PRESERVATIVO
I.
não te procuro mais em outros corpos,
meu tato insatisfeito apalpa o próprio
que chorou tanto em faces de protótipos;
II.
o vejo ao longe atravessar os campos
voltando de batalhas sem vitórias,
meu rosto sem memória em qualquer canto;
III.
vivendo vou te recriando
em doces e amargas melodias
pois és o único que amo;
IV.
nem todos os dublês se fazem mortos;
e em sentimentos fictícios
te mato, amor, de puro ódio.
Pierre Tenório
domingo, 28 de dezembro de 2014
sexta-feira, 26 de dezembro de 2014
segunda-feira, 22 de dezembro de 2014
PINHEIROS (natais despedaçados)
suas palavras encheram alguns açudes,
secando-me as veias;
vias vazias
paisagens completas
de quase histeria.
não lembro o nome dos endereços
nem uso aplicativos,
ainda que usasse
as seringas estão
cheias de ar.
resumo meus esforços
no descanso discursado,
conceituando a vida (o amor)
um relógio acelerado,
um corpo leve ao despencar,
um corpo denso ao se afogar,
pratos sujos na pia e
no fogão gás a vazar;
nenhuma sílaba ferida
sim ou não, vai afirmar
como eu devo fluir
ou se ainda posso rezar;
já não quero mais presentes,
nem coroa de estrela,
se arrancam-me os frutos verdes.
Pierre Tenório
suas palavras encheram alguns açudes,
secando-me as veias;
vias vazias
paisagens completas
de quase histeria.
não lembro o nome dos endereços
nem uso aplicativos,
ainda que usasse
as seringas estão
cheias de ar.
resumo meus esforços
no descanso discursado,
conceituando a vida (o amor)
um relógio acelerado,
um corpo leve ao despencar,
um corpo denso ao se afogar,
pratos sujos na pia e
no fogão gás a vazar;
nenhuma sílaba ferida
sim ou não, vai afirmar
como eu devo fluir
ou se ainda posso rezar;
já não quero mais presentes,
nem coroa de estrela,
se arrancam-me os frutos verdes.
Pierre Tenório
sábado, 20 de dezembro de 2014
ELEGANTE
coerente
tua mão serpente
foge
daqui;
mas o cheiro
de pavor que
a ausência
exala
de longe,
me come.
pensei que gostavas
do gosto
meu rosto
olhar
por mais
que as drogas
não efeito
façam
enquanto me
usas, sinto
a luva
envolvendo-me
os pés
tuas chuvas de céu
nublado
me acabamento
de inacabado
amor
consumado.
embora
me faças
refém
qualquer hora
me honras
teus olhos
de espelho
que mandam-me
embora
pra perto.
Pierre Tenório
coerente
tua mão serpente
foge
daqui;
mas o cheiro
de pavor que
a ausência
exala
de longe,
me come.
pensei que gostavas
do gosto
meu rosto
olhar
por mais
que as drogas
não efeito
façam
enquanto me
usas, sinto
a luva
envolvendo-me
os pés
tuas chuvas de céu
nublado
me acabamento
de inacabado
amor
consumado.
embora
me faças
refém
qualquer hora
me honras
teus olhos
de espelho
que mandam-me
embora
pra perto.
Pierre Tenório
sexta-feira, 19 de dezembro de 2014
não encantado
me espaço
fechado
calo entre os dedos
das mãos
descabaço;
cartões
não escritos
passeiam jardins
desfloridos
sorrisos,
vestidos de noiva
regados
buquês
de sórdidos
simples
porquês.
se o sim
que não ao não
dá
revoga
o ato
de se renovar
ingrato.
reponho-me
ao marco
remarco
desfatos
recortando
mandos
desmando
e disfarço.
expondo
ao mínimo
compondo
ao máximo.
Pierre Tenório
me espaço
fechado
calo entre os dedos
das mãos
descabaço;
cartões
não escritos
passeiam jardins
desfloridos
sorrisos,
vestidos de noiva
regados
buquês
de sórdidos
simples
porquês.
se o sim
que não ao não
dá
revoga
o ato
de se renovar
ingrato.
reponho-me
ao marco
remarco
desfatos
recortando
mandos
desmando
e disfarço.
expondo
ao mínimo
compondo
ao máximo.
