quando os pais viajam para longe
os filhos dormem pela casa
nuvens de poeira vagam ao telhado
quadros pincelados redecoram tempos
e além disso os porta retratos
lençóis para sempre desforrados
o eco que reverberando os olhos
varre o chão pra poder andar descalço
um passarinho assombra as noites na marquise
e a janela guarda o calor do meu corpo
o café quente não estará pronto
nas manhãs o barulho soa morto
precisei vender as alianças.
Pierre Tenório
sábado, 28 de janeiro de 2017
domingo, 22 de janeiro de 2017
esqueço as palavras ou tento e
fico lembrando sorriso e pele
das pinturas quebradas que remetem
o sonho do espreguiçar
juro estranhamente não nos matarem
nos dias de anteontem então
as pessoas não entendem que somos apenas menininhas
e eles querem meter em nós, só um sorrisinho modernista
arranhado na gargante
um sorrisinho
e algum deslize
sem graça, tia
tiaaaa, roubaram as minhas roupas
hahaha e não quero mais me vestir
os poemas não são meus sonhos
(nem os teus)
e as palavras não tão reais
(e agora?)
quanto as músicas que julgo e como
tanto as letras que jogo fora
e mais
penso que as espadas podem nos ferir
mas, meu amor, sempre haverá alguém
para desmentir
e meu sangue se tornará bruto, seu idiota
minto que todas elas
elas as palavras seriam
tão quais vãs lençóis
que te cobrem todas as noites
e toda essa bosta é pra ter rima
e não
e repasso horas programando coisas
tão importantes como quase nunca
mais não.
eu te amo
vai tomar no cu, não lembro mais
dos teus beijos e de todas
as provas que a média, mídia, mesmo a moda
me desconsolidaram
não avancei na escola que andei
meramente merdas, me ensinaram algo
ao passar das horas,comeram e vomitaram
tudo em versos de repúdio
me exilaram pra dentro de mim mesmo, mãe
vou receber um diploma de merda
que me julgará uma merda
e aí? tu és um bom músico?
(enquanto escrevo isso pra ti me sinto uma droga penada
escolhendo as palavras certas pra não te desagradar
tirei todos os retratos do caderno;
não; da agenda
não;
e os versinhos também
dos recreios e pra quê tantos.
também as fotos)
geralmente não tenho escrito pra nada,
e as árvores tem saído dos caminhos
só queria que você me entendesse um pouco e não)
não quero fechar os parenteses)
(sim)
também me sinto lindo
e isso não é uma carta de amor
quero me vocês me ouçam, sem aplausos que mentira.
vejo o dia raiar e mais uma vez na vida penso quantas noites
tu passas acordado pensando em tantas coisas mais importantes do
que seria mais importante pensar em tudo isso que
e mais uma vez me pego e me agarro e me dobro
e papel
pedi pro meu amigo puxar uma carta
e ele me negou
daí eu fiquei em mim mesmo e
em alguém mais
me importo com os sonhos e os vivo.
sonhos que meus olhos não vivem ao mesmo tempo
e em mim em mim, minhas letras cansaram de amar.
não quero saber de escrever
sobre nada que o nada me faça
te ler, teu amor) juro fazer outras coisas e não.
abro parênteses fechados, quando abro de novo
os fecho e
vou comer algo e cantar algo.
me solta um poema
Pierre Tenório
fico lembrando sorriso e pele
das pinturas quebradas que remetem
o sonho do espreguiçar
juro estranhamente não nos matarem
nos dias de anteontem então
as pessoas não entendem que somos apenas menininhas
e eles querem meter em nós, só um sorrisinho modernista
arranhado na gargante
um sorrisinho
e algum deslize
sem graça, tia
tiaaaa, roubaram as minhas roupas
hahaha e não quero mais me vestir
os poemas não são meus sonhos
(nem os teus)
e as palavras não tão reais
(e agora?)
quanto as músicas que julgo e como
tanto as letras que jogo fora
e mais
penso que as espadas podem nos ferir
mas, meu amor, sempre haverá alguém
para desmentir
e meu sangue se tornará bruto, seu idiota
minto que todas elas
elas as palavras seriam
tão quais vãs lençóis
que te cobrem todas as noites
e toda essa bosta é pra ter rima
e não
e repasso horas programando coisas
tão importantes como quase nunca
mais não.
eu te amo
vai tomar no cu, não lembro mais
dos teus beijos e de todas
as provas que a média, mídia, mesmo a moda
me desconsolidaram
não avancei na escola que andei
meramente merdas, me ensinaram algo
ao passar das horas,comeram e vomitaram
tudo em versos de repúdio
me exilaram pra dentro de mim mesmo, mãe
vou receber um diploma de merda
que me julgará uma merda
e aí? tu és um bom músico?
