ASA DELTA
parem comigo, não suporto meus sonhos,
o peso das armas corta-me os punhos;
mal consigo apanhar as retinas
na pia do banheiro e nada mais me importa
pois minhas malas foram postas
bem dentro de mim, não responda
permaneço cega.
me calem as cores, ventanias e cristo
só não o cu
pois tanto quanto cago, as bostas nossas
velhas, novas, idiotas, cheiram bem em costas
ricas memórias, meu abraço, coração,
asas das costas que arranco
voos em longos térreos.
cortem-me as pernas, não os precipícios;
façam que eu caia do mais alto abismo
possíveis razões de viver
por mais bêbada que estejas
nunca deixarias pistas ao redor
da mesa .
quando me deixares pensando
fugindo das cordas andando
desequilibradamente;
sonharei todos os dias
o mesmo sonho; você
em livre queda presa.
Pierre Tenório
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