KILAUEA
Parei de me ocupar
deixei aquela onda
invadir todo fogo
da erupção
só um pedacinho
da minha memória
é re-inflamada
Vivendo a morte
deste coração
invento coragens
pra não ser imagem
de qualquer ser vão
quarto descartável
seres implacáveis
Por dentro invadem
o que fora fodem
fedem
fadam
flores
flertam
figas
Nos dedos destorcem
amores por sorte
inventadas fugas
aos pés rachaduras
das plantas os galhos
enaltecem lábios
agoando luvas
Línguas se confundem
com dedos e os nomes
e os monges e as ervas
cartazes abraçam
não somos mais elas
pormenores falam
mudamos iguanas.
Vamos surfar nas larvas
que acalcam nossas praias
Pierre Tenório
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