FOFOCA EM CICLO ANIMAL 
Tenhamos calma,
muita calma, vamos 
à calma. 
Onde a calma 
mora e a calma chora 
a água da falta de calma.
Calma baby, os segredos 
nunca serão decotados ou 
nitidamente revelados, 
como os amores são desaguados 
com muita calma, 
precisão e classe.
Calma amor, só ela acalma, 
hahaha.
É no cotidiano que o segredo 
sujo é revelado, acalmado, 
escondido, aclamado e apedrejado 
pelas línguas que não são calmas. 
Cade o café e a calma? 
Odeio café e bebo com muito glamour.
Por hora tenha calma, 
porra, agora não tem mais jeito,
leito ou sentimentos perfeitos. 
Não tem Krishna, nem rima, 
olfato ou naturalíssimas crinas, 
cavalgam as vacas magras de filosofias 
elefantes, Ganeshas, 
ultrajes sem nenhum rigor, 
antiguidade. Reais desvalorizados, 
uma dolinha de dez miada.
Agora nem eu sei mais o que é. 
Será que sou fã da desgraça 
ou da vagina?
Será que sou maldita 
ou perseguida? 
O único professor que 
eu conheço são as situações.
Calma senhora, 
o ônibus já vai chegar e 
te levará com muito gosto 
numa viagem ao passado.
Calma virgem que 
o seu rombo vai colher 
as flores do jardim, 
perfurando as regras do 
teu regresso às cores 
inenarráveis do espinho.
Santa calma.
Calma hipócrita, a poesia 
é longa e sem noção de espaço, 
cumprimento ou métrica, no entanto, 
todavia, quase ao ritmo me permito, 
sem respeito, defeito,
ela tem educação, a poesia faz sentido,
os poemas não, as vezes é, 
as vezes não, a poesia é cão sem vírgulas, 
espirro que vai e volta sem normas.
Vagabunda sem alma!
Significando o esperma à beira da buceta atormentada, 
decidindo se sai ou entra, se levanta ou senta.
Ridículos e hipertensos são os livros 
não lidos ou as vidas passadas, 
ultrapassadas, corpos não realizados 
ou marginais compadecidos?
-Passa pra dentro de casa. não me toca vadia, vou me banhar.
Vagabunda. 
É pelo rabo que os cães demonstram os sentimentos.
Atenção, 
tem uma brecha no chuveiro.
Se eu fosse o passado, 
cometeria o desfrute de 
comer futuros.
Beijos.
Policiais disfarçados desfalcam.
Entregadores de pizza derramam 
muito molho sobre as gorjetas.
A entrega a alma não, 
a calma que se instala na 
vista beirando o sol.
E quantas facas 
desfalcam faces em luz vermelha?
Olhos verdes
cegos de sorriso amarelo. 
Pierre Tenório
 
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