"qual o preço da tua venda"
já não o vejo
apago lembranças 
e fico sem nada 
cobrar
não chove nos olhos
também já não há
dentro da escrita 
algo que esconda 
para sempre
ele da minha frente
matei todo mundo de rir
contando piadas sem graça
e sendo horrivelmente sincero
espero uma ligação dizendo: o cachê 
tá na conta
corrente elétrica
sistema nervoso
nunca mais escrevi 
poemas em cédulas.
a distância é algo feliz
jogo das velhas
rastegues soltas
de mão 
em mão.
não há preço que 
não se pague
por amores 
perdidos. 
abre o olho
Pierre Tenório
 
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