sexta-feira, 30 de maio de 2014

Clareia, nas curvas, nas dunas, na chuva, na rua, na lua...

A tua face Brasil
lava a maquiagem de norte a sul
oh meu bonito Brasil
revela teu corpo nu

Um sambinha na Sapucaí
bate um racha no Morumbi
Pé de Serra, Maracatu
Xucurú, Guarani

Gonzaga, Regina, Jobim
Tom Zé, Macalé, Sucuri
Arnaldo, Mautner, Lee

Capoeira, Hermeto Pascoal
Belo Jardim, Olinda, Natal
Vitalino, Mozart, Berimbau

João do Pife, Bandeira, Cabral
O seu Valença no carnaval
O caboclo lança a verdade
no quintal do meu Brasil,

Oh meu Brasil...

Funk
Bossa Nova
Jovem Guarda
Iê, Iê, Iê

Rock das aranhas
Popozuda
Maculêlê

A cor dor

A arte suspira
em terras de fogo
flores de mormaço
amarelas e cinzas .
Inspira-se na revolta
da guerra contra as máquinas
e se volta, prossegue
instigadas com forças
que a superfície desconhece,
os cosmos não esquecem
da interminável batalha
de mastigar pedras de sal
e lamber os dejetos
que escorrem pelos ralos
das ditaduras modernas.
A seca não é só física
a barriga ronca além do pão
um problema é exposto na vitrine
para esconder falhas
que padecem ao chão.

Coco
Caju
Manga
Muriçoca tropical

Churrasco e
música de fundo

Corrupção.

Pierre Tenório e David Henrique
meias verdades
pés cansados de esperanças vãs
areia de mar dentro de ampulhetas vazias
ossos entrevados, cem anos maduros semi tranquilos
virados em movimentos repetitivos os quais
acalentos antônimos anunciam antônios silentes
ancestrais mortos
pais e filhos adormecidos sentindo a audácia
truculenta de amores amoras secas
tecnologias de anus 2014 desgastantes
greve protestante
meu cu ri de ti, augosto dos impérios
ca
pi
ta
lis
tas.
língua suja de merda,
tesão sobre paredes indignas.

Pierre Tenório

quinta-feira, 29 de maio de 2014

CAFONA

Você é gay e eu nunca vou ficar perto de você para sempre e repito.
De certo não vou te odiar, serei seu melhor amigo e compartilharei dos melhores momentos da sua aventura vidinha cheia de talentos, seu corpo é lindo, mas os músculos estão privados (privada cheia de merda), compre um shake, pintosa desvalida, suas professoras te desprezam numa nota só.
O que vais ser quando crescer?
-Te amo.
Nádegas enfadadas desse chão, vírgulas cansadas de um mar tão imenso enquadrado numa janela, parece mentira, quem vê diz que estou louco. (estais louco)
Raiou o sol e lá estamos falando dele, evito.
Calado de tantas bicadas (drinks), atômico em versos.
Como os cabelos da cabeça não desgrudam nem ao pé da letra, cedo ou tarde a calvície amanhece os dias exigindo perucas descartáveis.
Os sentidos não fazem mais sentido, socorro!!
Luvas de algodão cru envolvem as mãos trêmulas de não sei o quê.
Não se desgrudam um minuto e separar irmãos siameses com uma faca pequena seria cruel.
O silêncio fala além das leis e textos complexos, o corpo se comporta mal, não respeita porra nenhuma, válvulas permitem que o tempo perdido volte ao passado, futuro e metros quadrados abertos alinham o esplendor doentio.
Lágrimas vão e vem e voltam às glândulas salivares que cospem o desamor terno e gravata ignoram qualquer ser real.
Decepcionam e decepam as qualidades divinas as quais não quero ser homem.
-Te amo.
Grades grossas mantêm as frestas abertas nos olhos escaldantes de frio nuclear.
A homofobia é indiferente... HAHAHA
Corpo não importa, cheiro não importa,
dias não importam; sei que exportam todo tipo de sentimentos do Paraguay, mas,
enquanto penso em teus olhos, outros corvos me devoram.
Enquanto penso em acalentar tua epiderme, vestes uma camisa nova.
Permaneço calado.

Pierre Tenório

quarta-feira, 28 de maio de 2014

AR-CONDICIONADO

Boca seguramente
interditada,
sorriso derramado
em joguete.
Olfato de fato
puro faro,
odores rodeando
arrodeio.
Ouvidos roteados
wirelles,
trilha de sinfônica
audição.
Olhos aliviados
de vazio,
pulmões esvaziados
de alívio.
Miragens de concertas
perversões.

Pierre Tenório

segunda-feira, 26 de maio de 2014

ARREDORES

como os astros estão
para os peixes do ar,

despetalado jardim
nas areias do mar

bem me quer, mal me quer.

no brilho
dos raios do Sol
oblíquo;

na Lua
que vive tão só
sou tua

do amar star.

Pierre Tenório

domingo, 25 de maio de 2014

tudo se perde na linha do tempo.

terça-feira, 20 de maio de 2014

Saiu de casa para comprar cabelos vestida motocrossdresser pilotando sua lambreta anos 50 atropelados pela rua reclamaram da louca em fones de ouvido volume máximo que podia alguns quilômetros excedidos por falta de álcool em gelatina desesperada perseguida mandava abraços e beijos enquanto sorria com seus dentes quebrados a cada vítima incendiada retrucava seus charmes encantos parada gay numa calçada subiu num tanque de guerra nas estrelas do pop disco frustrada atriz de teatro do absurdo salário máximo que podia matar no mês da ressureição cerebral do hamster crucificado girando dentro da casinha escura história sem finalmente matou tudo havia pelo caminho da cidade deserto no peito da pobre querida encolhi os gigantes acordaram com olheiras e pó compacto demaquilante aniquilando vestígios de sombras certeiras trevas inferno astral das árvores amazônicas fincadas ao solo infértil do brazil colônia indígena ororubá extinta vermelha terra de marte digitalizava suas impressões no corpo inerte das vítimas queria deixar rastros e ser procurada por alguém que a odiasse abandonada a dez mil anos atrás pelo fantasma do Giorgio Moroder que produziu seu ultimo álbum e morreu de rir por estar viva a sociedade sem alternativa do caos à lama ao caos do caos a lâmina cortou os pulsos da travesti que encontrou seu aplique uma injeção contra cegueira numa lojinha de 1,99 por favor chame o táxi, estou pontiaguda.

Pierre Tenório