VAI
não é de costume, mas, ele correu.  
não sabe a verdade, mentira ou identidade;
se mostra valente, tão inconsequente, vadio,
vulgar. 
Não faz de conta, nem se apronta 
pra aprontar, afronta;
conta mais nãos do que sinos na agenda 
do celular, alarmes não o amedrontam. 
ele se esvai dentre rios vazios;
areia, poeira e espaço.
garfos e facas o cortam e furam,
o amor não o cura.
ele me esconde segredos revelados
ao mundo pequeno das fotos;
expõe suas próprias fraquezas 
em mesas sem nenhuma cadeira. 
Pierre Tenório
 
 
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