sábado, 28 de janeiro de 2017

quando os pais viajam para longe
os filhos dormem pela casa

nuvens de poeira vagam ao telhado
quadros pincelados redecoram tempos

e além disso os porta retratos
lençóis para sempre desforrados

o eco que reverberando os olhos
varre o chão pra poder andar descalço

um passarinho assombra as noites na marquise
e a janela guarda o calor do meu corpo

o café quente não estará pronto
nas manhãs o barulho soa morto

precisei vender as alianças.

Pierre Tenório




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