tudo que você pode
me dar;
não respondo as perguntas
no entanto, me encontro
dentro do teu cu,
enquanto os ossos
pensam.
Pierre Tenório
domingo, 27 de setembro de 2015
quinta-feira, 24 de setembro de 2015
é quase hora de dormir
e a garota bêbada
fecha todas as portas
meio cansada de tudo
ajeita a cortina da janela
para caso a luz divina
ouse buscá-la pela fresta;
ela olha sentada na cama
para as capas dos livros que já leu
acende algumas vezes o isqueiro
apaga a luz e arregala os olhos
aperta as teclas do telefone
incomodada com a luminosidade
ela gosta mesmo é do silêncio
aceso
das frases desconexas
que pairam pelo pensamento,
pensa até em arranjar um emprego
sente o cheiro das cédulas
e decide gastar todo tempo
fazendo tempestades
em copos de álcool;
não há hora pra acordar
quanto mais se sonha.
Pierre Tenório
e a garota bêbada
fecha todas as portas
meio cansada de tudo
ajeita a cortina da janela
para caso a luz divina
ouse buscá-la pela fresta;
ela olha sentada na cama
para as capas dos livros que já leu
acende algumas vezes o isqueiro
apaga a luz e arregala os olhos
aperta as teclas do telefone
incomodada com a luminosidade
ela gosta mesmo é do silêncio
aceso
das frases desconexas
que pairam pelo pensamento,
pensa até em arranjar um emprego
sente o cheiro das cédulas
e decide gastar todo tempo
fazendo tempestades
em copos de álcool;
não há hora pra acordar
quanto mais se sonha.
Pierre Tenório
terça-feira, 22 de setembro de 2015
estar num palco é
protagonizar o poema
além de comer o coração dele,
ser maldito, desnudo
encarnado e condenado
ao mergulho de outros
arrancar a alma da poesia;
assistir-se ao lado de dentro
estar num palco é ser não sendo.
sinceramente não compreendo
nenhuma letra que fora escrita
neste âmago por tua língua
nossos corpos fétidos
encharcados não recuaram,
teus líquidos a sede do corpo
saciaram embriagando-me todo
sinceramente não admito
teres me raptado a alma,
disso não me conformo
nossos corpos alinhados
nossos órgãos em comum
ossos dóceis não fugiram do afago
as memórias que me cospem forte a face.
quando digo que te amo
e você me retribui
com flechadas e pancadas
tiros, bombas de palavras
silêncios, facadas imaginárias
cara feia, risinho tranquilo
quando dizes que não sabes
se é nunca mais ou sempre;
me convenço que nasci unicamente
para amar ser tua putinha,
a putinha que desprezas loucamente
a putinha que te imagina como não és
e te apaga quando risca na parede
com os ponteiros arrancados do relógio
versos irreversíveis e sem tempo,
falas de um texto improvisado;
a putinha que espera temerosa
o silêncio do despertador.
interpretar a putinha que te ama
é sobretudo ser o palco que enganas.
onde estou?
Pierre Tenório
protagonizar o poema
além de comer o coração dele,
ser maldito, desnudo
encarnado e condenado
ao mergulho de outros
arrancar a alma da poesia;
assistir-se ao lado de dentro
estar num palco é ser não sendo.
sinceramente não compreendo
nenhuma letra que fora escrita
neste âmago por tua língua
nossos corpos fétidos
encharcados não recuaram,
teus líquidos a sede do corpo
saciaram embriagando-me todo
sinceramente não admito
teres me raptado a alma,
disso não me conformo
nossos corpos alinhados
nossos órgãos em comum
ossos dóceis não fugiram do afago
as memórias que me cospem forte a face.
quando digo que te amo
e você me retribui
com flechadas e pancadas
tiros, bombas de palavras
silêncios, facadas imaginárias
cara feia, risinho tranquilo
quando dizes que não sabes
se é nunca mais ou sempre;
me convenço que nasci unicamente
para amar ser tua putinha,
a putinha que desprezas loucamente
a putinha que te imagina como não és
e te apaga quando risca na parede
com os ponteiros arrancados do relógio
versos irreversíveis e sem tempo,
falas de um texto improvisado;
a putinha que espera temerosa
o silêncio do despertador.
interpretar a putinha que te ama
é sobretudo ser o palco que enganas.
onde estou?