(enquanto escrevo isso pra ti me sinto uma droga penada
escolhendo as palavras certas pra não te desagradar
tirei todos os retratos do caderno;
não; da agenda
não;
e os versinhos também
dos recreios e pra quê tantos.
também as fotos)
geralmente não tenho escrito pra nada,
e as árvores tem saído dos caminhos
só queria que você me entendesse um pouco e não)
não quero fechar os parenteses)
(sim)
também me sinto lindo
e isso não é uma carta de amor
quero me vocês me ouçam, sem aplausos que mentira.
vejo o dia raiar e mais uma vez na vida penso quantas noites
tu passas acordado pensando em tantas coisas mais importantes do
que seria mais importante pensar em tudo isso que
e mais uma vez me pego e me agarro e me dobro
e papel
pedi pro meu amigo puxar uma carta
e ele me negou
daí eu fiquei em mim mesmo e
em alguém mais
me importo com os sonhos e os vivo.
sonhos que meus olhos não vivem ao mesmo tempo
e em mim em mim, minhas letras cansaram de amar.
não quero saber de escrever
sobre nada que o nada me faça
te ler, teu amor) juro fazer outras coisas e não.
abro parênteses fechados, quando abro de novo
os fecho e
vou comer algo e cantar algo.
me solta um poema
Pierre Tenório
quarta-feira, 18 de janeiro de 2017
Querido,
decidi te escrever depois que vi um filme pornô ontem
a noite cujo ator principal parecia muitíssimo você.
não sei bem o sentido disso, mas, como você tá, eim?
desculpa não responder suas últimas cartas
faz tempão que não nos vimos né, nem falamos,
ando com tanta coisa pra fazer
uns trabalhos pra concluir, não significa que não sinta saudade
sempre lembro de ti, as vezes talvez
as vezes eu como pastel com caldo de cana lá na senhora
só que agora aumentou um real
insignificante diante da realidade com você distante
tu sempre gosta de comer dois, aí vende caldo de cana com pastel?
revelei aquelas fotos do dia que fomos reais
irreais, sei lá. acho que você sabe qual é, mais fácil não lembrar
os quadros estão devidamente nas paredes da casa inteira
sempre que posso os mudo de lugar para que eles possam respirar
outros ares.
estou pensando em viajar, talvez possa te visitar qualquer dia
ou vice versa versos
queria ser a primeira a ler os teus versos como sempre novamente
pensei que era a primeira a lê-los, só que era você mesmo
manda um poema qualquer dia, acho melhor do que ler teus problemas
com Virginia. (manda em anexo, rs)
sinto saudade da tua risada quando raramente acontece e é de mim,
seu idiota.
quando meu cachê enrolado entrar na conta
envio os objetos que ficaram aqui, pensei em ficar com eles
mas... mais ainda com você, então se foda comigo, haha
tomara que eles quebrem na viagem, qualquer coisa no inverno
chego de supetão
pra aprender a sentir mais saudade de você.
e esqueça o Gullar que ficou na escrivaninha
beijo.
Pierre Tenório
decidi te escrever depois que vi um filme pornô ontem
a noite cujo ator principal parecia muitíssimo você.
não sei bem o sentido disso, mas, como você tá, eim?
desculpa não responder suas últimas cartas
faz tempão que não nos vimos né, nem falamos,
ando com tanta coisa pra fazer
uns trabalhos pra concluir, não significa que não sinta saudade
sempre lembro de ti, as vezes talvez
as vezes eu como pastel com caldo de cana lá na senhora
só que agora aumentou um real
insignificante diante da realidade com você distante
tu sempre gosta de comer dois, aí vende caldo de cana com pastel?
revelei aquelas fotos do dia que fomos reais
irreais, sei lá. acho que você sabe qual é, mais fácil não lembrar
os quadros estão devidamente nas paredes da casa inteira
sempre que posso os mudo de lugar para que eles possam respirar
outros ares.
estou pensando em viajar, talvez possa te visitar qualquer dia
ou vice versa versos
queria ser a primeira a ler os teus versos como sempre novamente
pensei que era a primeira a lê-los, só que era você mesmo
manda um poema qualquer dia, acho melhor do que ler teus problemas
com Virginia. (manda em anexo, rs)
sinto saudade da tua risada quando raramente acontece e é de mim,
seu idiota.
quando meu cachê enrolado entrar na conta
envio os objetos que ficaram aqui, pensei em ficar com eles
mas... mais ainda com você, então se foda comigo, haha
tomara que eles quebrem na viagem, qualquer coisa no inverno
chego de supetão
pra aprender a sentir mais saudade de você.
e esqueça o Gullar que ficou na escrivaninha
beijo.
