sexta-feira, 14 de outubro de 2016

"qual o preço da tua venda"
já não o vejo
apago lembranças
e fico sem nada
cobrar
não chove nos olhos
também já não há
dentro da escrita
algo que esconda
para sempre
ele da minha frente
matei todo mundo de rir
contando piadas sem graça
e sendo horrivelmente sincero
espero uma ligação dizendo: o cachê
tá na conta
corrente elétrica
sistema nervoso
nunca mais escrevi
poemas em cédulas.
a distância é algo feliz
jogo das velhas
rastegues soltas
de mão
em mão.
não há preço que
não se pague
por amores
perdidos.
abre o olho

Pierre Tenório

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