RESÍDUOS
o que seria das feridas
se não fosse nossa pele
a espera da picada
de um mosquito fora d'água?
ou de tubarões mergulhados
em larvas de vulcão?
o que seria dos infernos
se não fosse o quinto
elemento pra nos cobrar
quem deixamos de ser?
o que seria das princesas
sem os sapos
e seus cânticos solenes
de terror?
o que seria dos humanos
sem poemas ou verdades
desvairadas de amor?
o que seria das explicações se não
o gritante escuro que as perturba?
o que seria do que seria
se não pudéssemos ser seremos?
Tenório Pierre
domingo, 27 de dezembro de 2015
sábado, 26 de dezembro de 2015
quinta-feira, 24 de dezembro de 2015
férias;
natal, ano novo, a porra toda
e vou viajar na maionese;
cristo nasceu, vai morrer de novo
e vai nascer até
minha barba ficar branca e eu
virar papai, mamãe, titia
e aquelas nuvens pesadas
choverem tudo
e choveram, choraram,
lágrimas sem destino
quinze pingos
de macarrão no escorredor
de um milênio debutante
agora levemente palhas secas
encharcadas de vento
sobrepostas ao meu descarrego
florescerão sentimentos de
mim mesmo ao tu ao tempo
e a tudo mais
lendo, lento, foda-se o destino;
vos canto alento
e escrevo gritos.
sozinho
Pierre Tenório
natal, ano novo, a porra toda
e vou viajar na maionese;
cristo nasceu, vai morrer de novo
e vai nascer até
minha barba ficar branca e eu
virar papai, mamãe, titia
e aquelas nuvens pesadas
choverem tudo
e choveram, choraram,
lágrimas sem destino
quinze pingos
de macarrão no escorredor
de um milênio debutante
agora levemente palhas secas
encharcadas de vento
sobrepostas ao meu descarrego
florescerão sentimentos de
mim mesmo ao tu ao tempo
e a tudo mais
lendo, lento, foda-se o destino;
vos canto alento
e escrevo gritos.
sozinho
Pierre Tenório
quarta-feira, 23 de dezembro de 2015
VÍRUS
pinto as paredes
em cores
de versos livres.
imito felicidades
segurando um
molho de chaves
que sozinhas
trancham janelas
emocionadas e
abrem links
de portas
em cadeados.
desencadeando,
desperdiço
o mundo inteiro.
CPU ligada
sem monitores
aos olhos,
posso sentir
no teto
nuvens inteiras
de fumaça.
passeio
entre urubus
num cabaré
a céu aberto.
na primeira pessoa,
digito amores
enganados
em particípio.
Pierre Tenório
pinto as paredes
em cores
de versos livres.
imito felicidades
segurando um
molho de chaves
que sozinhas
trancham janelas
emocionadas e
abrem links
de portas
em cadeados.
desencadeando,
desperdiço
o mundo inteiro.
CPU ligada
sem monitores
aos olhos,
posso sentir
no teto
nuvens inteiras
de fumaça.
passeio
entre urubus
num cabaré
a céu aberto.
na primeira pessoa,
digito amores
enganados
em particípio.
Pierre Tenório
sexta-feira, 11 de dezembro de 2015
café forte
eu acordo
e contigo
laço acordos
você me despreza
enquanto te amarro
as mãos na cadeira
pra que não fujas
nunca
d
aí você cospe na minha cara
como se eu não gostasse
nada
de poema em poema
que te arranco do avesso
mastigas a força
que tenho nos óculos
alvos.
em sua boca
empurro um café forte
para que não me deixes
dormir.
Pierre Tenório
eu acordo
e contigo
laço acordos
você me despreza
enquanto te amarro
as mãos na cadeira
pra que não fujas
nunca
d
aí você cospe na minha cara
como se eu não gostasse
nada
de poema em poema
que te arranco do avesso
mastigas a força
que tenho nos óculos
alvos.
em sua boca
empurro um café forte
para que não me deixes
dormir.
Pierre Tenório
quarta-feira, 9 de dezembro de 2015
marcamos de fazer
todos os trabalhos
ao fim do período
dessa faculdade
que nada ensina
do que esperávamos;
eu que deveria
te encontrar de 4
perdi o horário
no ponto de ônibus
mas, não reprovamos
sequer uma vez
entregamos tudo
um pouco atrasado
mesmo a professora
não compreendendo
uma só palavra
do que nós dissemos
você só queria
mesmo que eu fosse
sentir as batidas
do teu coração
dentro da minha boca
que ditava tudo
enquanto escrevias;
dane-se os trabalhos
a academia
e a professora,
fizemos a música
tocar como roupa
pra nossa saudade
vestida de vento
no calor que faz
por esses momentos
e o relatório
entregue amassado
não passou de um sonho
jogado no armário.
Pierre Tenório
todos os trabalhos
ao fim do período
dessa faculdade
que nada ensina
do que esperávamos;
eu que deveria
te encontrar de 4
perdi o horário
no ponto de ônibus
mas, não reprovamos
sequer uma vez
entregamos tudo
um pouco atrasado
mesmo a professora
não compreendendo
uma só palavra
do que nós dissemos
você só queria
mesmo que eu fosse
sentir as batidas
do teu coração
dentro da minha boca
que ditava tudo
enquanto escrevias;
dane-se os trabalhos
a academia
e a professora,
fizemos a música
tocar como roupa
pra nossa saudade
vestida de vento
no calor que faz
por esses momentos
e o relatório
entregue amassado
não passou de um sonho
jogado no armário.
Pierre Tenório
segunda-feira, 7 de dezembro de 2015
ultimamente
não venho me importando
com nada que venha
cheio de tudo
ontem alguém me disse que
somos partículas de nada
foi quando então
me senti tudo e contudo
nada me sinto
por favor não me tire as calças
para que me sinta
mais importante
só me tire daqui
dalí
ou me salve
não me sinta
pois me matam
que cada salto
só me leve
a toda nota
de zero ao nunca.
Pierre Tenório
não venho me importando
com nada que venha
cheio de tudo
ontem alguém me disse que
somos partículas de nada
foi quando então
me senti tudo e contudo
nada me sinto
por favor não me tire as calças
para que me sinta
mais importante
só me tire daqui
dalí
ou me salve
não me sinta
pois me matam
que cada salto
só me leve
a toda nota
de zero ao nunca.
Pierre Tenório
sexta-feira, 4 de dezembro de 2015
queria perder o vício de ter um cigarro entre os dedos
apagado
faltou luz na minha cabeça
e os olhos permanecem acesos
iluminando a escuridão do mundo inteiro
como brasas
o mundo que me parte
e me partes em vãos vermelhos
de sinais verdes
o sorriso amarelo te clama
a mergulhar em cinzeiros
nado ao nada
algo ou alga.
Pierre Tenório
apagado
faltou luz na minha cabeça
e os olhos permanecem acesos
iluminando a escuridão do mundo inteiro
como brasas
o mundo que me parte
e me partes em vãos vermelhos
de sinais verdes
o sorriso amarelo te clama
a mergulhar em cinzeiros
nado ao nada
algo ou alga.
Pierre Tenório
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