Pierre Tenório
terça-feira, 17 de janeiro de 2017
domingo, 15 de janeiro de 2017
BIFE ACEBOLADO
não quero piscina
não quero praia
não quero foto
não quero água
não quero nadar
hoje não vou te ver
nem falo nada
nem me acordo
nem durmo tanto
nem fumo conha
também não interessa
o que tu fazes
nem comes
quem amas
quem fodes
o que dás
não faço
questão alguma
que pagues nada
que vendas tudo
que jogues fora
que vás embora
quero que fiques
só mais um pouco
e me prepare
um bife acebolado
depois me beije
e me observe comer
enquanto se maquia
na frente do espelho
e se pergunta:
Pierre Tenório
não quero piscina
não quero praia
não quero foto
não quero água
não quero nadar
hoje não vou te ver
nem falo nada
nem me acordo
nem durmo tanto
nem fumo conha
também não interessa
o que tu fazes
nem comes
quem amas
quem fodes
o que dás
não faço
questão alguma
que pagues nada
que vendas tudo
que jogues fora
que vás embora
quero que fiques
só mais um pouco
e me prepare
um bife acebolado
depois me beije
e me observe comer
enquanto se maquia
na frente do espelho
e se pergunta:
Pierre Tenório
é mais fácil sentir que alguém não te quer perto
do que aceitar convites
as energias são reais, bobo
melhor acreditar nas estrelas
do que em coração poeta
e tudo isso no fundo importa mesmo
quando você olha pro mapa
e viaja.
ontem sonhei
que estava vivendo
no fundo de um mar
com estrelas caídas
carentes de luz.
pisando nas mesmas
palavras
Pierre Tenório
do que aceitar convites
as energias são reais, bobo
melhor acreditar nas estrelas
do que em coração poeta
e tudo isso no fundo importa mesmo
quando você olha pro mapa
e viaja.
ontem sonhei
que estava vivendo
no fundo de um mar
com estrelas caídas
carentes de luz.
pisando nas mesmas
palavras
Pierre Tenório
sábado, 14 de janeiro de 2017
segunda-feira, 9 de janeiro de 2017
terça-feira, 3 de janeiro de 2017
POEMA DESENDEREÇADO
me permita mesmo
com todas as falhas
de percurso e falta
de dinheiro
pensar em ti do mesmo
formato cor e cheiro
que olho e te leio
e te escuto
e te vejo
tão distante
dos meus dedos.
me permita que eu olhe para cima
e te veja no azul ou no céu cinza
que nos banha onde quer que estejamos
me permita que eu duvide que te amo
pois se esta é minha falha de percurso
que duvide todo dia na incerteza
de fazer todo dia a mesma escolha
te amar como escrevo nesta folha
e amanhã quando acordar esquecido
te amarei mais ainda do que nunca
em um rosto de algum desconhecido
se permita.
Pierre Tenório
me permita mesmo
com todas as falhas
de percurso e falta
de dinheiro
pensar em ti do mesmo
formato cor e cheiro
que olho e te leio
e te escuto
e te vejo
tão distante
dos meus dedos.
me permita que eu olhe para cima
e te veja no azul ou no céu cinza
que nos banha onde quer que estejamos
me permita que eu duvide que te amo
pois se esta é minha falha de percurso
que duvide todo dia na incerteza
de fazer todo dia a mesma escolha
te amar como escrevo nesta folha
e amanhã quando acordar esquecido
te amarei mais ainda do que nunca
em um rosto de algum desconhecido
se permita.
Pierre Tenório
já passou da hora de não nos vermos mais
esse teu amor livre me ameaça amedronta amadoramente complica e consome
o esquecimento que a mim consola toda vez que me esqueço
de mentir amor
tu voltas fantasmagórico assolando meu desprezo teu
tuas digitais sujas de merda
minha varinha de condão enfeitiçando teu rabo de cadela
quando tu viças perdido eu te busco na janela aberta do chrome
e travada engulo letra por verso de música lixo
mastigo teu lixo meu castigo
me liberto me divirto enquanto brinco
e me decoro e me recordo
e me isolo
livre do teu amor
livre
me converto ao teu medo
me perverto
relaxa que dois mil e dezesseis não acabou
meu amor
meu temor
Pierre Tenório
esse teu amor livre me ameaça amedronta amadoramente complica e consome
o esquecimento que a mim consola toda vez que me esqueço
de mentir amor
tu voltas fantasmagórico assolando meu desprezo teu
tuas digitais sujas de merda
minha varinha de condão enfeitiçando teu rabo de cadela
quando tu viças perdido eu te busco na janela aberta do chrome
e travada engulo letra por verso de música lixo
mastigo teu lixo meu castigo
me liberto me divirto enquanto brinco
e me decoro e me recordo
e me isolo
livre do teu amor
livre
me converto ao teu medo
me perverto
relaxa que dois mil e dezesseis não acabou
meu amor
meu temor
Pierre Tenório
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