meio fio
a primeira
vez que andei
de metrô
aquele mar
de gente igual
a mim, me fez mais
feliz
sentei-me
ao teu lado
e discretamente
fui acompanhando
os versos
do livro
de letras
que tinhas
nas mãos.
encontro
um poema
na margem
do asfalto
e ele é
meu
alguém
lançou
minha alma
no asfalto
quando a rua
nem tinha
assaltos
pela rua
ainda
o poema
era meu
jogaram papeis
folhetos
na rua recém
assaltada
pela prefeitura
anteontem
a cidade
não tinha poema
nem asfalto
não assalto ninguém
encontro você
perdida na rua
com livros
de letras nas mãos
o que tu lerias
com olhos de ódio
e amor de cão?
meu rosto subindo
o asfalto
do morro perdido
com livros
escritos a mão
mirando gatilhos
fora do perigo
um pedido
de abraço
embora
sempre digas, não.
a primeira
vez que andei
de metrô
aquele mar
de gente igual
a mim, me fez mais
feliz
sentei-me
ao teu lado e li.
Nenhum comentário:
Postar um comentário