Pierre Tenório
domingo, 13 de setembro de 2015
não suporto quando me deixas
sob efeito das tuas estruturas
que droga
dormente o mundo não real
despenca pesado
e um cupido pousa
bem em cima
do meu baseado
tudo real
mas, o que é real mesmo?
as pedras ficam andando pelos jardins
e eu fico olhando pra elas
elas estão paradas é?
ai, meu deus
não lembro de nada
não preciso falar
que ouvi aquela canção
você pode confiar em mim
mesmo eu nunca decorando
o uso dos porquês
é mais forte que eu
pareço uma música
mal traduzida
podemos fazer quantas
quisermos pra depois
esquecermos todas elas
como você esquece
de me ligar todos os dias
eu queria fotografar as tuas roupas
penduradas no varal
pra sempre poder te despir
no afago dos pensamentos
e te afogar
no berço das minhas lágrimas
o amor está dentro dos seus olhos
enxutos
eles são meus.
Pierre Tenório
sob efeito das tuas estruturas
que droga
dormente o mundo não real
despenca pesado
e um cupido pousa
bem em cima
do meu baseado
tudo real
mas, o que é real mesmo?
as pedras ficam andando pelos jardins
e eu fico olhando pra elas
elas estão paradas é?
ai, meu deus
não lembro de nada
não preciso falar
que ouvi aquela canção
você pode confiar em mim
mesmo eu nunca decorando
o uso dos porquês
é mais forte que eu
pareço uma música
mal traduzida
podemos fazer quantas
quisermos pra depois
esquecermos todas elas
como você esquece
de me ligar todos os dias
eu queria fotografar as tuas roupas
penduradas no varal
pra sempre poder te despir
no afago dos pensamentos
e te afogar
no berço das minhas lágrimas
o amor está dentro dos seus olhos
enxutos
eles são meus.
Pierre Tenório
quinta-feira, 10 de setembro de 2015
DOIS PAUS
sufoquei uma flor
com apenas dois dedos
e serei condenado
pelo ato insensato;
mudas de flores
surdas num jarro
não falam comigo
nem leem sequer
uma só palavra
do que está escrito
sempre serão minhas
mesmo entre as páginas
dos livros favoritos.
com apenas dois dedos
fumei com remorso
o milésimo cigarro
da tua carteira
a primeira vez
que tive certeza
que tua presença
nos ares fumaça
me traz com a proeza
de quem por mim passa
e não me convence
que preciso parar
de tanto estragar.
Pierre Tenório
sufoquei uma flor
com apenas dois dedos
e serei condenado
pelo ato insensato;
mudas de flores
surdas num jarro
não falam comigo
nem leem sequer
uma só palavra
do que está escrito
sempre serão minhas
mesmo entre as páginas
dos livros favoritos.
com apenas dois dedos
fumei com remorso
o milésimo cigarro
da tua carteira
a primeira vez
que tive certeza
que tua presença
nos ares fumaça
me traz com a proeza
de quem por mim passa
e não me convence
que preciso parar
de tanto estragar.
Pierre Tenório
terça-feira, 8 de setembro de 2015
não quero aprender
de nenhuma forma
a interromper
silêncios perfeitos
e principalmente
como o teu, escuro.
apreciar a ânsia
de palavras nuas
conforme o tempo
na esteira estática
correndo em direção
contrária, não passa
é quase bastante
para qualquer dúvida
não ter forma alguma
apenas a tua
que ao lado, sentado
clareia silêncios
em sombra de músicas.
Pierre Tenório
de nenhuma forma
a interromper
silêncios perfeitos
e principalmente
como o teu, escuro.
apreciar a ânsia
de palavras nuas
conforme o tempo
na esteira estática
correndo em direção
contrária, não passa
é quase bastante
para qualquer dúvida
não ter forma alguma
apenas a tua
que ao lado, sentado
clareia silêncios
em sombra de músicas.
Pierre Tenório
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