tenho uma série de crimes
para confessar ao mundo 
quando silencio me sinto 
do fundo ao mais profundo  
de algum comporte vazio 
a captura de ventos 
frios
o primeiro foi nascer e ao nascer 
abrir a flor do sorriso mais preciso 
sem desaguar uma gota de orvalho 
nenhum grito de alerta, ao contrário
até hoje vivo rindo da cara dos outros
para que também possam rir da mesma forma 
sem nenhum sentimento de culpa
vivo separando as sílabas 
e aprendendo a falar mais calmo
gritar de baixo pra cima 
calar de cima pra baixo 
assumindo as próprias leis 
sendo o próprio capacho.
Pierre Tenório  
 
 
  
 
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