Pierre Tenório
terça-feira, 16 de dezembro de 2014
DE OLHOS BEM FECHADOS
meus fantasmas gritam
em auroras silenciosas;
auroras escurecidas.
meus fantasmas silenciam
a clareza
dos crepúsculos luminosos
crepúsculos
inescrupulosos.
meus fantasmas riem
dos lagos sangrentos
que abrigam
meus olhos
de peixe.
meus fantasmas
fizeram escolhas
e agora são
árvores
despidas de folhas;
fogueiras juninas,
notas musicais,
páginas de bíblia
enrolando cigarrilhas,
páginas em branco
sem mais guerras
escritas.
meus fantasmas
estão presos
na liberdade
que desconheço.
Pierre Tenório
meus fantasmas gritam
em auroras silenciosas;
auroras escurecidas.
meus fantasmas silenciam
a clareza
dos crepúsculos luminosos
crepúsculos
inescrupulosos.
meus fantasmas riem
dos lagos sangrentos
que abrigam
meus olhos
de peixe.
meus fantasmas
fizeram escolhas
e agora são
árvores
despidas de folhas;
fogueiras juninas,
notas musicais,
páginas de bíblia
enrolando cigarrilhas,
páginas em branco
sem mais guerras
escritas.
meus fantasmas
estão presos
na liberdade
que desconheço.
Pierre Tenório
quinta-feira, 11 de dezembro de 2014
Ventos
falando
de mal gosto
não desgosto
das boas formas
quais enfrento.
não degusto
muitas vezes
quem me come
ou me olha
me comendo
quando mastigo.
me desfaço
dos quereres
bem amados
desfaleço
as alegrias
dos perfumes
amaciados por
água e
sabão.
sinto cheiro
de alegria
por não ser
perfeitamente
o sofrimento
de não te-lo
inteiramente
nessa rima
tão
de vida;
só sei não sei
que ao fim do fundo
não há fossas
nem há mundo
tudo que respira
nos varais
são roupas
limpas
esperando.
Pierre Tenório
falando
de mal gosto
não desgosto
das boas formas
quais enfrento.
não degusto
muitas vezes
quem me come
ou me olha
me comendo
quando mastigo.
me desfaço
dos quereres
bem amados
desfaleço
as alegrias
dos perfumes
amaciados por
água e
sabão.
sinto cheiro
de alegria
por não ser
perfeitamente
o sofrimento
de não te-lo
inteiramente
nessa rima
tão
de vida;
só sei não sei
que ao fim do fundo
não há fossas
nem há mundo
tudo que respira
nos varais
são roupas
limpas
esperando.
Pierre Tenório
segunda-feira, 8 de dezembro de 2014
sexta-feira, 5 de dezembro de 2014
FAMINTO
arco íris
escorre nas mãos;
escolho uma cor
para narrar todo
tremor
deste suposto
sem fim
ai de mim
se não falasse que
sinto muito
não tenho como evitar
vaidades
as letras
desmancham como
gala jorrada
porra
no vão das paredes
em redes
boquiabertas
como se fossem
algo que são
incontroláveis
dentro do meu pau
apaixonado
cu, braços, objetos ao redor
coisas assim
sem mim e
fim
abraços
imaginários
ventando;
oração
pelo que vem
de poema
em poema.
Pierre Tenório
arco íris
escorre nas mãos;
escolho uma cor
para narrar todo
tremor
deste suposto
sem fim
ai de mim
se não falasse que
sinto muito
não tenho como evitar
vaidades
as letras
desmancham como
gala jorrada
porra
no vão das paredes
em redes
boquiabertas
como se fossem
algo que são
incontroláveis
dentro do meu pau
apaixonado
cu, braços, objetos ao redor
coisas assim
sem mim e
fim
abraços
imaginários
ventando;
oração
pelo que vem
de poema
em poema.
Pierre Tenório
quarta-feira, 3 de dezembro de 2014
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