Pela janela
encontrei um poema 
daqueles 
que se guarda 
na escrivaninha
e ele nunca atinge 
o fundo da gaveta 
beijo-te os pés
para abrir os caminhos
do verso dos versos
poema discreto
como quando 
me declamas
cartas
pelo pensamento 
erro a ortografia
quando me deleito
sobre o corpo
de tu, poema
e confundo
minha língua
com teus outros
idiomas
te domino e
você me flui
como um poeta
maldito, dentro
de um poema irretocável.
Pierre Tenório
 
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