MAIS UM POEMA RIDÍCULO
sonhei comigo mesma
me masturbei por horas
joguei xadrez sozinha
sem discos na vitrola
beijei muitos espelhos
brindei taças de lágrimas
raspei os meus cabelos
bonita te esperava
jantei a luz de velas
rocei o pé na perna
da cadeira vazia
que na mesa te espera
amaldiçoo teu nome
pela milésima vez
nenhum demônio escuta
a minha insensatez
bendito seja teu nome
por uma única chance
de caso deuses existam
trazerem tu, meu calmante
tornei-me um ser inerte
por nada tenho apreço
envio gardênias murchas
para meu próprio endereço
nunca irei ao cinema
nem tocarei violão
não cantarei para os muros
que isolam os corações
perdida num labirinto
relembro aquele perfume
fatio os meus instintos
catana sem nenhum gume.
Pierre Tenório
terça-feira, 30 de setembro de 2014
segunda-feira, 29 de setembro de 2014
REVOLTO
exclui os teus rascunhos
quebrei pratos na cozinha
ignorei testemunhos
de tantas línguas vizinhas
bloqueei os teus recados
o cheiro insiste em vingar
tingi até os retalhos
que querem nos remendar
todos os artefatos
das lembranças que restaram
nunca serão apagados
recolherei os destroços
sem lágrimas nos olhos
e nada mais será nosso.
Pierre Tenório
exclui os teus rascunhos
quebrei pratos na cozinha
ignorei testemunhos
de tantas línguas vizinhas
bloqueei os teus recados
o cheiro insiste em vingar
tingi até os retalhos
que querem nos remendar
todos os artefatos
das lembranças que restaram
nunca serão apagados
recolherei os destroços
sem lágrimas nos olhos
e nada mais será nosso.
Pierre Tenório
sábado, 27 de setembro de 2014
GAME STATION
por sorte
ou destino
um anjo maligno
cruzou meu caminho
forma de mulher
coração de pedro,
judas, mateus
maria, josé.
do sexo, escrava
sadomasoquista
supervisionava
varões sem conquista
para meus fetiches
saírem dos planos
sempre estaria
debaixo dos panos
com cada joão
que se envolveria
mais uma cabeça
num prato traria
matar o amor
é sua função
ainda há quem diga
que existe cão.
Pierre Tenório
por sorte
ou destino
um anjo maligno
cruzou meu caminho
forma de mulher
coração de pedro,
judas, mateus
maria, josé.
do sexo, escrava
sadomasoquista
supervisionava
varões sem conquista
para meus fetiches
saírem dos planos
sempre estaria
debaixo dos panos
com cada joão
que se envolveria
mais uma cabeça
num prato traria
matar o amor
é sua função
ainda há quem diga
que existe cão.
Pierre Tenório
sexta-feira, 26 de setembro de 2014
quinta-feira, 25 de setembro de 2014
quarta-feira, 24 de setembro de 2014
SONETERNO
comecei desenhar um romance
baseado em história real
o antagonista sou eu
no papel do bem e do mal
nele alumiam feitiços
não há começo nem fim.
antigas bruxas e magos
almas unidas a mim
um caos de exatidão
devorado por subjetivos
pretextos de interrogações
tudo está (quase) descrito
ao findar, folhas secas
silêncio desaparecido.
Pierre Tenório
comecei desenhar um romance
baseado em história real
o antagonista sou eu
no papel do bem e do mal
nele alumiam feitiços
não há começo nem fim.
antigas bruxas e magos
almas unidas a mim
um caos de exatidão
devorado por subjetivos
pretextos de interrogações
tudo está (quase) descrito
ao findar, folhas secas
silêncio desaparecido.
Pierre Tenório
sexta-feira, 19 de setembro de 2014
Disseram que não encontrarias o caminho de volta, apesar de tudo estar claro pelas paisagens que percorres tão convicta das próprias vontades e viciada nas minhas.
Tuas mãos exercem poder, mas não consegues sequer amarrar os sapatos.
Apesar de não estar perdida, tu não te encontras em nada
se não em si ou ali perto daquele quadro.
Vens a mim em busca dos teus pecados ou
de um deus mais humano?
Vou acender um cigarro.
Eu sabia que estavas vivendo de saudade, mas, as gavetas estão abertas
e lá tudo escrito e perdido, não há mais nada que possa ser desfeito.
Não se queima o abstrato lançado ao universo, lembra?
Logo será uma mulher independente de qualquer coisa.
Teu engasgo não me engana; faz tanto tempo.
Desconfio que depois de tantos anos sozinha ainda insista
em trancar as malditas portas do guarda-roupa.
Lembra essa música?
Embriagada, caindo em meus braços derramada;
Brindamos com os inimigos;
sorrimos para os peregrinos ao alvorecer,
choramos e dormimos nus
o tempo parou
e fizemos de conta...
fizemos de conta.
Pega aquela marica, ali.
Me disseram que estás louca, mas, não existe loucura maior do que estar perdido, meu amor.
O descontentamento de não visitar alguma de tuas províncias me torna prisioneiro a esmo.
A ansiedade de me ver enjoado dos teus vícios, contemplando o nosso amor sendo gasto, quase jogado fora, não é maior do que a esperança de reinventa-lo. Estamos velhos.
Só assim eu poderia me amar um pouco mais,
largar os cigarros e beber três litros d’agua por dia.
Consigo enxergar um universo aí dentro, logo eu, que fico sempre por fora.
E estás aqui.
Pierre Tenório
Tuas mãos exercem poder, mas não consegues sequer amarrar os sapatos.
Apesar de não estar perdida, tu não te encontras em nada
se não em si ou ali perto daquele quadro.
Vens a mim em busca dos teus pecados ou
de um deus mais humano?
Vou acender um cigarro.
Eu sabia que estavas vivendo de saudade, mas, as gavetas estão abertas
e lá tudo escrito e perdido, não há mais nada que possa ser desfeito.
Não se queima o abstrato lançado ao universo, lembra?
Logo será uma mulher independente de qualquer coisa.
Teu engasgo não me engana; faz tanto tempo.
Desconfio que depois de tantos anos sozinha ainda insista
em trancar as malditas portas do guarda-roupa.
Lembra essa música?
Embriagada, caindo em meus braços derramada;
Brindamos com os inimigos;
sorrimos para os peregrinos ao alvorecer,
choramos e dormimos nus
o tempo parou
e fizemos de conta...
fizemos de conta.
Pega aquela marica, ali.
Me disseram que estás louca, mas, não existe loucura maior do que estar perdido, meu amor.
O descontentamento de não visitar alguma de tuas províncias me torna prisioneiro a esmo.
A ansiedade de me ver enjoado dos teus vícios, contemplando o nosso amor sendo gasto, quase jogado fora, não é maior do que a esperança de reinventa-lo. Estamos velhos.
Só assim eu poderia me amar um pouco mais,
largar os cigarros e beber três litros d’agua por dia.
Consigo enxergar um universo aí dentro, logo eu, que fico sempre por fora.
E estás aqui.
Pierre Tenório
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