quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

tenho uma série de crimes
para confessar ao mundo

quando silencio me sinto
do fundo ao mais profundo

de algum comporte vazio
a captura de ventos

frios

o primeiro foi nascer e ao nascer
abrir a flor do sorriso mais preciso

sem desaguar uma gota de orvalho
nenhum grito de alerta, ao contrário

até hoje vivo rindo da cara dos outros
para que também possam rir da mesma forma

sem nenhum sentimento de culpa
vivo separando as sílabas

e aprendendo a falar mais calmo

gritar de baixo pra cima
calar de cima pra baixo

assumindo as próprias leis
sendo o próprio capacho.

Pierre Tenório






















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