desertificado meu corpo 
levita por entre sonhos   
teu cheiro abraça o casaco  
que esqueceste em meu quarto  
aquece o frio que sinto 
numa frequente distância 
a qual meu pau não alcança 
teso feito iceberg 
derrete-se pelos caminhos 
a língua secando lágrimas
que escorrem pelas miragens  
dentes mastigam pedaços 
de pequenos arrepios 
o cu reponta aos risos
solitude vampira  
puta deusa bandida
olha no olho profundo 
suga-me o sangue infecundo   
uiva como o vento
toca tua buceta
com maremotos nos dedos.
Pierre Tenório
 
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